sábado, 26 de setembro de 2009

Quem pode doar sangue?

Em virtude da campanha de doação de sangue que será realizada nesta segunda-feira (28) no Hospital Dom Pedro de Alcântara, estamos publicando esta lista, resumida, sobre quem pode ou não doar sangue.

Quem pode doar sangue:

Podem doar sangue todas as pessoas que:
• Estejam documentadas (com carteira de identidade ou outro documento equivalente);
• Tenham boas condições de saúde;
• Tenham entre 18 e 60 anos;
• Pesem, no mínimo, 50 quilos;
• Não tenham ingerido bebidas alcoólicas nas 24 horas que antecedem a doação;
• Tenham dormido, pelo menos, seis horas nas últimas 24 horas;
• Não sejam usuários de drogas;
• Não tenham múltiplos parceiros;
• Não tenham doença hematológica, cardíaca, renal, pulmonar, hepática, diabetes, hipertireoidismo, hanseníase, tuberculose, câncer, sangramento anormal ou epilepsia;
• Nunca tenham tido doenças de chagas ou malária;
• Não tenham contraído sífilis, hepatite e não tenham tido contato com o inseto barbeiro.

Impedimentos temporários

Para não comprometer a saúde, uma pessoa não deve doar sangue se:
• Estiver grávida ou em período de amamentação;
• Tiver feito alguma cirurgia importante há menos de seis meses;
• Tiver realizado um parto normal ou tido um aborto há menos de três meses;
• Tiver feito uma doação há menos de 60 dias, se for homem, ou há menos de 90 dias, se for mulher.

Fonte: Poupa Clique – Saúde

sexta-feira, 25 de setembro de 2009




Figuras Populares
Neste domingo, a partir de 11 horas, na sede social da Euterpe Feirense, na rua Conselheiro Franco, o VIII Encontro de Figuras Populares, uma promoção das Organizações Tracajá (leia-se, Reginaldo Pereira). Música dos artistas da cidade e de outras paragens, cordel, artes plásticas, contadores de causos e muito mais para alegrar o domingão dos feirenses, natos ou de coração. Vamos lá, encontrar os amigos, comer, beber e jogar conversa fora. A entrada é franca.
Novidade
O vereador Roque Pereira acaba de descobrir que a Terra é redonda. Em discurso na Câmara Municipal, ao anunciar que a Prefeitura realizará em breve uma reforma de infra-estrutura na Praça da Catedral, situada no centro da cidade, ele disse que “o local está abandonado e não tem segurança. Além de servir de abrigo para moradores de rua, a praça transformou-se em palco de prostituição, vandalismo, assaltos e tráfico de drogas”. Isso ocorre há uma década ou mais, mas, esquecerem de avisar ao vereador.

Beleza Negra
A Câmara Municipal realizou uma sessão especial pela passagem do Dia Municipal da Beleza Negra. O presidente do Legislativo, Antônio Carlos Ataíde, conclamou a população a participar. Dirigentes de entidades que atuam em defesa dos negros em Feira de Santana estiveram presentes na sessão. As palestrantes convidadas foram duas celebridades baianas: a cantora Margareth Menezes e Nêga Jhô.

Nômades
Acontece hoje (25), às 20 horas, no Museu de Arte Contemporânea, a “Exposição de Artes Visuais” Nômades. O evento tem o apoio cultural da UEFS, através do Cuca.

Missa
Como acontece todos os anos, no próximo dia 12 de outubro o casal Sebastião e Cinira Soares (leia-se, Transoares), fará celebrar uma missa de agradecimento a Deus e a Nossa Senhora Aparecida, às 10 horas, na Capela da Fazenda São Sebastião, no vizinho distrito de São Gonçalo dos Campos. Desde já, agradecemos o convite.

Quem explica?
O diretor do Departamento de Uso e Ocupação do Solo da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Arcênio Oliveira, foi exonerado porque deu parecer contrário para a construção de mil unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, numa área que fica há cerca de 50 metros da indústria Vipal, empresa que atua na área de borracha. Não é preciso ser técnico para saber que não se deve construir casas numa área industrial. Mas o procurador geral do município, que é advogado, não engenheiro, derrubou o parecer do engenheiro e liberou a área para a Construtora FCK realizar a obra. Que interesses estão por trás disso? Alguém explica? O certo é que os moradores do novo conjunto terão problemas com poluição.

Ficha limpa
A proposta que institui a "ficha limpa" para as eleições será entregue na próxima terça-feira à Câmara dos Deputados. O projeto de lei, de iniciativa popular, recebeu 1,3 milhão de assinaturas, coletadas pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O texto torna inelegível candidato condenado em primeira instância ou denunciado por crimes como improbidade administrativa, uso de mão-de-obra escrava e estupro. Tem nosso apoio irrestrito!

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Por hoje é só que agora eu vou ali me preparar para o Encontro de Figuras Populares, eu, inclusive, sem modéstia, uma delas.

Sombras do passado





Foi lançado ontem (24), no Centro de Cultura Amélio Amorim, o livro “Sombras do Passado”, do escritor Osvaldo Ventura. Bastante prestigiado o evento teve participação do Coral Unimed (foto). Já comecei a ler o livro, em breve, comentarei.

Artigo da Semana


A história sem fim

No editorial que abre o primeiro caderno da edição especial de aniversário do jornal NoiteDia, eu falo que, na pesquisa que fiz nos arquivos do jornal, notei que as notícias se repetem sempre, apenas mudam os personagens e os cenários. Com isso quero dizer que a cidade cresceu, se modernizou, mas os problemas persistem, pois, os governantes prometeram muito, falaram muito, mas resolveram pouco.

O primeiro exemplar do Jornal NoiteDia, que circulou em 18 de setembro de 1998, traz na capa os problemas do Fluminense de Feira, que continuam os mesmos. Os mesmos problemas nas áreas de saúde e educação, entre outros. O mesmo discurso dos políticos, como João Borges, defendendo o Imposto Único.

Coincidentemente, a coluna “Em Tempo”, do jornalista Alex Ferraz, publicada na edição de terça-feira passada (22) no jornal Tribuna da Bahia, traz as mesmas observações que fiz. Também empenhado na confecção de uma edição especial comemorativa dos 40 anos do jornal, Ferraz, ao folhear os arquivos, constatou como a história se repete e parece não ter fim.

Há quarenta anos a Tribuna da Bahia noticiava que os pivetes tomaram conta do centro da cidade. Atualmente, mudando apenas o adjetivo de “Pivete” para “Sacizeiros”, o jornal noticia que eles tomaram conta do centro de Salvador, notadamente nas proximidades da Praça da Sé, onde abordam transeuntes e comerciantes, assaltando e roubando, para comprar a pedra de crack de cada dia.

Também há 40 anos, o jornal noticiava que “os presídios brasileiros são verdadeiras escolas do crime”. Vivemos, atualmente, a mesma realidade piorada. Os bandidos estão mais ousados e cruéis a cada dia. O povo protesta, os governantes discursam com eloqüência, mas, não resolvem o problema.

São inúmeros os problemas sociais que o País enfrenta e que nunca são solucionados. Em 1950, Luiz Gonzaga fazia o seu protesto: “Seu Dotô, os nordestino, tem muita gratidão, pelo auxilio dos sulistas, nesta seca do sertão. Mas, Dotô, uma esmola, pra um home que é são, ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão”.

O sertanejo, quase 60 anos depois, ainda sofre com as estiagens, mas o governo prefere dar a esmola, e viciar o cidadão. A escola pública é uma lástima. Na saúde, quem não tem dinheiro, morre. O transporte de massa continua ruim, mesmo nas grandes capitais. As polícias são despreparadas, desequipadas e mal pagas.

Eu, que gosto de observar o que acontece à minha volta, e não vivo contemplando o próprio umbigo, ponho meus sentidos em alerta e sinto que estamos chegando a um ponto de ruptura. Alguma coisa, grave, vai acontecer em breve. Basta prestar atenção aos sinais dos tempos.

Cronica da semana


Cosme Santos, o sincero

Cosme é médico. Simpático, amigo, humano, e muito sincero. Diz o que pensa, doa em quem doer. Certa vez, trabalhando num hospital, onde uma enfermeira havia sido nomeada diretora, ele deu um claro exemplo da sua sinceridade. É que a moça, vaidosa como toda mulher, gabava-se da sua administração, por conta dos elogios gratuitos que recebia dos subalternos e puxa-sacos.
Um dia ela caiu na besteira de pedir a opinião de Cosme. Dizia ela: “Cosme, você é único que ainda não deu sua opinião sobre o meu trabalho à frente do hospital”. Ele não fez de rogado, e disse: “Você como mulher, é gostosa. Como enfermeira, é passável. E como administradora, um cocô”. Ela nunca mais falou com ele.
Ele estava de plantão na emergência de um hospital, quando chegou um rapaz, vítima de acidente com moto. O rapaz, que pilotava trazendo o capacete pendurado no braço, estava em estado grave, com traumatismo craniano. Chateado, por saber que o rapaz não usava o capacete, Cosme foi saindo do centro cirúrgico e passava pela sala de espera, quando a mãe do rapaz o abordou: “E aí, doutor, como é que ele está”? Aborrecido, Cosme respondeu: “O cotovelo dele está ótimo, mas, a cabeça está uma merda”.
O único defeito de Cosme (se é que isso é defeito), é que ele é chegadíssimo em mulher. Pra ele não importa se é solteira, casada ou viúva. Vestiu saia, não é escocês nem padre, é com ele mesmo. Mas, como esse negócio de andar com mulher casada sempre acaba em rolo, ou coisa pior, uma vez ele teve que se esconder às pressas embaixo da cama de um casal. A espera foi longa e ele, cansado, pegou no sono. O pior é que ele ronca, e acabou acordando o marido traído. Não morreu porque não era o dia dele, ainda.
Cosme andava saindo com uma comadre dele, mulher de um garçom de restaurante da cidade. Os amigos chamavam a atenção dele, e os amigos do garçom botavam lenha na fogueira: “Sua mulher está lhe traindo. Abra o olho”. E como um dia a casa sempre cai, um dia caiu. Cosme estava num motel com a comadre, sem saber do tamanho da encrenca que vinha por aí.
Avisado pelos amigos, o garçom foi bater na porta do motel. Na portaria, perguntou se o Doutor Cosme se encontrava. Ante a negativa do porteiro, ele disse: “Olha, eu sei que ele está aí. Eu trabalho no mesmo hospital que ele. Pode ligar pra ele e dizer que é o Trindade, enfermeiro do hospital que está aqui querendo falar com ele. Trata-se de uma emergência. É caso de vida ou morte”.
O porteiro, temendo ter que carregar uma morte na consciência, ligou para o apartamento de Cosme: “Está aqui um senhor Trindade, disse que é enfermeiro do hospital, e que precisa falar com o senhor, urgente”. Cosme mandou que o deixasse entrar. Enrolou uma toalha na cintura e foi abrir a porta, deixando a comadre na cama. Quando abriu a porta, deu de cara com o compadre. Surpreendido no ato, só teve forças para dizer: “Não é nada disso que você está pensando”!

Emprego

A Casa do Trabalhador está oferecendo vagas para 500 pedreiros, carpinteiros e marceneiros, para atender à demanda de uma grande construtora da cidade. Contudo, até o momento só conseguiu pouco mais de 30. Os motivos são vários. Vai desde a questão salarial até a qualificação profissional, passando pela questão do programa “Bolsa Família”. No desespero, a construtora está se propondo até a capacitar e qualificar os interessados.
Problema semelhante aconteceu em Fortaleza, onde o Sindicato da Indústria Têxtil promoveu um curso de formação de costureiras, para atender à demanda do setor. Formadas as costureiras, nenhuma quis aceitar emprego, porque, se tivessem a carteira de trabalho assinada, perderiam o benefício do Bolsa Família.
É por essas e outras, que tanto se contesta o benefício do programa, que dá, sem pedir uma contrapartida, fomentando assim a vagabundagem. Ajuda só se deve dar a quem quer ser ajudado. E é necessário que o necessitado saiba receber e valorizar a ajuda que recebe, retribuindo, de alguma forma, o auxílio recebido.
Já passou da hora do governo federal rever e dar um novo formato ao programa, para incentivar e promover o trabalho e a produtividade. Poder-se-ia, por exemplo, oferecer cursos de capacitação aos beneficiários do programa, e condicionar o benefício aos qualificados, a sua permanência no mercado de trabalho. Mesmo trabalhando, o benefício poderia continuar sendo concedido, por tempo indeterminado, até que a família do beneficiário alcançasse um padrão de vida acima da linha de pobreza.
Ainda quanto à questão do Bolsa Família, a vida profissional dos beneficiários poderia ser monitorada pelo governo, de forma que, caso perdesse o emprego, se soubesse qual a causa, e, em cada caso, tomar as medidas necessárias. Por exemplo: Simples demissão, se buscaria outra vaga para ele. Em caso de pedido de demissão, ele teria que arrumar imediatamente outro emprego, sob pena de perder o benefício. Demissão por justa causa, perda imediata do benefício. Algumas regras assim dariam mais valor ao programa.
Mas, tem ainda a questão salarial. No caso dos pedreiros, por exemplo, eles cobram, no mínimo, R$ 50,00 por dia de trabalho no mercado informal. Mantendo-se ocupado 25 dias por mês, eles recebem R$ 1.250,00. Quando colocados no mercado formal, recebem o salário comercial, cerca de R$ 600,00. Eles não consideram benefícios como assistência médica, previdência, vale transporte, vale refeição, PIS, FGTS, etc. .
Entendem eles que, trabalhando no mercado informal, ganham mais, fazem seus próprios horários, não têm chefes para lhes cobrar nada, e não há o risco de demissão. O mercado formal precisa ser mais atrativo para conquistar os profissionais qualificados de que tanto necessita. Vale a pena refletir sobre estas questões.

HDPA: capacitação em Hemoterapia e campanha de doação de sangue


O Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA), em parceria com o Instituto de Hematologia de Feira de Santana (IHEF), promove nesta segunda-feira (28), a partir das 09:30, um curso de Capacitação em Hemoterapia. O curso é dirigido, prioritariamente, aos funcionários do Hospital, mas, é aberto a todos, conforme explica a enfermeira Marizélia Freitas, coordenadora do evento.
Segundo ela, embora não seja cobrada taxa de inscrição, as vagas são limitadas. “Nós desejamos a participação dos funcionários do hospital, portanto, prioritariamente, as vagas são para eles. Temos que limitar as vagas porque com a sala muito cheia não alcançaremos um bom nível de aprendizado”, explica Marizélia, que também é coordenadora do Serviço de Educação Continuada do HDPA. O curso será ministrado no auditório do próprio Hospital.
Paralelamente ao curso, será realizada uma campanha para doação de sangue. O IHEF disponibilizará, durante todo o dia, máquinas e pessoal para receber as doações. O IHEF é fornecedor de sangue para o HDPA, numa parceria que já dura muitos anos.
O evento conta também com o apoio da Faculdade Nobre (FAN).

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Del Feliz faz shows na Europa


O forrozeiro Del Feliz é uma das atrações da grande Lavagem de Madeleine, em Paris, que está acontecendo esta semana, mais precisamente de 22 a 27. Del Feliz participa do evento – idealizado pelo músico baiano Robertinho Chaves, há nove anos – ao lado de outros baianos como Carla Visi, Jota Velloso, entre outros.

O cortejo comandado pelos artistas baianos sairá da Bolsa de Valores em direção ao templo, passando pelas principais ruas do centro de Paris e no final chegando às escadarias da Igreja de Madeleine, para efetuar a tradicional lavagem.

O evento retrata a força do sincretismo religioso entre católicos e seguidores do candomblé, além de reforçar a cultura afro-brasileira. Em resumo, é a Lavagem do Bonfim na França. São esperadas mais de 10 mil pessoas, entre brasileiros e Franceses.

Agenda
A agenda de Del Feliz envolve outras três apresentações na Suíça e Itália entre os dias 22 e 27 de setembro, além de mais um show em Paris, dia 28.09. Na oportunidade, o forrozeiro estará lançando seu novo CD – TRIBUTO A ACCIOLY NETO.
Em novembro, ele fará o lançamento oficial deste novo trabalho aqui no Brasil, em Salvador, no Cais Dourado.

Lavagem do Bonfim na França


Para quem conhece um pouco Salvador, a história pode parecer velha. Baianas e baianos vestem suas roupas brancas, põem seus colares de candomblé, pegam rodos, vassouras, baldes, água-de-cheiro, e se postam diante de uma igreja – uma igreja com escadaria. Depois, juntos, começam a lavá-la, degrau por degrau. Assim é feita, no primeiro domingo de janeiro, ano após ano, a Lavagem do Bonfim, em Salvador. O que pouca gente sabe é que o mesmo ritual acontece, nove meses depois, em um lugar onde as pessoas preferem o roquefort ao acarajé: na França.
Desde 1998, um baiano chamado Roberto Chaves organiza uma espécie de Lavagem do Bonfim em uma das principais igrejas de Paris. Nos primeiro anos, o ritual acontecia diante da igreja do Sacré Coeur (Sagrado Coração) – mas só diante, pois o padre não autorizava uma missa em português no templo. Em 2000 a história mudou: Chaves passou pela Église de la Madeleine, encantou-se com a escadaria, conversou com o padre, descobriu que ele visitara e se apaixonara pelo Brasil, e em pouco tempo o acordo estava feito. Assim, em setembro, no último domingo das férias escolares, a igreja é tomada por uma multidão de brasileiros também vestidos de branco, carregando rodos, vassouras e água-de-cheiro: é a festa da Lavagem da Madeleine.
Chaves é baiano de Santo Amaro, “terra de Caetano Veloso”, como gosta de frisar. Vive há mais de uma década em Paris, onde trabalha como cantor e compositor. Sem poder voltar ao Brasil todo ano para acompanhar a Lavagem do Bonfim, uma das cerimônias religiosas mais importantes da Bahia, resolveu reinventá-la por conta própria. Uma noite, sonhou que vira Paris em branco, com baianas e flores por todos os lados. Acordou e foi procurar uma igreja. Pensou em Notre Dame, onde Napoleão Bonaparte foi coroado imperador. E só abandonou a idéia por um problema técnico: não havia escadas para lavar. Chaves diz que a igreja da Madeleine foi a escolha perfeita para sediar um ritual popular, “pelo boato de que Maria Madalena havia sido uma prostituta, alguém do povo.”
Ano após ano, a Lavagem da Madeleine atrai mais brasileiros e franceses às escadarias da igreja.

Fonte: www.revistadehistoria.com.br

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Bom dia minha querida cidade!


Parabéns pra você, minha Princesa! Aos 176 anos, cada dia mais jovem, moderna, dinâmica. Podes não ser o paraíso cantado e prometido, mas, com certeza, bendita e cheia de graça infinita. Lembro de ti pequenina, inocente, ainda cheirando a leite. Sim. Leite dos currais, que chegava das fazendas às portas das nossas casas, ainda morno, pagão. Diria eu, parafraseando o teu poeta, Eurico Alves Boaventura, cheirando a “tenro coco de bezerro”.
Lembro de você brincando, fazendo festas. São João, Micareta, e a grande festa para homenagear a Sant’Ana que te protege. Bando Anunciador, lavagem da igreja, levagem da lenha, retreta no coreto, parque de diversões, mortalhas, caretas e carroças enfeitadas. Paixão, chuva, suor e lágrimas de lindos foguetes. Novena, procissão e profissão de fé.
Lembro quando entravas em retiro espiritual para chorar a morte do Cristo Salvador. Luto, jejum, orações. Famílias reunidas, caruru, vatapá, e a galinha que mamãe preparava. Mas, ao final de cada ano, reunias tuas famílias para comemorar o aniversário do Cristo ressuscitado, e saudar o novo ano que chegava. Ternos, smokings, longos e belos vestidos, taças, champanhes, vinhos, música, danças, orações, agradecimentos e promessas.
Em junho, olhavas pro céu, meu amor. Lindos balões, multicores, licores, multisabores, canjica, bolo de aipim e amendoim. Portas abertas, cadeiras nas calçadas, sem medo. Todos eram bem vindos para festejar os aniversários de Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. São João passou por aqui? Passou sim, senhor. Quer um licor?
Lembro de você adolescente, contestando teus valores. Com ares de modernidade. Afoita, valente, com sede de crescer, se tornar adulta. Já namorando o progresso, mesmo contra a vontade dos teus pais, que ainda te viam pequenina. Inocente? Já não eras. Eu sabia. E tinha certeza de que te perderia para ele. É o destino de todos nós. Fazer o que? Não se pode lutar contra isso.
Crescestes minha Princesa. Definitivamente casada com o progresso, tivestes muitos filhos, adotastes outros tantos. Já beiram seiscentos mil. Amei a criança, entendi a jovem, mas não entendo a adulta. O que em ti é bom, poderia ser melhor. E tens muitos defeitos. A violência é o pior deles. E não soubestes educar bem os teus filhos. Muitos deles perderem o respeito por ti. Outros simplesmente desistiram. Outros ainda tentam preservar o que há de melhor em ti.
É uma dura batalha. O progresso não valoriza sentimentalismos. Não medita, não entende a beleza e não aceita a paz. Esquecestes as velhas amizades. Vendestes muitas das tuas jóias. Perdestes muitos dos teus filhos que mais te amavam. Tuas festas viraram orgias. Tua fé está virando profissão.
É. Já vai longe o som do aboio que embalou o teu sono infantil. Porém, com todo defeito, te carrego no meu peito.

Coluna da Semana




Honra ao mérito?
Militando há 30 anos no jornalismo, eu aprendi a me defender das armadilhas que me cercam. Uma delas é a cooptação política. Quando um jornalista com espírito crítico e contestador aparece, e os políticos não têm como se livrar dele, optam pela cooptação. E uma das formas usadas para tal mister, é estimular sua vaidade, oferecer cargos ou honrarias, para que o jornalista se sinta grato e em débito com eles, os políticos. Sim. Eu já ocupei cargos públicos, mas exerci meu dever com dignidade. Sempre disse não às sinecuras. Também nunca aceitei honrarias. Até porque elas não valem nada. Não há honra em recebê-las, e o único mérito é ser amigo de um algum político. Que me perdoem os meus amigos e colegas que já receberam tais honrarias. Mas, eu, tô fora.

Passeio cilclístico

Neste domingo (20), será realizado o 15º Passeio Ciclístico da Primavera. Promovido pelo Rotary Feira Subaé com o apoio dos demais clubes rotários do município. O evento tem o objetivo de promover a amizade e a integração da população de Feira de Santana, além de arrecadar alimentos em benefício de comunidades carentes. Qualquer pessoa pode participar. Basta doar dois quilos de alimento não perecível em troca de uma bonita camisa do passeio ciclístico, conforme revelou Rodrigo Novais, presidente do Rotary Club Feira Subaé. Em 2008, foram arrecadadas seis toneladas de alimentos. A concentração para o passeio está prevista para as 7 horas, na Praça de Alimentação, na avenida Getúlio Vargas.

Expofeira I
Que o evento foi um sucesso ninguém tem dúvidas. Muito bem organizado, animais em grande quantidade, variedade e qualidade, bom volume de negócios. Falhas existiram e sempre existirão. O ponto principal, sem dúvida, foi a mudança da área de shows para fora do parque. O criador e produtor rural, finalmente, foram ouvidos, valorizados e respeitados. Com a modernização do Parque, prevista para o ano que vem, a Expofeira, com certeza, voltará ao seu devido lugar no cenário nacional das exposições agropecuárias.

Expofeira II
O governador Jaques Wagner, convidado para a abertura da Expofeira, abusou da deselegância. Fez uso político do evento e, de quebra, ainda convidou o prefeito Tarcízio Pimenta a “pular” para o seu lado. Enquanto isso, o governo do seu partido, o PT, resolveu não liberar a verba oriunda de uma emenda de bancada, que seria aplicada na ligação da avenida Noide Cerqueira com a BR-324, o que desafogaria o trânsito no acesso ao Parque de Exposições.

Comissários
O vereador Bastinho, autor da Lei que dá gratuidade na passagem dos transportes coletivos urbanos para os Comissários de Menores e policiais militares, disse que “todos nós sabemos da importância do trabalho dessas duas categorias, principalmente no trabalho de proteção e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes”. Está certo o vereador, mas, por certo, não digeriu bem a gratuidade para os policiais, imposta a ele goela abaixo, por pressão do vereador Tom. Afinal, é dever do Estado garantir a gratuidade para os policiais. E essa conta vai bater diretamente no bolso dos usuários do sistema. É só esperar até o próximo aumento da tarifa.

Enturmação

Turmas com mais de trinta alunos são contraproducentes. Os professores não conseguem ter o domínio da turma e o ensino fica prejudicado. É isso que os professores temem com a proposta da Secretaria Estadual de Educação em promover a “enturmação”. Mas o que o Estado deseja, e se essa for a verdade, está muito certo, é acabar com turmas que hoje contam menos de dez alunos, reunindo-as numa só. Com isso, se aproveitaria melhor o contingente de professores para suprir a falta deles em outros locais. Mas, se querem reunir numa só turma, alunos de séries diferentes, os professores têm razão em protestar.

Assassinos
O Grupo Guararapes é uma associação de militares que busca alertar aos brasileiros sobre as mentiras e roubalheiras que os políticos praticam abertamente no País. Recentemente publicou uma nota pública, da qual retiramos este trecho: “Esta balela de direita, esquerda ou centro não leva a nada e só faz dividir a sociedade brasileira. Se todos fossem cidadãos cônscios de suas responsabilidades tudo seria mais fácil. A desgraça vem quando a ambição pelo poder cega as pessoas. Ai se mata, se mente, se rouba e ainda se afirma que se é patriota. O mais comum é se esconder a verdade. Dentro deste clima de desconfiança quem sofre é o País e o povo que será usado pelos demagogos. A cegueira política (de Hitler, de Stalin ou de Mao) matou entre 100 a 160 milhões de pessoas no mundo) e ainda continua a discussão de quem é o melhor. Para o Grupo Guararapes são assassinos da humanidade”.

Hoje é dia de festa
Abra o seu melhor sorriso, abra os seus braços e declare o seu amor por esta cidade. Se não é melhor, é porque nós não nos esforçamos o bastante para torná-la melhor. Mas, é a Feira que temos, que amamos, trabalhamos, vivemos e criamos nossos filhos. Parabéns, minha querida Princesa!


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Por hoje é só que agora eu vou ali comemorar o aniversário da Princesa do Sertão

O aniversário de João






O bem sucedido empresário João Mascarenhas, fica muito melhor quando travestido de “Joãozinho”. Dessa forma carinhosa os seus familiares e amigos o tratam. O empresário é sério, correto no trato com os seus negócios, sisudo até. Já Joãozinho é alegre, brincalhão, gozador, e amigo dos amigos. É um “gentleman”, um perfeito cavalheiro.
Na quarta-feira passada (16), ao completar idade nova, seus amigos o surpreenderam no Boteco do Vital, com uma comemoração bem simples, mas cheia de sinceridade e alegria por tê-lo ali presente. Não faltou a tradicional velinha e Parabéns Pra Você.

Cronica da Semana


Apelidos

As pessoas adoram por apelidos nos seus semelhantes. Às vezes, são apelidos inocentes, carinhosos, que nascem no seio da família. A criança é batizada com um nome comum, como Carlos Augusto. Cresce, e vira “Caguto”. E pelo resto da vida ninguém o chamará de Carlos Augusto. Até ele mesmo vai estranhar se o chamarem pelo nome verdadeiro.
O dono do Boteco do Vital, que aliás não o Vital, e sim o Manoel, tem o apelido de “Capuchinho”. Apelido que ganhou no bar, por conta da barba que usa, como um frade Capuchinho. Em família, ele é o “Dedé”. Certo dia, um fornecedor entrou no bar e perguntou pelo “Senhor Manoel”. O filho dele que estava no balcão, estranhou, e respondeu: “Aqui não tem nenhum Manoel não”. Quando o rapaz já ia saindo, foi que ele se lembrou: “Ei! Volta aí. É o meu pai”.
Apelidos também são colocados de forma pejorativa, de forma a aborrecer quem o recebe. E quem se aborrece e briga quando é chamado pelo tal apelido, fica marcado por ele pelo resto da vida. O melhor é relaxar e entrar na brincadeira, porque o que as pessoas querem é justamente sentir a reação do apelidado. Não por acaso, o humorista Mução (que já tem esse apelido esquisito), faz o maior sucesso com o seu programa de rádio cujo quadro de maior audiência é justamente aquele em que ele liga para alguém que não gosta do apelido que tem, e o chama pela detestada alcunha.
Os apelidos também são colocados de acordo com a aparência do sujeito e, maldade, até por conta de algum defeito físico. E aí aparecem “Cara de Rato”, “Deixa Que eu Chuto”, “Formigão”, “Mão de Gengibre”, “Coleiro”, “Onça”, “Garrafa Andando”, entre outros. Em pequenas cidades os apelidos aparecem também como referência, para distinguir uns dos outros. Nomes comuns como José (que, automaticamente, vira Zé), Antônio (Tôim) e João (Jão), recebem em seguida o nome do pai ou da mãe. E aí temos Zé de Orlando, Tonho de Honorina (Dionorina), e Jão de Aníbal.
É curioso como, em família, os apelidos são estapafúrdios, não fazem sentido algum. Eles simplesmente brotam da cabeça de algum parente ou amigo, e permanecem por toda a vida. O indivíduo se chama Igor, mas a avó só o chama de “Tum”, ou “Tum-tum). Assis é “Dum”, Dennis é “Pêi”, Maria é “Lia” ou “Lilia”, Nildete é “Tute”, Marina é “Bei”, Geraldo é “Dudu”, Graciana é “Pituzinha”, Lia é “Pititinga”, Leno é “Biscuri”, e Allan é “Galo”. E vai por aí afora.
O humorista Chico Anízio já fez uma piada sobre os apelidos dos jogadores de futebol do Brasil. Dizia ele: “É um lixo! É Piau, Pipi, Pili, Pelé, Picolé, Cafuringa, Onça, Fio. Fio de quem”? – questionava ele. Na roça, os apelidos tendem a ser comparativos com animais ou entidades do folclore. E aí temos Cuiuba, Jacaré, Saci, Teiú, Lobisomem, Galo Terra, Fuinha, Zumbi, Cavalo, Jumento, e por ai vai.
Uma amiga minha, passando uma temporada na fazenda do sogro, resolveu fazer um passeio a cavalo pelas cercanias. A cada casa que encontrava, ela fazia uma parada e conversava com os moradores, todos eles trabalhadores rurais, gente simples. Ela estranhou não só os apelidos que quase todos tinham, mas, também, os nomes próprios, que são, em geral, incomuns. Um era Abedenagno, outra era Astrogilda, Orinóculo, Eustógio, Escolástica, Tenesmunde, e por aí afora.
Ela, já bastante impressionada com aqueles nomes totalmente incomuns, e, ao seu ver, muito feios, acabou parando numa casa para beber água, quando viu um garotinho brincando no terreiro. Ela perguntou à mãe da criança qual era o nome do garoto, já esperando uma bomba daquelas que ela ouvira o dia inteiro. Quando a mãe do garoto disse que o nome dele era Antônio Carlos, ela desabafou: “Ora, até que enfim, um nome bonito. Parabéns, moça, o seu filho tem realmente um nome bonito”.
Foi quando uma tia do menino, que raspava mandioca, sentada à soleira da porta, soltou a bomba:
- O nome dele é Antôim Carlo, mais nois só trata ele de "Priquitim".

Convite

O que é jornalismo?*


Por ocasião da discussão sobre se deve ou não ser exigido o diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista, me veio à mente alguns conceitos, meus e de outras pessoas, sobre esta profissão, expressão psicossocial que já foi chamada de 4º. poder, que fascina, revolta, agride e é agredida, faz bem e mal, ajuda e atrapalha, e que sempre vive na corda bamba. Tem sempre alguém querendo calar a boca da Imprensa, e também aqueles que dela querem se utilizar.
Neste ano em que o mais antigo jornal da Bahia e um dos mais antigos do Brasil, a “Folha do Norte” completa seus 100 anos de existência, eu creio que tais reflexões são oportunas. Comecemos voltando no tempo, justamente um século atrás. Quem eram os jornalistas daquela época? Onde eles foram formados? Pelo que sei, eram médicos, advogados, políticos, professores, ou qualquer outra pessoa dotada de inteligência e com capacidade de redigir de forma clara e direta. Os chamados “formadores de opinião”.
Como toda profissão, o jornalismo também foi se aperfeiçoando e atualizando, e chegou-se á regulamentação da profissão, com a criação de uma Lei de Imprensa e a instituição do curso superior de jornalismo. Algo assim como se pegar alguém aleatoriamente, e se dissesse: Você vai ser artista. Ou melhor, pegar um rapaz na rua e dizer: você vai para a faculdade, aprender a jogar bola.
Eu costumo dizer que jornalismo é dom, e nenhuma faculdade vai tornar alguém sem esse dom em um jornalista. E digo mais: é muito fácil descrever um fato que se presenciou na rua, informando o que, quem, como quando, onde e porque, o fato aconteceu. Qualquer um faz isso. O verdadeiro jornalista vai além. Ele quer saber as razões que originaram o fato e que conseqüências ele pode ter. Para isso, ele deve ser muito bem informado, e, em muitos casos, ter muito conhecimento geral, inclusive sobre História, pois fazer jornalismo é escrever a história.
É preciso ler muitos jornais, revistas e livros. Muitos livros. O conhecimento literário, além de melhorar o vocabulário do leitor, dá a ele os conhecimentos necessários á interpretação de muitos fatos, pois a história se repete. A Universidade não torna ninguém mais inteligente, ela apenas dá as ferramentas necessárias para que cada um, dotado de inteligência e bom senso, exerça melhor a sua profissão.
Mas, isto posto, para não perder a minha veia humorística, relaciono abaixo alguns conceitos sobre jornalismo e jornalistas, oriundos de personalidades notórias do nosso cotidiano:
"Médico acha que é Deus. Jornalista tem certeza". (Ricardo Noblat)
"Alguns jornalistas são filhos da pauta", (Marcos Losekan).
"O jornalista é um fofoqueiro profissional. Ganha (pouco) dinheiro para ouvir as coisas e contar para todo mundo". (Ana Redig)
"Jornalismo é tudo aquilo que consigo enfiar entre um anúncio e outro". (Barão de Beaverbrook)
“A diferença entre o jornalismo e a literatura é que o jornalismo é ilegível e a literatura não é lida". (Oscar Wilde)
"A Imprensa não ganha eleição. Mas ajuda a perder". (Getúlio Vargas)
"Os repórteres se dividem em três categorias: o repórter, que escreve o que viu; o repórter interpretativo, que escreve o que viu e o que ele acha que isso significa; e o repórter especialista, que escreve a respeito do significado do que ele não viu". (Abbott Joseph Liebling)
"Trabalho pelo olfato. Quando sinto algo fedendo, vou atrás". (Drew Pearson)
"A imprensa sensacionalista trabalha com emoções, da mesma forma que os regimes totalitários trabalham com o fanatismo". (Ciro Marcondes Filho)
"Só existem duas maneiras de fazer carreira em jornalismo. Construindo uma boa reputação ou destruindo uma". (Tom Wolfe)
"O jornalista é forte e poderoso não pelo bem que ele faz, mas pelo mal que pode fazer". (Ibrahim Sued)
"Não há fatos, só interpretações". (Friedrich Nietzsche)
"Quando um cachorro morde um homem, isso não interessa, porque acontece com freqüência. Mas se um homem morder um cachorro, o fato torna-se notícia". (John Bogart)
"Quem mais manda na mídia é você, meu caro leitor ou espectador. E você, consumidor, é o mal da imprensa. Editores quebram a cabeça diariamente para agradá-lo. O mal da imprensa é que ela não ousa mais desagradar ao seu leitor. Simplicidade verbal não é sacrifício de complexidade. A glória da imprensa foi feita por gente com opiniões fortes e inconformistas". (Paulo Francis)
"Jornalismo é o ato de contar a uma parte da sociedade o que a outra parte está fazendo". (Heródoto Barbeiro)
"Imprensa é a arte de dizer que Lord Jones morreu a quem nunca soube que Lord Jones existiu". (Chesterton).

* Texto escrito em homenagem aos 100 anos do Jornal Folha do Norte.

Confissões de Lúcifer

Depois de passar 6.000 anos vagueando pela Terra, aprendi muito da natureza humana, suas fraquezas, virtudes e seus desejos mais secretos. Tenho consciência que minha causa foi derrotada, entretanto estou trabalhando freneticamente para levar ao destino que me aguarda o maior número possível de pessoas, pois sei que pouco tempo me resta [1];
Não é fácil a vida de um adversário do Todo Poderoso, principalmente porque Ele conta com um exército fiel espalhado pelo mundo inteiro que com suas orações produzem uma reviravolta em todo mal que intento. Felizmente são poucos os que oram de verdade, porque a maioria está mais preocupada consigo mesma, outros começam bem, me incomodam, mas logo desistem, pois não têm perseverança. Muitos ainda rezam aos seus santos de devoção [2], e para isto eu criei um santo para cada ocasião, cada problema: o santo casamenteiro, o santo dos endividados, santo das causas impossíveis... afinal tem um santo pra cada dia, assim quando eu consigo colocar um santo como mediador, como intermediário, eles esquecem de Jesus, esquecem que a oração deve ser dirigida somente e diretamente ao Deus Todo Poderoso[3].
Fico admirado com o fascínio que exerço sobre alguns crentes, que falam mais de mim que de Deus. Rio muito quando eles tentam me amarrar, e dizem que naquela cidade eu não entro mais. Pois acaba a oração e eu continuo fazendo as mesmas estripulias. O que esses cristãos não entendem é que não devem lutar contra mim, mas buscar Aquele que tem mais poder que eu. Outros ainda buscam os mortos para que lhes orientem aqui em sua vida na terra [4], ficam pedindo proteção aos seus ente queridos que faleceram, mal sabem eles que quem morre ao pó volta [5] e de nada mais sabe [6].
Tenho prazer especial em atormentar esses que ficam preocupados comigo o dia todo. Eles dizem que me vêem em todos os lugares, até onde eu nem estou.... é muito engraçado. Com tais eu nem me previno, pois sei que são cristãos inseguros da fé que dizem possuir. Eles fazem parte daquele grupo que faz uma boa propaganda de mim, pois julgam que possuo muito mais poder do que realmente tenho e afirmam que fiz coisas das quais nada tive a ver. Na verdade, eu sou um pobre diabo, condenado e derrotado, mas da forma que falam, é como seu fosse onisciente e onipotente. Será que eles não sabem que eu não posso fazer absolutamente nada sem a permissão do Todo Poderoso? Ah, se não fosse por Ele... mas, tudo bem, a propaganda é a alma do negócio.
Sou constantemente acusado de tirar muita gente da igreja. É mentira! Eles saem por que são levados pelos seus próprios interesses. Não fui eu quem instigou o filho pródigo a sair da casa do pai [7] e Demas abandonou o apóstolo Paulo porque amou mais o mundo do que a Deus [8].
Não tenho pretensão de tirar ninguém da igreja, pelo contrário. Quero deixá-los lá, pois farei de tudo para que sejam frios, apáticos, que fiquem brigando entre si por bobagem, que se dividam, e façam panelinhas entre eles. No que depender de mim farei com que tenham uma vida tão miserável, que quando forem evangelizar ninguém vai querer ter uma vida igual a deles. Uso de várias estratégias, uma delas é desestimular as pessoas de lerem a Bíblia, porque a Bíblia é a palavra de Deus aos homens, ela é a única fonte da verdade eterna, para tanto eu usei vários artifícios para sugerir que os homens não precisassem mais obedecer os Dez Mandamentos que Deus escreveu com o seu próprio dedo numa tábua de pedra e deu a Moisés, fiz com que vários homens e igrejas desviassem o foco da Bíblia, [9] da Lei e alterei até o dia sagrado de guarda como está na Lei de Deus.
Outra estratégia que uso muito é a de fazer com que os valores da igreja se pareçam cada vez mais com o mundo, pois assim quando as pessoas passarem a freqüentá-la, elas não precisarão mudar nada, e continuarão fazendo as mesmas coisas de antes. Não é genial? Assim elas desconhecerão qual é, [10] e como é a característica da verdadeira igreja.
Adoro soprar mentiras nos ouvidos das pessoas, afinal quero fazer jus ao meu nome de "pai da mentira"[11]. É, eu digo-lhes que são como gafanhotos e eles acreditam, digo-lhes que são uns derrotados e eles nem se levantam da cama, digo-lhes que Deus não os perdoou por tal e tal pecado e eles ficam cheios de culpa.
Confesso também que sinto um enorme prazer em oprimir aqueles que se recusam a perdoar ao seu irmão, pois recebi carta branca do Todo Poderoso para atormentá-los com toda sorte de espíritos malignos [12], dos quais eu sou o principal. E não ponham a culpa em mim, pois só posso fazer isso se o cristão recusar a liberar perdão, pois quando ele perdoa é horrível a sensação de paz daquele coração, e eu saio correndo dali.
Acho muito engraçado quando usam sal grosso e oração forte contra mim. Nem ligo. Agora, o que eu temo mesmo é uma vida santificada. Contra um crente santificado, fiel e que tem a Palavra guardada no coração, desse eu fujo [13]. Como minha hora se aproxima eu estou trabalhando num projeto grandioso para este século. É uma estratégia tão ardilosa que são poucos os que a percebem. Todos buscam uma divindade para adorar, por isso eu estou dando "deuses" de todos os tipos e para todos os gostos. Eu estou enchendo o mundo de "deuses" para que eles fiquem tão confundidos que não saibam quem é o verdadeiro "DEUS". Cada um pode ter o seu, do jeito que quiser. Vocês não imaginam como o povo gosta dessas novidades. Tenho queimado as pestanas inventando sacrifícios, novos rituais, e tenho levantado líderes que falam muito de Jesus, mas são meus súditos. Adoro soprar ventos de doutrinas porque os meninos na fé acreditam em tudo.
O meu objetivo com isso? Confundi-los e fazê-los imaginar que estão servindo a Deus. Agora, eu não aceito levar a culpa de tudo sozinho - eu só dou o que eles querem. Eles gostam do brilho, eles buscam glória pra si, eles crêem em todas as formas de misticismo, e eu nunca imaginei que esse povo gostasse tanto de ídolos. Na verdade eu sempre quis ser adorado, claro que não vou aparecer assim e dizer: "Oi eu sou o Diabo, e vim aqui para impedi-lo de adorar a Deus, a partir de agora é a mim que vocês devem adorar". Séculos atrás lhes dei um bezerro de ouro, mas agora eles querem ídolos que cantam, que pregam, que profetizam.Muitos falam que eu sou feio, e até pintam quadros horríveis dizendo que eu tenho chifres, pêlos e cara de bode. Desde a minha criação sou muito vaidoso e jamais aceitaria ser desta forma. Se vocês ouvissem aquele tal apóstolo Paulo saberiam como eu sou de verdade - sempre fui um anjo de luz, fala mansa, voz agradável, boa aparência e muito convincente [14]. Felizmente são poucos os que me reconhecem.
Para terminar, eu quero dizer a todos que não sou ateu ou agnóstico. Eu creio e tremo diante de Deus [15]. Mas eu não consigo, não consigo me submeter. Submissão significa obediência, e eu não quero ser servo. Aliás, tem muita gente indo comigo que também crê em Deus, pratica seus atos religiosos, freqüenta igreja, e é dessa mesma opinião.

Notas:
[1] Apocalipse 12:12; [2] João 14:14; [3] Lucas 4:8; [4] Deuteronômio 18:10 a 12
[5] Gênesis 3:19; [6] Eclesiastes 9:5; [7] Lucas 15:12; [8] 2º Timóteo 4:10; [9] Mateus 5:17 a 19; [10] Apocalipse 12:17; [11] João 8:44; [12] Mateus 18:34 e 35; [13] Tiago 4:7; [14] 2º Coríntios 11;14[15] Tiago 2:19.

Anônimo

sábado, 12 de setembro de 2009

Rei Nelsinho absolvido pela Justiça


Nesta sexta-feira (11) o diário Oficial da União publicou um ato da Justiça absolvendo o empresário Nelson Roberto de Oliveira (o Rei Nelsinho), “por insuficiência de provas”. O processo contra o empresário foi movido pelo Ministério Público Federal, acusando-o de vários crimes, entre eles, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
No mesmo ato também foram inocentadas as nove pessoas envolvidas no processo, inclusive, Marilene Matias Bezerra de Oliveira, esposa do Rei Nelsinho. Os demais absolvidos são Aloísio Serra da Fonseca, Antônio Roberto de Oliveira Silva, Dalva Roberta da Silva Neves Francisca Roberta de Oliveira Silva, João Roberto de Oliveira Silva Orlando de Araújo, Raimundo Tadeu Cedraz Barreto e Sebastião de Oliveira.
Sobre os crimes contra a ordem tributária (sonegação de impostos), dos quais o empresário também foi acusado, a informação é de que foi feito um acordo e o débito da empresa Cruzeiro Confecções (Kamy’s Modas), da qual o empresário é proprietário, parcelou o débito e vem honrando os compromissos. Assim sendo, atualmente, o Rei Nelsinho encontra-se totalmente legalizado junto à Justiça.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Coluna




Ligações perigosas
Noticia-se que o governo do Estado vai investir R$ 8 milhões na “revitalização” do Centro de Convenções de Salvador, que deverá ser terceirizado. Recebemos uma informação, em off, de que o empresário Maurício Odebretch, vai investir na transformação do parque de exposições agropecuárias de Salvador num moderno Centro de Convenções, e doar a obra a cidade, recebendo em troca o atual. Inclusive, os eventos agropecuários, como a Exporural e Fenagro, passariam a ser realizados no Parque de Feira de Santana, também sob a batuta do empresário. Enquanto isso, o governo usa as desculpas mais estapafúrdias para não concluir a obra do Centro de Convenções de Feira de Santana.

Lama I
Quem avisa amigo é. Eu tenho dito por aí que o prefeito Tarcízio Pimenta precisa abrir o olho para funcionários e diretores do segundo escalão do seu governo. Tem muita lama rolando. São coisas semelhantes ao que está acontecendo na Secretaria de Saúde, onde, supostamente, tem gente recebendo propina para enviar pacientes para clínicas particulares.

Lama II
Não é só na Secretaria de Saúde que tem problemas. Tem mais gente desonesta trabalhando em outras Secretarias. Eu vou me municiar de provas e testemunhos, e vou abrir o bico. Não perdem por esperar.

Dá-lhe Dunga
Esse treinador da seleção brasileira de futebol é mesmo dos meus. Não manda recado, diz na cara. Eu também não suporto gente que não me dá um bom dia, mas quando acha que eu posso lhe servir para alguma coisa, passa a me tratar como um velho amigo. Tiscunjuro. Pé-de-pato, mangalô três vezes. Vade retro, coisa ruim.

Greves I
A paralisação de qualquer categoria de profissionais sempre causa transtornos para a população. Umas mais, outras menos. E elas acontecem porque empregadores, do setor público ou do privado, não cumprem com suas obrigações para com estes profissionais. A greve é a última instancia das negociações entre empregados e patrões, e não é desejada por nenhuma das partes. Mas, tem gente que só se sensibiliza quando tocam na parte mais sensível do seu corpo, que é o bolso.

Greves II
Esta semana uma paralisação de poucas horas feita por motoristas e cobradores de ônibus, deixou a cidade em polvorosa. Eles protestavam pela falta de segurança para o exercício do seu trabalho. Imagine só, se os caminhoneiros resolvessem paralisar e exigir dos governantes que cumpram suas obrigações? É que os caminhoneiros não sabem da força que têm. Uma pena.

Abestalhados(?)
Continua repercutindo a declaração do governador Jaques Wagner que chamou a oposição de “bando de abestalhados”. O ex-governador e presidente do Democratas na Bahia, Paulo Souto, reagiu afirmando que não é uma atitude democrática tentar retirar da oposição o direito da crítica. Concordo com o democrata, e acrescento: O governador ainda não desceu do palanque. Deve estar esperando a próxima campanha, assim não se cansa.

Destemperada
Para Paulo Souto, a ninguém é permitido retirar o direito de atribuir ao Governo do Estado responsabilidades sobre a situação que vem ocorrendo na segurança publica do Estado, principalmente à oposição, que há muito tempo vem alertando para os sérios problemas que a Bahia está vivendo.
“Eu até compreende que o governador esteja com seu estado emocional abalado, devido aos constantes insucessos que sua administração enfrenta. Porém, nada justifica a reação destemperada e agressiva contra seus opositores”. Disse Souto.

Mais uma vez a imprensa
O presidente Lula anuncia que vai comprar caças da França e agora o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, diz que foi "uma precipitação" da imprensa, porque o processo de seleção dos caças que vão renovar a frota da FAB continua e em nenhum minuto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse o contrário.

Minc e a Maconha
Está no site Congresso em Foco (http://congressoemfoco.ig.com.br): “Embalado pelo som do reggae, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, deu um show à parte domingo passado em Alto Paraíso (GO), tradicional recanto de hippies, esotéricos e viajandões na Chapada dos Veadeiros. Aproveitando o feriado na cidade, ele subiu ao palco enfumaçado da banda Tribo de Jah e fez um animado discurso em defesa da descriminalização da maconha, para delírio de uma plateia repleta de jovens. A performance foi filmada com celulares e virou hit no YouTube.”


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Por hoje é só que agora eu vou ali reunir as provas pra botar a boca no mundo. Ladrões e corruptos, tremei!

Níver


Quem esteve aniversariando na terça-feira passada (08) foi meu amigo Daniel Rios, cunhado do Dr. Outran Borges. A comemoração foi entre amigos no Boteco do Vital, com direito a “Parabéns pra Você”, velinhas e, é claro, muita “água de beber”.

Dinheiro público jogado fora


Transitando entre os municípios de Candeal e Ichu, na região sisaleira, nossa reportagem encontrou uma ponte, com claros sinais de desgaste pela ação do tempo, que vai do nada para lugar nenhum. Um exemplo claro de descaso para com o dinheiro público. Não se sabe a qual município pertence a ponte inútil.

Artigo da Semana


A sociedade começa a reagir

Na semana passada publiquei aqui um “Manifesto à Maçonaria”, conclamando aquela Instituição à sua responsabilidade quanto ao momento político e social do Brasil. Dizia eu que a Maçonaria tem o histórico dever de reagir para mudar este estado de coisas que estamos vivendo. E durante o Congresso Maçônico, realizado no final de semana passada, recebi de um irmão maçom de Alagoinhas, um manifesto assinado por diversas instituições daquela cidade. O texto é dirigido à sociedade alagoinhense, mas resolvi retirar dele alguns conceitos que se aplica a toda sociedade brasileira.
Uma sociedade que verdadeiramente vive sob o manto do Estado Democrático de Direito, deve ter, por parte do poder público, respeitados os valores elementares da sua Constituição, força motriz dos direitos do cidadão, que determina as obrigações do Estado para garantir o cumprimento de tais direitos.
Educação, saúde, lazer, ir e vir, habitação, justiça, segurança, entre outros direitos, estão assegurados no texto constitucional, como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. O Estado, ordenado para ser o executor da Ordem Constitucional deve, por sua vez, envidar esforços para construir este Estado lúdico, liberto, seguro, desenvolvido com igualdade para todos. A omissão neste contexto é a negação, a antítese da Democracia.
Imbuída deste sentido, cônscia dos seus direitos, a sociedade, através dos seus representantes, deve declarar o seu protesto, sua indignação quando seus direitos são negados e violados, exigindo do Estado a garantia destes direitos. A sociedade precisa e deve exigir do Estado o combate efetivo à delinqüência, que já ultrapassou os limites suportáveis; recuperar os jovens, dando-lhes efetiva educação, libertando-os das drogas; incentivo à valorização da família, enquanto célula mater da sociedade; enterro dos vícios e restabelecimento das virtudes e dos valores morais e éticos.
A sociedade precisa estar alerta para o cumprimento de direitos e deveres de todos, exigindo com energia e força de vontade que o Estado cumpra seus deveres, e só descansar quando este objetivo for alcançado. A meta é a dignidade da pessoa humana.
Assinam o manifesto de Alagoinhas: OAB, Associação de Contabilistas, Lions, Rotary, Lojas Maçônicas, Associação do Comércio e Indústria, Sindicado do Comercio, CDL, Diocese, Ordem dos Ministros Evangélicos e Ordem Mundial de Pastores.
Essa foi o início da reação de Alagoinhas. E Feira de Santana, quando vai começar a reagir?

Cronica da Semana


O espirituoso Zé Trindade

Figuraço, o Zé Trindade. Pra ele não tem tempo ruim. Sempre vê o lado bom das coisas. Na juventude, foi seminarista, mas, não resistiu aos apelos do pecado e caiu no mundo. Músico, bom de fole, de gole, de farra e forró. A única queixa que tem é de dores na coluna. É porque, tendo que tocar em pé, toda hora tem que se abaixar para pegar o copo.
Quando, por questões profissionais, foi morar em Vitória da Conquista, se sentiu só, pois a sua família ainda não o poderia acompanhar. Mas, após a primeira noite mal dormida, quando abriu a porta para olhar os arredores do bairro, descobriu que no imóvel vizinho funcionava um alambique. “Já não me senti tão só” – diz para os amigos.
Zé Trindade adora animais. Uma vez ele saiu de Salvador e foi até Feira de Santana para visitar o cão de um amigo, que estava adoentado. Aliás, os dois eram ótimos parceiros. Quando na fazenda do amigo, todas as manhãs, os dois, ele e o cão, saiam para passear. Curiosos, os filhos do amigo o seguiram para ver aonde ele ia todas as manhãs. Descobriram que os dois iam até um lajedão no meio da caatinga, para satisfazer suas necessidades fisiológicas. A partir de então passaram a ser chamados de “colegas de cagar”.
Cismado, Zé não deixa passar oportunidade para manifestar esse lado seu. Se alguém pergunta a sua idade, ele responde ríspido: “Não entendo de aritmética”. Certa vez, montou no seu burro de estimação e foi até e cidade fazer a feira. Mas, esqueceu o dinheiro. Quando chegou ao destino, e deu pela falta do dinheiro, voltou à pé para buscar. Quando lhe perguntaram porque fora à pé, disse: “Quem esqueceu o dinheiro fui eu, não o burro”.
Quando era seminarista, ajudava o padre que fazia um quadro de meditação matinal, numa emissora de rádio, de propriedade da igreja católica. Zé era o operador, e tinha que ficar atento aos sinais do padre, do outro lado do vidro, no estúdio da rádio. No primeiro dia, quando o padre fez sinal com a mão, para ele abaixar o volume da música de fundo, ele se ajoelhou, de mãos postas.
Como ele é meio puxado para cor de jabuticaba, o padre confiou a ele e mais uns escurinhos como ele, a condução do andor de São Benedito, no dia da procissão da padroeira. Após a procissão, eles estavam levando o andor de volta à igreja que pertencia, quando passaram por um bar, pararam para descansar e tomar uma cerveja. Só que no bar tinha umas moças, e também alguns quartos no andar de cima. Eles encheram a cara e dormiram por lá mesmo. Pela manhã, quando o gerente do bar abriu a porta e deu de cara com São Benedito em cima de uma mesa, exclamou: “Virgem, Nossa Senhora! Não tem mais nada sagrado neste mundo. Até tu, negão”?
Gozador, ele jogava dominó com um amigo, e estava ganhando todas. Como o jogo era apostado, o amigo, já sem dinheiro disse: “Eu só tenho agora esse bilhete de loteria, quer apostar”? Ele topou e ganhou. Não satisfeito, dias depois encontrou o colega, e, só pra sacanear, disse que o bilhete fora premiado, e que ele agora estava rico.
Comigo ele também aprontou. Nós viajamos juntos, com outros amigos, e passamos três dias numa cidade. Foram três dias de farra pesada. No terceiro dia, à noite, a gente estava num bar, bebendo e tocando forró, fazendo a “saideira”. Eu cansei e comecei a sentir sono. Não resisti e fui para o carro dormir. Acordei com as pancadas de Zé Trindade no vidro, gritando: Você é frê a frá, cê cedilha co. Fracó!
Ele gostava de ir com os amigos para as bandas de uma pedreira, numa zona afastada da cidade. Ali eles se escondiam entre as pedras para beber, comer tira-gosto e ouvir música. Mas, um certo dia, eles lá se encontravam quando apareceu o chefe do canteiro fazendo inspeção, pois iriam detonar algumas cargas de dinamite. Quando o chefe topou com eles, perguntou: “Que diabos vocês estão fazendo aqui? Zé Trindade, na maior calma, respondeu: Estamos curtindo a natureza. Aqui dá até pra ouvir as árvores respirando.
Quando foi informado de que as cargas estavam para explodir, saiu com os amigos correndo. Chegou em casa bêbado, e todo estropiado. A mulher, com ar severo, o repreendeu: “Você não muda nunca não, é”? Zé, chateado, respondeu:
- Ora, mulher; E eu lá sou cigano pra ficar me mudando?

Um político “balaio de gatos”

Alguém aí poderia imaginar que um dia veria no mesmo palanque o governador Jaques Wagner e o prefeito Tarcízio Pimenta? Pois foi o que aconteceu, domingo passado, na abertura da Expofeira 2009. E, de quebra, lá estavam os deputados José Neto, Eliana Boaventura e Jairo Carneiro, que recentemente bateram asas migrando para os braços do governo do Estado. Também Colbert Martins (PMDB), que recentemente deixou a base do governo, lá estava. Carlos Geilson, que disputou uma vaga de deputado estadual pela coligação que elegeu o prefeito, também estava lá.
Quando questionados pela Imprensa, a resposta, muito bem ensaiada por sinal, é de que todos estão unidos pelo bem de Feira de Santana. Que “o tempo da inimizade política acabou” e que “numa democracia civilizada não cabe mais o afastamento de adversários políticos, quando o interesse da cidade está em jogo”. O ex-governador Paulo Souto, presidente do DEM na Bahia, o ex-prefeito José Ronaldo e o vice-prefeito Paulo Aquino também estiveram no parque, mas parece não concordarem com estas afirmações, pois não participaram da solenidade de abertura da Expofeira.

Parcerias
Escolhido para falar em nome dos criadores, o pecuarista Miguel Pinto disse que “um novo modelo de exposição está surgindo e que o gestor do município tem que se preocupar com as obras e firmar parcerias para promoção dos eventos”, bem de acordo com o discurso geral.
Foi notada a ausência do vereador Ângelo Almeida (PT), e o seu colega Marialvo Barreto, embora se fizesse presente, não foi citado pelo governador em seu discurso de abertura, quando saudou todos os presentes. Vereadores da base de sustentação do prefeito na Câmara Municipal, também estavam no palanque, a exemplo de Zé Curuca e Lulinha.

Geddel diz que o governo Wagner é um caos

“Feira de Santana não tem uma grande obra do Governo do Estado”. A afirmação é do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), que esteve na cidade sexta-feira passada (04), participando do Congresso da Maçonaria. Em entrevista, ele criticou duramente o governador Jaques Wagner e disse que não pode apoiar um governo “que não tem capacidade nem de gastar o próprio orçamento”.
Geddel argumentou que a aliança feita com o PT não obriga a união em todos os lugares. Segundo o ministro, não é somente na Bahia que está havendo esse distanciamento, mas também em outros estados, a exemplo do Rio Grande do Sul. “Não podemos compactuar com um governo que não está fazendo nada”, disparou o peemedebista.
Nenhuma área do governo Wagner escapou das críticas do ministro, que enumerou uma série de problemas: deficiências na saúde pública, falta de novos empreendimentos, perda da capacidade de investimento, a situação das universidades estaduais e a ausência de um projeto amplo de estrutura para o Estado, dentre outros. E para completar, Geddel sentenciou que “a administração financeira é um caos”.
Afirmando que o cargo de ministro faz parte da cota do PMDB, Geddel Vieira Lima está otimista e continua lançando obras do Governo Federal. “É isso que queremos. Contribuir efetivamente para o futuro e não ficar falando do passado”, alfinetou. O ministro enfatizou que não tem qualquer dificuldade com o presidente Lula. O compromisso do partido, conforme ressaltou, é garantir a governabilidade.
O deputado estadual José Neto (PT) reagiu de imediato às declarações do ministro Geddel Vieira Lima, principalmente sobre a falta de investimento. Ele disse que a administração atual é totalmente diferente das anteriores e citou várias obras do governo Jaques Wagner na Bahia, a exemplo da recuperação de 14 hospitais, a contratação para 400 Postos de Saúde da Família, dos quais 160 já estão prontos.

Fonte: site Acorda Cidade, com texto de Madalena de Jesus

sábado, 5 de setembro de 2009

Coluna da Semana




Multas de trânsito
A Câmara aprovou em segunda e última votação, projeto de lei que dispõe sobre o parcelamento de multas de trânsito em Feira de Santana. De autoria da vereadora Gerusa Sampaio, a proposta determina que seja facultado ao infrator de trânsito, multado pelo Executivo através da Superintendência Municipal de Trânsito, o parcelamento do valor devido em até três prestações mensais e sucessivas. O projeto depende agora de sanção do prefeito.

Dia do Comissário

Os comissários de menores de Feira de Santana deverão ter uma data comemorativa (20 de maio). A data deverá constar no calendário oficial do município. O Projeto de Lei é do vereador Bastinho já está nas comissões para receber parecer e deverá voltar ao plenário no próximo mês.

Patrocínio
A Petrobras aumentou, entre 2002 e 2003, de R$ 178 mil para R$ 2,4 milhões o valor dos patrocínios destinados a projetos de sindicatos e centrais sindicais que representam trabalhadores e à União Nacional dos Estudantes (UNE). O número de projetos patrocinados para entidades de classe de trabalhadores e também patronais cresceu na mesma proporção do número de patrocínios em geral. O aumento do investimento em patrocínios acompanha o aumento do faturamento e do lucro líquido da empresa. A CUT, a UNE e a CGT foram algumas das entidades que começaram a receber recursos da estatal a partir de 2003. O presidente da CUT, Artur Henrique, afirma que, nos anos anteriores, as solicitações não tinham sequer retorno. As informações são da Folha de São Paulo.

O que é que a baiana tem?
A notícia mereceu não mais que meia dúzia de notinhas na imprensa brasileira, mas cabia bem mais que isso: “O que é que a baiana tem?”, a imortal criação de Dorival Caymmi, na brejeira interpretação de Carmem Miranda, foi escolhida para figurar no prestigioso acervo do National Recording Registry, da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Não é pouca coisa. Até agora o arquivo conta com um seletíssimo grupo de apenas 275 gravações a serem preservadas por sua importância histórica e cultural. Leia mais em:
http://www.radiometropole.com.br

Decisão de grupo
O prefeito Tarcízio Pimenta declarou ao saça que a candidatura da Primeira Dama, Graça Pimenta, a deputada estadual passa, como qualquer outra, por uma decisão do grupo político que o apoia. “Não basta querer ser candidato, é preciso que o grupo esteja de acordo. Tudo dentro deste grupo é feito em comum acordo”, disse o prefeito.

É muita cultura!
O Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) vai comemorar o 14º aniversário, dia 18 deste mês, com 14 horas ininterrupta de arte e cultura. A proposta é integrar as pessoas que trabalham com arte e cultura nas mais diferentes linguagens, além de sinalizar para a comunidade que o Cuca, órgão vinculado à Universidade Estadual de Feira de Santana, está aberto a todas as manifestações de cunho artístico e cultural.
O Aberto 2009, como é denominado o evento, se estenderá também ao teatro da CDL, onde serão concentradas exibições de cinema e vídeo. Na praça Monsenhor Renato Galvão (Matriz), o público terá a oportunidade de apreciar a exposição Varal Fotográfico em homenagem à 10ª Caminhada do Folclore. Ainda dizem que Feira de Santana não tem cultura.

Baianeiro

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, agora é baiano. Políticos dos mais variados recantos da Bahia foram à capital para prestigiar o político, inclusive o prefeito de Feira de Santana, Tarcizio Pimenta e o ex José Ronaldo. Emocionado com a homenagem, o governador mineiro ressaltou a satisfação pelo título e lembrou as semelhanças entre os estados de Minas Gerais e da Bahia, lembrando da proximidade entre os povos dos dois estados. É, se os baianos tivessem elegido um mineiro em vez de um carioca para governar o Estado, talvez a esta altura ele estaria fazendo alguma coisa. Infelizmente continuamos ouvindo: “Vamos estar fazendo!”.

Carioca
Tudo bem! Jaques Wagner não é baiano. Mas, governa a Bahia, pô! Não comparecer a solenidade de entrega do titulo ao governador de Minas é, no mínimo, descortesia. Isso o baiano não é!

Que crise?
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta sexta (4) que a “crise financeira ficou para trás no Brasil”. Segundo ele, o País já está em processo de “franca recuperação”. Porque então os cortes no orçamento? Definitivamente eu estou vivendo num outro Brasil. Não sei como eu vim parar aqui. Alguém me acorde, pelo amor de Deus! Devo estar tendo um pesadelo! Ou será que é aquele remédio que eu tomo lá do Boteco do Vital?

Philosopher
“Agora você pode transar com outras pessoas e manter o
seu casamento. Isso não é traição, é portabilidade”!


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Por hoje é só que agora eu vou ali tomar um remedio no Boteco do Vital pra ver se chego no Brasil de Mantega.

Cachaça


Deu no Blog de Jair Onofre. “Feira de Santana esteve presente no grande Encontro Internacional da Cachaça, realizado em Salinas (MG), através do poeta e empresário do ramo Ideilton Ramos, conhecido também como Paim (foto ao lado do jornalista Tiburcim, amigo pessoal de Lula, já que ambos são tomadores de cachaça). Feira de Santana está se revelando como um pólo de distribuição das importantes cachaças mineiras, consideradas as melhores do Brasil. Não é à toa que Salinas é conhecida como a Capital Mundial de Cachaça de Qualidade. Daqui o nosso apoio ao amigo que está nessa nova investida econômica”.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pra que trabalhar?

Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do Ceará, a demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e precisa ser
constantemente formada e preparada. Diante disso, o Sinditêxtil fechou
um acordo com o governo para coordenar um curso de formação de
costureiras. O governo exigiu que o curso deveria atender a um grupo
de 500 mulheres que recebem o Bolsa Família.
O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o governo entrou com o recurso; o SENAI com a formação das costureiras, através de um curso de 120 horas/aula; e, o Sinditêxtil com o compromisso de enviar o cadastro das formandas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras. Pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor.
Porém o curso foi concluído e com isto os cadastros das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram em fazer as contratações. Mas, o número de contratações foi ZERO. Não houve uma contratação sequer.O motivo? Simples, embora triste e muito lamentável, como afirma com dó, o diretor do Sinditêxtil. Todas as costureiras, por estarem incluídas no Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada.
Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um beneficio que não pode ser perdido. É para sempre. Nenhuma admite perder o subsidio. De forma uníssona, a condição imposta pelas 500 formandas é de que não se negocia a perda do Bolsa Família. Para trabalhar como costureira, só recebendo por fora, na informalidade. Como as empresas se negaram, nenhuma costureira foi aproveitada.
O que sobrou disso tudo? Muita coisa. O custo alto para formar as costureiras foi desperdiçado. E pelo que foi dito no ambiente da FIEC, casos idênticos estão se multiplicando em vários setores. Considerando que a região Nordeste contempla o maior número de beneficiados com o Bolsa Família, aí está a razão para sermos todos imbecis e idiotas. Lula tem razão. Toda razão.

Manifesto à Maçonaria

Realiza-se de hoje até o próximo domingo, no Clube de Campo Cajueiro, um Congresso reunindo maçons de toda a Bahia. Quero aproveitar a oportunidade para fazer este manifesto a todos os meus irmãos maçons.
Nasci nesta cidade há 55 anos, e com cinco anos fui morar em frente ao terreno onde seria construído o tempo da Loja Maçônica Luz e Fraternidade. Cresci observando os freqüentadores da Loja e, logo vi que eram respeitáveis cidadãos feirenses. Logo afastei da minha mente as crendices e superstições que grassam em meio ao populacho a respeito da Maçonaria.
Já adulto, casado e com filhos, tive como vizinho um maçon. Um dia, perguntei-lhe por que eu não percebia mais os resultados do trabalho social da maçonaria. Ele me disse que existia e que, se eu quisesse, talvez pudesse ver de perto e até ajudar. E foi assim que um dia fui iniciado na Maçonaria, na minha querida loja 16 de Junho.
Após mais de dez anos de aprendizado que, aliás, moldou muito o meu caráter, deixei, por questão de força maior, de freqüentar a Loja. Já poderia ter voltado, pois não deixei portas fechadas atrás de mim, mas sim, bons amigos e queridos irmãos.
Mas, o que não me faz sentir desejo de voltar é a inércia que toma conta da sociedade brasileira, e que atinge, também, a Maçonaria. Esta milenar instituição, que sempre teve presença forte na história do Brasil, está hoje inerte, limitando-se a fazer discursos e banquetes, realizando, de forma pequena e individualista, algumas assistências sociais localizadas. Perdeu o foco no todo, no macro.
O Brasil está envolvido pelo maior esquema de corrupção e roubalheira que jamais se viu antes. Trabalhamos quatro meses do ano só para pagar impostos, e sofremos com tarifas e tributos que já vêm embutidos no nosso consumo diário, como a CID, o imposto que deixamos nas bombas de combustível, que, teoricamente, seria aplicado na construção e conservação de estradas. Mas, não temos estradas, como também não temos segurança, não temos saúde, não temos educação e nem nenhum outro benefício aos quais temos direito, enquanto cidadãos. Pagamos, e caro, a políticos para gerirem o nosso País e não para nos roubarem.
A atual conjuntura exige uma mobilização da sociedade organizada. Os cidadãos precisam reagir a este estado de coisas. A Maçonaria, mais que qualquer outra instituição pública ou privada, pela sua essência e pela sua história, tem o dever de tomar a iniciativa para mudar este estado de coisas.

Cronica da Semana


Tão

Até o nome dele é pequeno, mas o baixinho é tinhoso, esperto mesmo. Nasceu numa pequena cidade da Bahia, na Chapada Diamantina, e embora tenha se mudado para Feira de Santana ainda criança, nunca perdeu suas raízes. Inclusive, ainda conserva por lá um pequeno pedaço de terra e muitos amigos. Ainda muito jovem formou-se em Medicina, especializando-se em Saúde Pública.
E foi na condição de médico que ele seguiu com uma caravana do DETRAN para realizar exames em candidatos a tirar a Carteira Nacional de Habilitação, em cidades do interior da Bahia. E numa determinada cidade, ao fim do dia, foram todos da Banca Examinadora, beber num bar. Quando Tão estava no balcão, um cidadão se aproximou e disse-lhe: “Doutor. Eu quero o endereço do seu consultório em Feira de Santana. Eu quero lhe fazer uma consulta, pois, pelo que o senhor me disse, eu sou cego”.
Intrigado, Tão perguntou se ele havia sido reprovado no exame. Diante da resposta afirmativa, ele mandou que o cidadão lesse os números no calendário pendurado na parede do fundo do balcão. O cara não só leu os números dos dias, como também as fases da lua e todos os números e letras pequenas das bordas e do rodapé do calendário.
Mais intrigado ainda, Tão disse a ele que o procurasse no outro dia, pois iria refazer seu exame de vista. Quando o cidadão chegou, ele o colocou num aparelho que tem dois orifícios. A pessoas senta em frente ao aparelho, apóia o queixo numa plataforma, e fica olhando pelos dois furos. O médico antão fecha um dos orifícios e manda que o candidato feche aquele olho, para que, com o outro aberto, leia as letras e número que aparecem na frente.
Quando ele fez isso, o sujeito disse que não estava vendo nada. “Não é possível”, disse ele. Tentou com o outro lado, e o sujeito continuava a dizer que não estava vendo nada. Ele então passou para o outro lado. Foi quando percebeu que o indivíduo estava fechando justamente o olho do lado em que o orifício estava aberto.
Nestas caravanas também ia um dentista. Um dia, Tão acabou de atender aos candidatos, e foi esperar o dentista terminar para ir com ele até o bar. Chegando lá, ele notou que o dentista, toda vez que extraia um dente, corria até uma mesinha e anotava alguma coisa. Curioso, ele foi ver o que era, e descobriu que era um volante da Loteria Esportiva. Quando o dente extraído era do lado esquerdo, ele marcava coluna um. Se era do lado direito, coluna dois, e se era frontal, coluna do meio. Dois dentes era palpite duplo, e extrair um dente errado, era zebra. Um dentista lotérico.
Existem coisas que só acontecem com Tão. Por exemplo, ele foi a uma cidade a convite do prefeito, seu amigo, que iria inaugurar uma quadra poliesportiva. E da programação constava um jogo de basquete. Com muita festa o jogo foi realizado e acabou empatado em 0 X 0, pois a bola teimava em não entrar na rede. Curioso, ele foi verificar o que estava acontecendo. Descobriu então que haviam mandado o serralheiro do lugar confeccionar os aros para colocação das redes. O serralheiro havia medido o diâmetro dos aros por uma bola de futebol, que é bem menor que uma de basquete. Foi a primeira vez na história do esporte, que um jogo de basquete terminou em 0 X 0.
Os amigos de Tão são sempre alvo para suas brincadeiras. E um deles tem o sobrenome de Amor. E numa viagem com Amor e outros amigos, chegaram a uma cidade e foram até um balneário, onde encontraram umas moças e as convidaram para beber. Mas, Amor sentou em outra mesa, com outra pessoa. E as moças questionaram o porque dele na sentar na mesma mesa.
Malandro, Tão disse que Amor não gostava de mulher, e que, inclusive, estava patrocinando a viagem deles. O que ele não disse, é que, por Amor ser muito organizado e honesto, eles o nomearam tesoureiro da viagem, confiando a ele todo o dinheiro para o pagamento das despesas. E assim, ele dizia para as moças: É gay. Paga tudo que a gente quer. E gritava para a outra mesa: “Amor, paga essa conta da gente aqui”. Sem saber de nada, Amor sorria e pagava.
Uma outra vez, ele levou Amor para passar uns dias na sua fazenda. E lá, entre uma conversa e outra, ele perguntou ao administrador: Você já emplacou o burro? O rapaz, já afeito às brincadeiras de Tão, entrou na onda e disse que não, porque o delegado insistia que ele teria que colocar sinaleiras e retrovisores no animal, e só assim poderia obter a licença. Crédulo, Amor entrou na conversa e disse que aquilo era um absurdo. “Não pague não! Isso é roubo! Onde já se viu emplacar burro”!
Tão é brincalhão, mas também é muito humano. No exercício da sua profissão de médico, ele não faz distinções de pessoas, atendendo a todos de igual maneira, inclusive até em prejuízo do seu descanso. E foi assim que ele foi chamado em sua fazenda para atender a uma criança enferma num povoado próximo.
Chegando lá, ele constatou que o caso era grave, e levou a criança para um hospital na cidade, permanecendo com ela até o seu total restabelecimento. Grato, o pai da menina, que era um pistoleiro conhecido na região, o procurou e disse-lhe: “Doutor, o senhor salvou a vida da minha filha, e eu não tenho outro modo de lhe pagar, a não ser com o meu trabalho. Quem é que o senhor quer que eu mate”?