Não, não queremos que a Vale morra. Queremos apenas que deixe de matar.
É preciso esclarecer que o fato de cobramos punição a Vale não é uma
campanha por sua extinção. O que não toleramos é saber que a Vale
distribuiu R$79 milhões de reais em 2014 a políticos- imagina na última
campanha-, reajustou os bônus de seus diretores, mas sequer indenizou
alguém na tragédia de Mariana.
É preciso mudar esse cenário e punir os autores desse assassinato em massa, em Brumadinho. Não foi
acidente- acidentes acontecem-, mas opção negligente, depois de um
aviso contundente. E envolve todos: o ex- governador Pimentel, do PT, -
estranhamente poupado pela imprensa, a mesma que, incrivelmente, chegou
a acusar Bolsonaro como responsável-, afinal, foi seu governo que após
os 19 mortos de Mariana, ao invés de endurecer, preferiu afrouxar a
liberação das licenças de barragens, inclusive, aceitando um modelo que
outros países, até da América do Sul, não aceitam mais ter; a TUV,
empresa alemã que parece ter se aclimatado demais ao Brasil e que deu
laudo atestando a segurança da barragem; os engenheiros da Vale; e,
sim, impiedosamente, seus executivos, afinal, são eles que tomam as
decisões que lhe são apresentadas. Queremos que a Vale recupere o
possível do Meio Ambiente, indenize as famílias decentemente, pague suas
multas, adote medidas reais de compliance,e encerre seu modelo
administrativo baseado na compra de facilidades e políticos.