segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ambulatório de Medicina


           O governo decidiu fazer um provão para avaliar quem poderá receber o diploma de médico. É o velho método de criar um problema e inventar uma ficção para resolvê-lo.  Medicina é um curso caro, muito caro, seja ao que cursam faculdades particulares, seja no Estado que financia uns 40% dos formandos atualmente. 
            Ora, se a reprovação se mantiver na média do que tem acontecido em São Paulo teremos desperdiçado uma imensidão de capital para formar recursos humanos que não serão utilizados. Isto é reflexo da abertura indiscriminada de escolas médicas, muitas como barganhas políticas, e que vão formar sem condições. 
            O certo teria sido o governo investir na qualificação das faculdades existentes com ampliação de vagas. Agora, vem fechar a porta depois de roubado, querendo que o aluno e sua família, ou o estado, paguem o preço de uma política equivocada. O MEC poderia ter optado por outro caminho, com ampliação, ao invés de uma escolha que identifica problemas, mas não gera soluções. 
            Um exemplo é o ambulatório universitário que segue em passos de cágado e poderia qualificar ainda mais as condições de ensino da UEFS e ajudar a reduzir o problema da falta de especialistas na rede pública. Oremos!

Receita
Uma significativa matéria da Tribuna, semana passada, mostrou que a PMFS não teve queda na arrecadação. Importante situar este ponto, para evitar que ao ser cobrado o governo alegue falta de recursos. Este ano, 2016, entretanto, parece que houve mesmo uma desaceleração e teremos que ficar atentos às prioridades dos investimentos municipais e quem ou o que será sacrificado. 

Violência
Não se pode inferir que é uma relação de causa e efeito direta, mas é evidente que a crise vai aumentar os casos de violência, embora a atual explosão de crimes seja multicausal. Na região de Feira não é diferente. Além da própria sede onde parece que a polícia não esta dando conta de conter o crime, a região, incluindo Coração de Maria, Conceição do Jacuípe, trecho da BR 101 até Alagoinhas, tornou-se um verdadeiro faroeste. E pior. Sem xerife. 

Hospital da Criança
É inacreditável que o Hospital da Criança, criado para resolver o problema da saúde pediátrica da região, esteja subutilizado tantos anos depois de inaugurado e recusando atendimentos por falta de vaga, expondo mães a denunciarem o fato à imprensa para conseguir uma cirurgia.
Como não canso de repetir, foi uma escolha errada, ainda que útil, que condenou o atendimento de adultos ao caos da insuficiência de vagas,  mas que apresenta  alta rotatividade de gestores, todos com dificuldade financeiras que levam à restrição do atendimento. Funciona sem otimização e com menor capacidade que  o necessário.

HGCA
Como o novo hospital não vem tão cedo eu quero saber quando o secretário de Saúde vai regularizar o abastecimento do hospital, facilitando a vida do Diretor  e se vai  autorizar reformas básicas para dar condições mais humanas e éticas  de atendimento no Pronto Socorro e Ambulatório, aos profissionais de Saúde e pacientes.
           

Saúde municipal
       O sistema não dá conta do atendimento. Há dificuldades na entrada e um gargalo na assistência secundária, com falta de resolutividade no nível intermediário (especialistas, cirurgias eletivas, tratamentos crônicos, etc)  que acaba prejudicando a população.  Há, sabemos, agravos de saúde que não se consegue resolver na rede. 
       Enfim, a Saúde precisa de investimentos, de um aporte de recurso que, com esta crise, parece cada vez mais difícil de surgir para resolver o problema de uma rede sobrecarregada e mal estruturada.

Publicado no Tribuna Feirense.

Um comentário:

Gardel Santos disse...

A ampliação do currículo não seria uma alternativa considerando que dentro da sua formação o estudante já começa a ter contato cedo com o paciente.Ou o custo do curso é visto como investimento e exige-se seu retorno em um tempo menor?
Esta minha suposição é de um leigo em medicina mais gostaria de conhecer outras posições.