terça-feira, 28 de abril de 2015

Por que os conselhos sobre alimentação mudam tanto?

Se comer ovos, não coma carne magra. Mas não era o contrário?

Quando recentemente o Conselho de Orientação de Dieta dos Estados Unidos (Dietary Guidelines Advisory Committee, DGAC, na sigla em inglês) desistiu de sua recomendação de restringir o consumo de alimentos ricos em colesterol, como os ovos, ou de reduzir o consumo de gorduras saturadas – para isso aconselhavam comer carne vermelha – ele contradisse uma recomendação tradicional adotada há anos e algo que era tomado como "evidência científica".
Tanto que a ideia se tornou uma "crença" arraigada na cabeça dos consumidores e foi tomada como base por toda a indústria para alimentos com baixos teores de gordura e colesterol. Com a mudança da recomendação, os negócios afetados negativamente logo se revoltaram.
"Apesar dos dados que relacionam a carne vermelha processada ao câncer de cólon, também há uma evidência que sustenta o contrário", disse a vice-presidente de assuntos científicos do Instituto de Carne dos Estados Unidos, Betsy Booren, à mídia local. "Os cientistas erraram antes? Que garantia temos de que, desta vez, estão certos? Qual conselho devemos seguir? Por que parece que eles não conseguem entrar em um acordo?", questionou.
Veja por exemplo o que já foi dito sobre os ovos: Em 2010: Faz mal. Só se deve comer um ou no máximo dois ao dia (recomendações do DGAC); 2011: Faz bem. "Não aumentam o risco de doenças do coração" (Publicação científica europeia de nutrição médica – European Journal of Medical Nutrition); 2012: Faz mal. "As gemas são tão prejudiciais ao coração como fumar" (revista Artherosclerosis); 2013: Faz bem. "Não há relação entre o consumo de um ovo por dia e o aumento do risco de problemas cardiovasculares" (Publicação científica britânica - British Medical Journal)

Equilíbrio
Assim, será que podemos comer ovos tranquilamente ou é melhor não? Quantos copos de vinho podemos tomar? A quem devemos dar ouvidos?
Conforme os especialistas, o melhor é não se deixar levar pelas manchetes dos jornais, recorrer a especialistas e preferir o equilíbrio. "Em vez de focar nos alimentos, temos de olhar para os padrões da dieta. As refeições devem ser à base de vegetais, quantidades modestas de carnes, pão e cereais". (BBCBrasil) 


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