Quando coloquei a cabeça para fora da
segurança do meu lar, o mundo não me assustou, me deixou maravilhado. Naquele
exato momento eu senti um desejo imenso de desbravar tudo aquilo, experimentar
todas aquelas coisas com as quais o mundo me acenava. Nunca pensei nos riscos.
Claro que senti medo em algumas oportunidades e nunca arrisquei minha vida
inutilmente. Se tive que fazê-lo, sempre foi por justo motivo. A minha vida,
assim como as vidas das outras pessoas, sempre me foram caras. Afinal, quem me
fez e me trouxe até aqui tinha algum propósito e não gostaria certamente que eu
me arriscasse a perder a minha vida em vão. Nascer e morrer são partes das
regras, mas nunca deve ser em vão.
Sem perder o amor pelos meus familiares
eu me atirei no mundo e vivi. Vivi intensamente. Andando, correndo, errando e
acertando, tropeçando, caindo e levantando, aprendendo as regras do jogo
através de tentativa e erro, sem nunca ter medo de arriscar. E foi viajando por
esse mundão de Deus que eu conheci lugares e pessoas, usos e costumes, diferentes
formas de vida e diferentes formas de viver. As mínimas descobertas sempre
encheram meu coração de alegria. Amei, amei, amei. Amei muito. Coisas, lugares
e pessoas.
Porém, como sempre fui inquieto e gosto
de compartilhar tudo com as pessoas, a minha aposentadoria precoce e a minha
limitação para me locomover, está me tornando um amigo mais chato do que eu já
era, pois fico ligando para eles, para conversar abobrinhas, como se eles não
tivessem nada mais pra fazer. O aposentado aqui sou eu, ora bolas, ou outros
seguem em ritmo normal de trabalho. Reconheço que estou enchendo o saco. Mas,
querem saber? Não vou parar. Porque quando vocês se aposentarem também, vão
ficar ligando para me encher o saco com piadas velhas e conversas requentadas.
Então, aguentem.
Mas, se eu estiver passando dos
limites, basta rosnar um pouquinho que eu já entendo e vou encher o saco de
outro.
Beijão, meus amigos e amigas!
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