O Rio Paraguaçu, o maior rio
do território baiano, está sendo prejudicado pelos incêndios na Chapada
Diamantina, que ocorrem há pelo menos um mês. O fogo já consumiu a vegetação de
várias nascentes e afeta um projeto de revitalização da bacia do Paraguaçu,
coordenado pela Conservação Internacional (CI-Brasil).
Dos 70 hectares da área
demonstrativa de restauração, onde foram plantadas mudas nativas para a
recuperação de matas ciliares, oito hectares já foram devastados pelos
incêndios. A informação é do geógrafo Rogério Mucugê, gerente de projetos da
organização. Outro trabalho afetado é o de coleta de sementes para a produção
de mudas, pois algumas das áreas onde essas sementes eram coletadas também
foram queimadas.
“Teremos de fazer novamente o
trabalho nessas áreas, do zero. Os incêndios afetam não só as ações do projeto
como qualquer ação de recuperação ambiental das margens do Paraguaçu, além de
provocarem prejuízos econômicos, culturais, sociais e ambientais para a Bahia,
não só para a Chapada”, afirma Mucugê. O projeto é realizado em parceria com o
governo do estado e patrocinado pela Petrobras. O rio Paraguaçu é responsável
pelo abastecimento de 60% da população da Região Metropolitana de Salvador e de
Feira de Santana.
Incêndios na Chapada
Diamantina são constantes e ocorrem todo ano entre agosto e fevereiro, período
mais seco e com menos chuva no Nordeste. Esse cenário, conforme o geógrafo,
tende a piorar devido ao aquecimento global e ao El Niño, fenômeno que afeta os
regimes de chuva em regiões tropicais.
“O El Niño potencializa a seca nesta região. As
matas ciliares, que protegem os rios, amenizam esses efeitos, mas elas estão
sendo queimadas. Sem que haja um planejamento territorial integrado para
combate e prevenção de incêndios, a perspectiva para futuro é essa situação
piorar”, diz Mucugê. Esse planejamento, segundo o geógrafo, envolve governo,
sociedade civil, empresas e demais usuários que utilizam e se beneficiam dos
recursos naturais da Chapada Diamantina.
O Parque Nacional, gerenciado
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza
fiscalizações, atividades educativas e monitoramento em mirantes naturais e em
antenas de telecomunicações como meios de prevenir incêndios, inclusive os propositais.
Já o combate é realizado com o uso de abafadores e bombas-costais de água e com
a ação de brigadistas do parque e de voluntários.
Atualmente, mais de 200 pessoas estão envolvidas no combate aos incêndios na
Chapada Diamantina. (Agência Brasil - fotos Portal da Chapada))
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