O preço da passagem de ônibus urbano em
Feira de Santana vai aumentar e, dizem, é uma das mais caras do Brasil, se não
a mais cara. Mas, porque é assim? O preço dos combustíveis aqui é mais caro do
que no resto do Brasil? Os pneus, peças, e outros itens de manutenção também
são mais caros que nos demais municípios e estados? Os salários de motoristas,
cobradores, fiscais, mecânicos, etc., também são mais altos? Poderia se
atribuir à escorchante carga tributária do governo, mas isso não é privilégio
de Feira de Santana, ocorre em todo o País. Então, porque as passagens de ônibus
aqui são tão caras?
São caras pelo mesmo motivo que
encarece serviços e ações dos poderes públicos em todo o Brasil. Os
governantes, todos eles, adoram fazer bonito, jogar para a torcida, oferecendo
benesses ao povo que, sem entender nada sobre economia, acha que está recebendo
um benefício, mas, no fim das contas, é ele mesmo quem vai pagar a conta.
Vamos começar pelo tal do “Passe
Livre”, oferecido graciosamente pelos governos a algumas categorias. Por
exemplo, a meia passagem para estudantes. As empresas de transporte não
oferecem esse desconto de graça. O Poder público, em alguns casos, paga a
diferença para as empresas, mas cobra da população em forma de tarifas, ou
impostos criados para este fim. Mas, geralmente as empresas incluem o valor da
diferença na sua planilha de custos, na hora de estabelecer o valor da
passagem. Dessa forma, quem paga passagem, banca quem não paga. E as empresas
estão certas. Não são casas de caridade, são empreendimentos com fins
lucrativos, que geram empregos e renda, e pagam impostos e encargos sociais aos
poderes públicos.
Cada vez que o governo concede passe
livre para determinada categoria, os demais passageiros arcam com ônus de pagar
as passagens que deixaram de ser pagas, pagando um valor de passagem mais alto.
E a Câmara Municipal de Feira de Santana é pródiga em conceder passes livres
para fazer média com determinadas categorias de trabalhadores. O pior, é que
quem recebe o passe livre comemora, sem saber que esta conta lhe será apresentada
indiretamente, através do aumento do custo de vida, impulsionado pelo aumento
do preço das passagens o que, por sua vez, impulsiona a inflação que
desvaloriza a moeda.
Não existe almoço de graça, um sábio já
disse. Até quando meu filho me dá um presente, eu sei que ele espera em troca
mais carinho e afeto do que eu já lhe dou. Tudo bem. É um preço que pago com
prazer. Mas, em se tratando de relação governo/cidadão, o preço a pagar é
sempre muito alto. O programa Bolsa Escola, idealizado por FHC, tinha o mérito
de ser temporário. Era uma ajuda de custo para que os pais tirassem seus filhos
do trabalho e os mantivesse na escola, estudando, se capacitando, para se
tornarem cidadãos produtivos no futuro. Lula veio e criou o Bolsa Família, uma
esmola permanente que incentiva a vagabundagem. É claro que quem recebe o
benefício, os pobres, ignorantes e analfabetos, ficam felizes, porque não se
dão conta na armadilha que caíram. Essa categoria, que tanto reclamou dos
antigos coronéis, que lhes tratava a pão e água, forçando-os a permanecer na
miséria, sempre dependentes deles, não perceberam que Lula oficializou o
coronelismo, forçando-os a permanecerem na miséria, sempre dependentes do
governo.
Contudo, não existe economia que se
mantenha quando se retira dinheiro de quem produz para dar a quem nada faz. Não
por acaso, Margareth Thatcher disse que “o comunismo termina quando acaba o
dinheiro dos outros”. É o que aconteceu na Venezuela, na Argentina onde o povo
cansou do bolivarismo (novo nome do comunismo). E está acontecendo agora no Brasil,
onde o comerciante, o industrial, o fazendeiro, que não faliu, vendeu o que
tinha e está indo embora para outros países, deixando atrás de si a horda de
desempregados, engrossada por aqueles que faliram antes de poder ir embora.
Um cidadão para ser livre e viver
dignamente, não pode ficar esperando que os governantes façam nada por eles,
que lhe dê dinheiro e comida. Governante tem a obrigação de lhes oferecer infraestrutura,
na forma de água, energia, limpeza, segurança, transporte. Têm que manter uma
economia forte para gerar emprego e renda que garanta aos seus cidadãos um
padrão de vida que lhe permita pagar um plano de saúde para suas famílias e
escolas para os seus filhos. O cidadão não pode ganhar salários miseráveis que
não lhe permita dar conforto e proteção para sua família, sem depender de
“ajuda” do governo. Porque esta tal “ajuda”, quem paga a conta é o próprio
cidadão. Às vezes, com a própria vida, morrendo nas portas dos hospitais ou sob
a mira ou sob a mira de algum assaltante.
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