Em uma grande agência de emprego no
centro de São Paulo, uma cena se repete: com currículos em mãos,
dezenas de pessoas formam fila para falar com a recepcionista. "Você se
cadastrou no nosso site?", ela pergunta. A frustração dos candidatos é
visível, assim com o cansaço da mulher que, do outro lado do balcão,
atende centenas deles em uma manhã.
O drama das 12 milhões de
pessoas que hoje estão sem trabalho no Brasil é bem conhecido. Mas pouco
se fala dos efeitos do desemprego para quem fica nas empresas. Com 3
milhões de demitidos nos últimos três meses de 2016, segundo o IBGE,
quem continua contratado pode virar um "funcionário-polvo", acumulando
funções de ex-colegas, além de precisar lidar com o medo do desemprego.