sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Artigo

Se queres a paz, prepara a guerra”

A frase é de Nicolau Maquiavel, e foi proferida em seus conselhos ao
Príncipe. Na linguagem popular, dir-se-ia que “quem tem fio-o-fó, tem medo”. Contra a força não há argumento. Se alguém, ou alguma cidade, estado ou país, deseja ser respeitado, tem que mostrar-se forte. Se a memória não me falha, é de Esopo uma fábula sobre o lobo e o carneiro. Segundo ele, estava o carneiro a beber água no córrego, quando chegou o lobo e disse que ele estava sujando a água que ele, o lobo, estava bebendo. O carneiro argumentou que aquilo era impossível, pois ele estava bebendo rio abaixo e o lobo rio acima. De nada serviram os justos argumentos do carneiro, pois o lobo fez valer a sua força e matou o carneiro.
Quando o agressor decide agredir, argumentos não bastam. A vítima tem que se mostrar forte, se não quiser ser agredida. Mas isso é só um princípio básico para o respeito mútuo. A violência que grassa em todo o País, tem origem na impunidade, na injustiça social. E no Brasil toda a organização social e política está mergulhada no caos. Inocentes ou reles ladrões de galinha estão presos, enquanto perigosos bandidos estão soltos.
Juízes corruptos, vendedores de sentenças, policiais mal pagos, mal armados e desprovidos de qualquer técnica mínima ao desempenho das suas funções. Governantes que preferem investir em festas, em prejuízo da educação (vide, o prefeito de Salvador, tirando a merenda da boca dos estudantes para investir no Carnaval). Direitos humanos exigidos para os bandidos em prejuízo das suas vítimas.
É cometida toda sorte de crimes, além da agressão física direta entre indivíduos. Crimes contra a ética, a economia, às gestões públicas, ao meio ambiente, aos direitos dos cidadãos, entre outros. Está certo o arcebispo metropolitano, Dom Itamar Vian, quando diz que “Segurança Pública é dever do Estado, e que ela também é direito e responsabilidade de todos, e que deve ser exercida para a preservação da ordem pública e da integridade das pessoas e de seus bens”.
Quando o governo desarmou os cidadãos de bem, deu aos bandidos carta branca para agirem livremente, certos de que não haveria reação e, com o poder Judiciário corrompido, ineficaz e inoperante, só restou ao cidadão as lágrimas.
É também de Maquiavel a frase: “Os fins justificam os meios”. Quis dizer ele, entre outras coisas, que o uso da força é necessário quando falham os argumentos. Mas a bandidagem e os inocentes úteis fizeram o povo acreditar que Maquiavel era um monstro a serviço dos poderosos. Eu defendo o uso da força para combater a bandidagem. Se isso é ser “maquiavélico”, eu o sou desde criança.

Nicolau Maquiavel, em
italiano Niccolò Machiavelli, (Florença, 3 de Maio de 1469 — Florença, 21 de Junho de 1527) foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pela simples manobra de escrever sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser.

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