sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Dilma e a renúncia

Independente de afinidade partidária é evidente que não há mais sustentação política para que este governo recupere a economia, refaça a governabilidade, garanta as conquistas realizadas e nos conduza a algum futuro.
O momento exige uma estatura moral e de liderança que a presidente nunca teve, mas que se agravou após ela permitir que o mínimo que o próprio cargo gera se esfacelasse e falecesse após meros sete meses de mandato.
Dilma é completamente refém do Congresso que transforma pautas inadequadas em armas e demonstrações de forças, ainda que prejudique o país; e não tem articuladores com credibilidade pois os petistas ilustres ou estão presos ou na iminência de o serem, o que a obriga a contar com Sibá Machado- uma desistência de Deus- e Mercadante - um aloprado com quem ninguém comunga-, apenas suporta.
Vítima de seu próprio gênio e de suas limitações cognitivas Dilma não apresenta os requisitos necessários para enfrentar a matilha esfomeada, o fogo-amigo, os que se opõem legitimamente ao seu poder e a população que sente os efeitos da crise.
Enfraquecida politicamente ainda que socialize os cofres públicos, ameaçada pela inevitável Lei de Responsabilidade Fiscal e pelas investigações que rondam sua campanha, Dilma, se converte em uma rainha que já não reina e marcha para se tornar uma anedota.
O país precisa encontrar uma solução antes que seja tarde demais. Dilma, embora tenha aceitado e compactuado com o jogo, sob certa medida, é até uma vítima do seu partido. Agora, enquanto ainda lhe resta a liturgia do cargo, ela terá a chance de fazer uma opção pelo destino do país. O gesto redentor é o reconhecimento e a renúncia; o gesto de risco é prolongar a agonia e enfrentar o impeachment; o gesto irresponsável, alimentar o enfrentamento social com seus exércitos financiados para manter-se no poder.
Dilma, pela primeira vez, no poder, tem a escolha do nosso futuro e será julgada por ela.

Nenhum comentário: