sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Fantasmas do passado

         Conversando com amigos da minha geração, alguns que, como eu, combateram a ditadura militar, e outros que ajudaram a fundar o PT em Feira de Santana, eu tenho notado as mais diversas reações diante do que hoje acontece no Brasil. Sentimento de culpa e arrependimento, resignação e descrença total na política e nos políticos, raiva, frustração e tantos outros sentimentos que se possa ter diante de tal situação. Alguns, entretanto, pelo simples fato de não serem capazes de reconhecer que erraram, ou por burrice mesmo, tentam defender o indefensável com frágeis argumentos. Já outros tantos, defendem o PT com tanta veemência, fúria até, que me deixa desconfiado sobre os seus reais motivos e interesses na situação. Fico com uma verdadeira concentração de pulgas atrás da orelha que me trazem de volta alguns fantasmas do passado, ou seja, erros que cometi e que não quero e nem devo cometer mais. Principalmente, confiar que políticos têm reais intenções de acabar com o roubo e a corrupção encravada no seio do povo brasileiro.

Descendo a ladeira
         Este ano começa sob a ameaça de um desemprego como nunca antes na história desse país. A crise que já atingia a indústria e a Construção civil, segundo especialistas, deverá atingir este ano também o comércio e os serviços. A previsão inicial é da perda de mais de dois milhões de trabalhadores com carteira assinada sendo demitidos. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá cair a 3%. E como o governo ameaça fabricar mais dinheiro sem ter lastro para garantir o valor do Real, a inflação deve disparar. Eu já vi esse filme.

U$ 300
         Justiça seja feita, o governo está mantendo o salário mínimo em torno dos 100 dólares, conforme apregoava em campanha. Mas, eu pergunto: Quem consegue sobreviver com alguma dignidade, ganhando U$ 300 por mês?

Natal Encantado
         O evento que chamou a atenção do País parece ter forças ocultas lutando contra ele. Para a grande maioria nunca ficou bem claro porque o seu criador, o ex-secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Jailton Batista, entregou o cargo, mas eu sei exatamente o que aconteceu. Este ano o evento recebeu menos investimentos e não contou com sequer um parceiro da iniciativa privada, o que prejudicou um pouco do seu brilho e encanto. Uma frase do radialista Elcimar Pondé, dá uma ideia bem clara do que acontece. Segundo ele, não foi a crise econômica que afastou os investidores do Natal Encantado. “Foi a falta de técnicos e capacidade de articulação” (de quem está organizando o evento).  Eu acrescentaria, inveja, despeito e mesquinhez.

MAP
         O Mercado de Arte Popular, entregue no final do mês passado à população, depois de uma severa reforma, é um dos atrativos turísticos da cidade. Ele não gera grande receita para os cofres Públicos, pelo contrário, dá até prejuízo. A gestão compartilhada com os permissionários é uma forma de minimizar os custos da sua manutenção. Também os permissionários, que pagam aluguel pelos boxes, também não ganham fortunas, mas apenas o suficiente para sua subsistência. Mas o mercado traz receita indireta, na medida que atrai turistas que veem não para conhece-lo, mas também conhecer todos os demais atrativos da cidade, como o Museu do Sertão, o Parque do Saber, o Parque da Cidade, o Feiraguai, o Centro Universitário de Cultura e Arte, o observatório Antares e tantas outras instituições, monumentos e equipamentos que juntos tornam Feira de Santana uma cidade atrativa ao turismo. Falta, porém, uma articulação e ação a ser desenvolvida entre o poder público municipal e instituições da iniciativa privada ligadas ao turismo para melhor aproveitamento do que a cidade já dispõe e construir mais atrativos. O Centro de Convenções, por exemplo.

Inimigos da cidade
         Em entrevista à imprensa, o prefeito José Ronaldo declarou que convive bem com os adversários políticos, e aceita o jogo político, mas não concorda com quem faz política permanente, atrapalhando o desenvolvimento da cidade. Algo assim como aqueles que manipulam os inocentes úteis e os paus mandados, que entram com ações absurdas contra toda obra anunciada pelo governo municipal. Mas a cidade sabe muito bem quem são os seus inimigos, para os quais, para vencer na política, quanto pior a cidade estiver, melhor para eles.

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Por hoje é só que agora eu vou ali observar o Brasil enquanto ele desce a ladeira, para ver se ele vai conseguir subir de volta.

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