terça-feira, 22 de novembro de 2016

Protesto é direito, impedir funcionamento da Reitoria é abuso

O ímpeto hormonal e o enfretamento político são duas margens importantes do movimento estudantil, muitas vezes ocupando fronteiras que a Sociedade deixa passar em branco. Verdade que durante o governo do PT os movimentos estudantis estiveram silenciados pela generosidade das verbas que alimentaram a UNE e afinidade ideológica que tolerou toda a corrupção do governo petista e cúmplices.
 
Agora, com a queda de Dilma, os estudantes recuperaram a memória e voltaram a lutar congra as medidas do governo Temer. Não cabe discutir, neste texto, se o movimento é justo ou não, se é alimentado por partidos ou não. O que cabe discutir é se a ocupação tem o direito de condicionar o funcionamento da Reitoria, com pagamentos, convênios, processos em andamento, que estão sendo impedidos de serem executados, conforme notícia na Tribuna Feirense. 
 
Esta atitude é absolutamente inconcebível, inaceitável. Inadmíssivel que uma Universidade tenha seu funcionamento administrativo impedido por protestos de alunos. O Reitor que havia apoiado a ocupação de um equipamento público- apesar de ser seu gestor- esvai-se em negociações para que a Universidade funcione e os processos sejam retirados de lá, o que os estudantes não permitiram.
 
O MP já cobrou a desocupação ao Reitor, que segue, sem tomar uma atitude mais firme, levando seu mandato ao desgaste e enfraquecimento. O protesto é um direito, precisa ser assegurado, mas impedir o funcionamento da Administração da Universidade é abuso. A desocupação, nos termos da lei, terá de ser feita e o Reitor não poderá adiá-la até o infinito. 
 
Pois, como diz o ditado: quem muito se abaixa, os fundilhos aparece.

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