Politicamente, não custa lembrar que
o mesmo PT pediu 4 impeachment contra FHC, dois pedidos por Milton Temer, um
por Genoíno e um por Fantarim, ex-deputados, além dos outros pedidos por outros
partidos. E, resta na memória, famoso artigo de Tarso Genro, em 1999, na Folha,
pedindo o impedimento de FHC. A conversa do golpe, então, destina-se a fornecer
um discurso midiático a militância que, sem argumentos para justificar a
corrupção endêmica que saqueou o país, a falência ética total do partido, os
recursos ilegais nas campanhas de Dilma, como revelam as construtoras e o
marqueteiro preso, as pedaladas fiscais para cobrir o rombo das contas, e o
estelionato eleitoral, apegam-se a este grito de salvação.
Ao
tentar justificar o crime, acusam o sucessor, como se os pecados do outro, de
resto, ex-parceiro e tendo recebido os votos da parceria, invalidassem o
correto processo jurídico. Dilma tentou, claramente, obstruir a justiça ao
tentar nomear Lula ministro, que, impedido, armou um balcão de negociatas em um
hotel, transformando a presidente em um fantoche sem poder e sem significância.
Enquanto isto o Brasil segue em um processo violento de afundamento econômico,
moral, ético, administrativo, injusto com a população. Impossibilitada de
governar, falta a Dilma a grandeza da renúncia.
Longe de nós, entretanto, acreditar
que o poder em que tem Cunha como segundo homem na linha sucessória e Renan na
terceira, seja a solução definitiva. É a opção do momento, visto que a
convocação de eleições, embora tentadora, está fora da Constituição.
O que o Brasil precisa é não
descansar no Day After, não acreditar que vai amanhecer com a sensação do dever
cumprido. Evidente que Cunha e, talvez Renan, serão rifados no dia seguinte.
Será inevitável e serão presos, mas não poderemos descansar para que estas
forças -o habitualmente torpe PMDB, salvo as exceções- não use sua força para
impedir as ações da lava-jato ou para criar medidas que a enfraqueçam.
A luta só termina quando ela acaba.
E o impeachment não acaba a luta, apenas, finda uma batalha.
Como disse o brilhante Churchill, na
segunda guerra, após vencer uma batalha contra os alemães : isto não é o fim,
não é nem mesmo o começo do fim, mas é, talvez, o fim do começo.
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