quarta-feira, 13 de abril de 2016

Patriotismo

    
 Hoje, 13 de abril, é o dia dedicado ao Hino Nacional Brasileiro, símbolo nacional que deveria ser alvo de admiração e orgulho por parte de todos os brasileiros patriotas. Mas não é o que acontece. Patriotismo é o sentimento de orgulho, amor e devoção à pátria, à sua história e aos seus símbolos (bandeira, hino, brasão, mitos históricos, riquezas naturais, e patrimônios materiais e imaterial). Então, porque grande parte dos brasileiros não nutre esse sentimento? Há muita discussão e opiniões diversas sobre este assunto.
         Pessoalmente compartilho da ideia de que falta ao brasileiro motivos para amar o seu País. E isso tem raízes históricas. Há um ditado que diz que “guerreiros não nascem feitos, são forjados no campo de batalha”. E quem participa de uma luta para conquistar o que deseja, sabe dar valor ao que tem. Costumo dizer que toda grande nação passou antes por alguma guerra, e por isso conta com esta expressão psicossocial de poder e soberania, que é o amor à pátria, ao país, à terra natal, por parte da quase totalidade da população. Todas as populações dessas nações participaram ou tem história de antecedentes, que participaram de guerra de conquista ou libertação das terras que habitam.
         Não é o caso do Brasil (e temo que nunca será) porque os brasileiros nunca tiveram que lutar para conquistar, libertar ou defender o solo pátrio. Salvo uma guerra contra o Paraguai, uma pequena participação da Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial, e algumas escaramuças internas como a revolta Farroupilha e a Sabinada, o Brasil nunca passou sequer perto do que seja uma verdadeira guerra, um conflito que una todos em torno da luta e do sofrimento. Nem mesmo a nossa independência, tão cantada em prosa e versos, nos custou derramamento de sangue, visto que tudo ficou acordado num acerto comercial entre Portugal e a Inglaterra, que culminou com o Brasil ficando para os brasileiros. Até os nossos “heróis” são fraudes, com exemplifica o caso do “Tiradentes”, que de mártir não tinha nada, era apenas um comerciante e que, recentemente, descobriu-se que enforcaram um bandido encapuzado no lugar dele, enquanto a maçonaria o colocava num porão de navio e o enviava para a França, onde terminou seus dias.

         O próprio “Golpe Militar de 1965”, não teve derramamento de sangue. Muita gente foi presa, deportada, exilada, mas, pelo menos, até 1968, quando os militares começaram a desaparecer pessoas, torturar e matar, não houve guerra. Teve guerrilha, lá pelas caatingas e florestas, e algumas bombas e tiroteios nas cidades maiores. Quem vivia no interior mal tinha conhecimento do que acontecia. A vida seguia como se nada estivesse acontecendo. Então, não houve um conflito de grandes proporções, que fizesse com que os brasileiros se unissem em torno de uma causa, e desse conflito saíssem vitoriosos, mas não sem sofrimento, dor, sangue, luta e perdas. Muitas e dolorosas perdas. Isso forjaria nos brasileiros um espírito guerreiro e pronto para defender o que conquistaram com unhas e dentes. Só assim, sabendo quanto lhes custou ter o que conquistaram, se encheriam de patriotismo.

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