quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Anistia Internacional decide defender descriminalização da prostituição

Após ser alvo de críticas por veículos de imprensa e até atrizes de Hollywood, a ONG de direitos humanos Anistia Internacional aprovou nesta terça-feira (11) uma resolução permitindo a criação de uma campanha para proteger profissionais do sexo, que inclui a defesa da total descriminalização da atividade.
“Profissionais do sexo são um dos grupos mais marginalizados no mundo e são alvo de constante discriminação, violência e abuso na maioria das instâncias”, afirmou Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional, em texto divulgado pela entidade.
A decisão foi tomada pelo conselho internacional da Anistia durante encontro em Dublin, na Irlanda, após atrizes como Meryl Streep, Kate Winslet e Anne Hathaway e outras pessoas e organizações assinarem uma carta rechaçando a resolução.
Na carta, o grupo disse se preocupar com a possibilidade de a entidade adotar uma “política que levaria à descriminalização dos cafetões, dos donos dos bordéis e dos consumidores do sexo”, base de uma indústria que “move US$ 99 bilhões”.
O grupo diz ainda que a Anistia tardou em “entender que os direitos das mulheres são direitos humanos e incorporar esse conceito em sua missão”, mas é uma organização vista como “modelo para a mobilização do público” para garantir a implementação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
“O documento prejudica essa reputação histórica”, completa.

A organização Coalizão contra o Tráfico de Mulheres (CATW, na sigla em inglês), que também assinou a carta, é favorável a descriminalizar as atividades dos trabalhadores do sexo, mas diz que liberar o comércio transforma “cafetões em homens de negócio”. (BBCBrasil)

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