quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O hospital da criança e o queixo duro

Há fatos que se tornam evidências tão claras que chegam a ofuscar as discussões. Um destes é o Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira. Quando Wagner prometeu fazer o hospital da criança não quis dar o braço a torcer de que não sabia do Hospital Municipal (da Criança também). Sempre negou e insistiu na construção.  

Fez uma grande obra física.  Entretanto, inaugurado em 2010, o HEC ainda não está todo ativado. É um atestado dilacerante de que a prioridade deveria ter sido um Hospital Geral – que já estaria plenamente ocupado. Só depois viria o da criança, para as quais havia alternativas.
Não custa lembrar que crianças ocupam 14% da população e mesmo que consideremos até 18 anos, deve ficar em torno de 30%. Logo, 70% são adultos. 
Seguimos sem o hospital geral e, nesta crise, não sei quando o teremos. Com o crescimento da população, crise econômica que tira paciente do convênio, a tendência do HGCA é explodir de superlotação.  
A realidade bruta é que a opção feita vitimou centenas de vidas desta região que seguem com um HGCA subdimensionado, inadequado, incompleto e vergonhoso para a segunda cidade do estado da Bahia. Esta disparidade se torna maior quando olhamos o padrão que tem o HEC e o padrão que tem o HGCA. Chega a ser acintoso. 
É sempre oportuno imaginar quanto custa um equipamento como o HEC, subutilizado. Em verdade, sua ocupação é incompleta porque não há demanda para tal, algo que só surgirá com o crescimento da população e que fará com que a obra seja de grande valor.
A questão não é sua função, que, um dia, será completa, mas a inversão de prioridades que acabou por penalizar severamente profissionais que trabalham em condições adversas e a população que pena e clama desesperadamente por um hospital geral de verdade. 

Auge e ocaso
Pelé, o maior de todos os tempos, escolheu parar no auge.  Shummacher, piloto, depois de hepta campeão voltou a competir apenas para ser humilhado. Lula deixou seu segundo governo candidato a se tornar o maior líder politico que este país já teve.  A ambição do poder, no entanto, levou-o a exposição e o levará à prisão se houver um mínimo de justiça no país.
Políticos deveriam entender que depois do auge, só vem o ocaso, a rejeição progressiva. Como Dilma. E outros. A persistência garante o poder, mas leva a desmistificação e banalização do líder. Por isso, Pelé, ainda é o rei. 

 Barragem
O rompimento da barragem em Minas, sobre as quais já havia alertas, é um atestado da cumplicidade vergonhosa e deprimente entre o poder político e o econômico.
Em Minas, tantos os passados, como o atual. A responsável pela Samarco é a Vale, ex- do Rio Doce, e sua sócia internacional, além do próprio governo através da Banespar.
Em uma das declarações mais medíocres e simbólicas o ex-governador de Minas, Aécio Neves, disse: “Não é hora de apontar culpados pelo desastre”. É sim, senador, hora de procurar os culpados no governo e na empresa e puni-los com a severidade com a que a lama que os envolve matou e atirou a dezenas de quilômetros os corpos de crianças inocentes. 

A lama vazou
A Câmara aprovou medida que permite a legalização de dinheiro depositado no exterior anistiando o crime de evasão de divisas, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, e, na prática, também, o dinheiro do tráfico, ou exportação de carne enlatada. A medida teve o empenho de Cunha, o dejeto que ocupa a presidência da Câmara. O Brasil causa repulsa. Agora é possível repatriar todo dinheiro roubado pagando 30% e ficar impune.  Ladrões, partidos, empresas que fraudaram o sistema público encontraram o caminho do céu. O PSDB salvou uma parte fazendo uma emenda que proíbe políticos de se beneficiarem dela, mas é um grão de areia no processo.  O Brasil está podre. Manter Eduardo Cunha na Câmara é podre. O Congresso está podre. Agora, é pressionar para o Senado - de Renan Calheiros, meu Deus! – reprovar. O Brasil caminha para um colapso criminal. 

Josias de Souza, letal com o PSDB
 “Todo mundo comete erros, é humano. Mas escolher o Eduardo Cunha como seu erro, depositar sua estratégia política nas mãos de Eduardo Cunha, permanecer obstinadamente ao lado de Eduardo Cunha durante meses, só mesmo uma oposição liderada pelo PSDB.”

Alckmin
O governador de São Paulo falhou miseravelmente ao administrar o abastecimento de água de São Paulo, tentou tornar sigilosos os dados da investigação sobre o desvio de dinheiro do cartel de trens; agora, decidiu maquiar as estatísticas do crime.  A longevidade no poder só realça os vícios. 

Economia
Ou o Brasil acaba com o sistema político como está e faz uma reforma ou esta saúva acaba com o Brasil. 

Denúncia
Caso comprovada, a denúncia do vereador David Neto de desmanche de carro na SMTT é estarrecedora pela ousadia do fato no governo Ronaldo. 

 Criminoso
O sobrinho, criado como filho adotivo por Nicolás Maduro, da Venezuela, foi preso com 800 kg de cocaína e deportado para os EUA. Mais uma vez, é torcer para a cavalaria continuar chegando a tempo. 

Campanhas
A Tribuna Feirense vai manter 4 campanhas permanentes: Hospital Universitário da UEFS; conclusão do Parque da Lagoa Grande; criação e delimitação do Parque da Lagoa Salgada; Calçadas conservadas e livres para os pedestres. É o mínimo por Feira.
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8 das 13 mais violentas
A  Bahia tem 8 das 13 cidades mais violentas do país, ou 5 das 10. Ano após ano, obtemos este resultado no Mapa da Violência. Apesar de sermos um estado muito pobre, o  governo tem  fracassado  na sua política de combate ao crime, apesar de toda propaganda. A violência está disseminada.
Cidades pequenas, como Amélia Rodrigues, viraram fortalezas do crime onde ameaçam até delegados. Facções implantam o terror, como em Nazaré, onde jogavam adversários para serem comidos por caranguejos. Os assaltos a banco tiveram a regularidade de um por dia. O Sul virou terra sem lei. Em Feira, a redução dos crimes, especialmente depois da limpa na greve, é uma ação mais pessoal dos que comandam o policiamento (civil e militar) do que uma política geral de estado. E já voltou a aumentar.  
É lamentável ver que não obtemos respostas. Este é um fracasso que dilacera a alma dos baianos, a vida das famílias, e o espírito do estado.


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