sábado, 29 de agosto de 2015

Um país surrealista

Diante de uma comissão do Senado, o procurador geral da República submete-se a uma sabatina de dez horas (uma tortura, aqui para nós), a fim de ter seu nome confirmado no posto.

Diante dele, uma plateia de parlamentares na qual estão pelo menos dez acusados por ele próprio, o procurador, de vultosa corrupção.

Logo na frente, senta-se o que tem “aquilo roxo” e já presidiu este País, tendo sido enxotado do cargo, inclusive com  amplo apoio do PT nos protestos, em 1992, por corrupção, corrupção esta que envolveu, pasmem, ter recebido como presente uma prosaica Elba, carro da Fiat.

Este é o Brasil, este é o país em que vivemos e onde as leis são motivo de chacota por parte de todos os criminosos, desde um ex-presidente da República, até o mais vagabundo dos bandidos. Ninguém teme a lei, e alguns se acham tão especiais que podem passar por cima dela.


Collor de Mello,  o ex-presidente em pauta, xinga o procurador, diz mil desaforos e se ufana, claramente, por sua “coragem.”
Do “outro” lado, no Planalto, a presidente acossada anuncia a extinção de dez ministérios e o corte de cargos comissionados. Reação imediata do lado de “cá”, lado este que já ganhou a promessa de R$ 500 milhões em benesses, numa tentativa patética do Executivo de salvar a relação com a base “aliada”, mas que não admite, de forma alguma, abrir mão dos cargos que envolvem os dez ministérios a serem extintos (sic).
Mais um teatro do absurdo (Ionesco que o diga!), mas um espetáculo patético que tem como único objetivo tentar engabelar uma população coagida por tremendo arrocho, resultante de irresponsabilidades fiscais e outras tantas que tiveram fim eleitoral.
De marqueteiro em marqueteiro, de ministro em ministro, de discurso surreal em discurso surreal, lá vai o Planalto tentando empurrar com a barriga uma crise óbvia, de causas óbvias, e que tem gerado a paralisação da economia do País.
Taxistas, donos de restaurantes e lojas, shoppings em geral, todos eles e muito mais que o digam o inferno astral que baixou sobre a sociedade, devedora e sem dinheiro, desempregada e sem esperanças.
Pois é. Assim segue a humanidade neste canto abaixo do Equador, vizinho de um presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, dito socialista, que expulsa imigrante à base do exército, e próximo de outro “socialista”, Evo Morales, flagrado mandando um assessor abaixar-se, durante ato público, para amarrar os cadarços do seu (do presidente) sapato. E haja saco!

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