Independente de afinidade partidária é
evidente que não há mais sustentação política para que este governo recupere a
economia, refaça a governabilidade, garanta as conquistas realizadas e nos
conduza a algum futuro.
O momento exige uma estatura moral e de
liderança que a presidente nunca teve, mas que se agravou após ela permitir que
o mínimo que o próprio cargo gera se esfacelasse e falecesse após meros sete
meses de mandato.
Dilma é completamente refém do Congresso
que transforma pautas inadequadas em armas e demonstrações de forças, ainda que
prejudique o país; e não tem articuladores com credibilidade pois os petistas
ilustres ou estão presos ou na iminência de o serem, o que a obriga a contar
com Sibá Machado- uma desistência de Deus- e Mercadante - um aloprado com quem
ninguém comunga-, apenas suporta.
Vítima de seu próprio gênio e de suas
limitações cognitivas Dilma não apresenta os requisitos necessários para
enfrentar a matilha esfomeada, o fogo-amigo, os que se opõem legitimamente ao
seu poder e a população que sente os efeitos da crise.
Enfraquecida politicamente ainda que
socialize os cofres públicos, ameaçada pela inevitável Lei de Responsabilidade
Fiscal e pelas investigações que rondam sua campanha, Dilma, se converte em uma
rainha que já não reina e marcha para se tornar uma anedota.
O país precisa encontrar uma solução antes
que seja tarde demais. Dilma, embora tenha aceitado e compactuado com o jogo,
sob certa medida, é até uma vítima do seu partido. Agora, enquanto ainda lhe
resta a liturgia do cargo, ela terá a chance de fazer uma opção pelo destino do
país. O gesto redentor é o reconhecimento e a renúncia; o gesto de risco é
prolongar a agonia e enfrentar o impeachment; o gesto irresponsável, alimentar
o enfrentamento social com seus exércitos financiados para manter-se no poder.
Dilma, pela primeira vez, no poder, tem a
escolha do nosso futuro e será julgada por ela.
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