sábado, 9 de abril de 2016

Exposis: a história de amor por trás do 'repelente heavy metal'


Um flerte, em Paris, entre uma estudante de doutorado brasileira e um médico francês especializado em doenças tropicais foi o ponto de partida de uma das empresas que mais crescem no Brasil em meio à recessão: o laboratório Osler, produtor do repelente Exposis.
            Prometendo 10 horas de proteção – contra 4 ou 5 horas de outros repelentes – o Exposis viu suas vendas crescerem 30 vezes em um ano com a guerra ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de zika, chikungunya e dengue. É "o líquido mais precioso da cidade", definiu uma colunista do jornal New York Times, ao comentar sobre a procura pelo produto em São Paulo.
            Foi um desfecho que nem a engenheira de produção Silvia Lundwall nem o médico francês Eric Lundwall esperavam quando se conheceram.
            Formada pela Escola Politécnica da USP, Silvia fazia doutorado na École Centrale de Paris nos anos 90 quando recebeu uma visita da avó, que adoeceu.
            "Ela teve uma infecção, então a levei em um médico que tinha um consultório perto de casa em que já havia levado alguns amigos – era o Eric (que também trabalhava como médico generalista). Ele tratou da minha avó, começamos a nos aproximar mais e o flerte virou casamento", lembra Silvia.
            Não demorou muito para o casal se unir também nos negócios. Eric havia se especializado em doenças transmitidas por mosquitos (até o ano passado ele trabalhava no hospital Avicenne em um serviço de atendimento a viajantes) e havia começado a tocar seu próprio laboratório – o Osler. Silvia, como engenheira de produção, tinha o tino e expertise para os negócios.
            O laboratório criou a linha de repelentes Insect Écran – que tem como princípio ativo a substância icaridina, como o Exposis.
            No início, foi difícil entrar no mercado, já que as farmácias francesas não se interessavam pelo produto de um laboratório desconhecido, segundo Lundwall.
Logo, porém, o Insect Écran começou a ser recomendado por pesquisadores aos médicos que, por sua vez, passaram a receitar o repelente a pessoas que viajavam para áreas de risco de malária. A empresa também venceu concorrências para o provimento de repelentes ao Exército da França.

            A marca acabou sendo vendida em 2005 para um grande laboratório. Mas a essa altura, já estava em curso a empreitada que em alguns anos se tornaria o principal negócio da empresa: a expansão para o Brasil. Click no link e leia matéria completa no BBCBrasil

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