Após ser alvo de críticas por veículos de
imprensa e até atrizes de Hollywood, a ONG de direitos humanos Anistia
Internacional aprovou nesta terça-feira (11) uma resolução permitindo a criação
de uma campanha para proteger profissionais do sexo, que inclui a defesa da
total descriminalização da atividade.
“Profissionais do sexo são um dos grupos
mais marginalizados no mundo e são alvo de constante discriminação, violência e
abuso na maioria das instâncias”, afirmou Salil Shetty, secretário-geral da
Anistia Internacional, em texto divulgado pela entidade.
A
decisão foi tomada pelo conselho internacional da Anistia durante encontro em
Dublin, na Irlanda, após atrizes como Meryl Streep, Kate Winslet e Anne
Hathaway e outras pessoas e organizações assinarem uma carta rechaçando a
resolução.
Na carta, o grupo disse se preocupar com a
possibilidade de a entidade adotar uma “política que levaria à
descriminalização dos cafetões, dos donos dos bordéis e dos consumidores do
sexo”, base de uma indústria que “move US$ 99 bilhões”.
O grupo diz ainda que a Anistia tardou em
“entender que os direitos das mulheres são direitos humanos e incorporar esse
conceito em sua missão”, mas é uma organização vista como “modelo para a
mobilização do público” para garantir a implementação da Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
“O documento prejudica essa reputação
histórica”, completa.
A
organização Coalizão contra o Tráfico de Mulheres (CATW, na sigla em inglês),
que também assinou a carta, é favorável a descriminalizar as atividades dos
trabalhadores do sexo, mas diz que liberar o comércio transforma “cafetões em
homens de negócio”. (BBCBrasil)
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