quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Vamos de sal a pior

A Associação Americana do Coração tem como meta o consumo de 1g de sal em 2021. Mas esta meta tem sido contestada, pois não há evidências que um consumo menor que 2,4g seja benéfico. Ao contrário, parece aumentar a mortalidade, assim como o consumo de mais de 6g/dia. Segundo o nefrologista César Oliveira, os indivíduos podem ser sal-sensíveis ou sal-insensíveis, de acordo com a resposta fisiológica a uma sobrecarga de sal. Outros fatores genéticos também impactam no resultado do consumo excessivo do produto. Ou seja, cada organismo reage de uma forma diferente a uma mesma situação. Então, como vemos, ainda estamos engatinhando neste campo, tentando entender os meandros do metabolismo humano. Mas aí entram em cena os nossos sábios políticos, paternais protetores do povo, pais dos desvalidos, burros, ignorantes, e querem proibir que se coloque sal nas mesas dos restaurantes, como se isso fosse evitar que as pessoas ingerissem o produto. Suas “jumentências” só se esqueceram de um detalhe importante. As pessoas têm livre arbítrio, se desejarem, podem exigir o saleiro ao garçom.  A medida de impedir a colocação de saleiros nas mesas não tem sequer um mísero estudo científico que mostre resultado sobre a morbidade e mortalidade, carecendo, portanto, de evidência médica, não passando de empirismo. Teríamos de calcular a frequência. Como sabiamente diz o Dr. César, “ao fim, trata-se somente da velha mania do ‘estado’ de interferir e infernizar a vida do cidadão, e dos vereadores gastarem o dinheiro público para produzir inutilidades sem embasamento”. Isso é o que se chama de dar um tiro no próprio pé. Com sal grosso.
Em tempo: Na Casa da Cidadania o projeto foi rejeitado em segunda discussão. 

Por falar em sal
         Esta semana estivemos refletindo aqui em casa sobre a parábola cristã que exorta as pessoas a serem “Sal da Terra” e “Luz do Mundo”. Creio que estamos fracassando fragorosamente neste quesito para a “preparação para o Reino de Deus”. Conforme nosso entendimento, para sermos o “Sal da Terra”, implicaria em termos a capacidade do sal em proteger a matéria orgânica de deteriorar, corromper. Não estamos fazendo isto. Pelo contrário, as pessoas estão se corrompendo em velocidades assustadoras. Quanto a sermos “Luz do Mundo”, implicaríamos em sermos como faróis a guiar os nossos semelhantes na difícil jornada da vida. Teríamos que ser exemplos de bondade, misericórdia, honestidade, coragem, determinação, amor ao próximo, esperança e fé, entre outras virtudes cristãs”. Mas vejam, justamente aqueles entre nós, que se propõem a ser pastores de almas, guias das massas, dão a toda hora exemplos de conduta contrária ao que pregam. Por isso o mundo parece piorar a cada dia que passa. É bom começarmos a pensar, e muito, nisso. Precisamos mudar a nós mesmos, se queremos que o mundo mude para melhor.

Promessas
        
“Palavras são palavras nada mais que palavras”, afirmava Valfrido Canavieira, prefeito da fictícia cidade de Chico City, criada pelo humorista Chico Anísio. Canavieira mal escondia o seu caráter desonesto e enganador, pois apostava na memória curta do povo, que o elegia seguidas vezes mediante trocas de pequenos favores. Estou dizendo isso porque me lembrei (minha memória de curta não tem nada), que o então candidato ao governo do Estado, Rui Costa, afirmou aqui em Feira de Santana, numa emissora de rádio, que o novo hospital regional que tanto precisamos teria sua obra iniciada ainda no primeiro semestre do seu governo. Já estamos no segundo semestre e ninguém fala mais nisso. Mas na propaganda da televisão, dá até gosto de morar na Bahia. Naquela Bahia, não nesta em que vivemos nossa dura realidade.

A Onda
         Esse filme não é novo, mas eu ainda não havia assistido. Depois que assisti, me veio a certeza de que não só já vi filmes tratando do mesmo tema como também já vivenciei e vivencio atualmente a experiência. A história é a seguinte: Um professor resolve dar aulas sobre autocracia de forma prática. Ele envolve os alunos em um projeto para encenar um regime autocrata na sala de aula. Eleito o líder do projeto, ele começa a induzir os alunos a assumir posturas idênticas, eliminando os traços individuais da personalidade e do caráter de cada um, transformando-os num bloco focado em uma só ideia e um só propósito. “Unidos somos fortes, é o lema da Onda”. Logo vieram um uniforme, uma saudação militar, e quem não estava com eles estava contra eles. Como o poder corrompe, o próprio professor se deixou levar pela ideia de ser um líder político e transformar o projeto em realidade, na forma de um partido político talvez, que os levaria, de fato, ao poder. A Onda assumiu proporções tais que os seus integrantes já davam ordens, estabeleciam padrões de comportamento, e excluíam, usando até de violência, quem não se enquadrasse no contexto por eles ditado. Como não podia deixar de ser, a coisa terminou em tragédia. Não lhe parece familiar? Se não assistiu, recomendo que assista. A Onda. Ah! A trama se desenvolve numa escola alemã.

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 Por hoje é só que agora eu vou ali comprar uma espingarda de socar para dar uns tiros de sal grosso na bunda de alguns mentirosos.


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