Se
você fosse uma gerente de banco ou de alguma financeira você daria empréstimo a
alguém que não tivesse crédito suficiente para resgatar a dívida contraída?
Claro
que não. Agora imagine que você é o gerente de uma empresa chamada “Família” e
o cliente que está diante de você solicitando empréstimo é um daqueles que
pouco se interessa pelos altos e baixos de sua empresa. Ele apenas acha que
você na qualidade de gerente administrador tem a obrigação de lhe atender,
independente de qualquer análise comportamental, pois ele está amparado por leis
terrenas que o qualificam como “Solicitante Vip” e quanto à sua empresa, isso
pouco importa para ele.
Você
não pode comprometer a estabilidade de empresa que está sob sua
responsabilidade, mas se esse cliente for um filho seu?
Imagino
que você responderia que só lhe concederia esse empréstimo se tivesse a certeza
que ele seria bem aplicado. È essa preocupação que leva essa gerente a custear
treinamentos e estudos para esse Cliente Vip. Esse é um pensamento lógico, mas
tem administradores que logo abrem os cofres a ponto de até comprometer a
estabilidade da empresa família.
Agora
vamos ativar ainda mais a nossa imaginação. Pense agora que você é um cliente que
está solicitando ajuda a uma grande empresa cuja administração fica no plano
espiritual. Sabendo disso, você logo imagina: Esses gerentes da espiritualidade
têm o coração mole. Eu lhes envio uma carta falada cheia de estereótipos,
elogios, agradecimentos e “xurumelas”, com o título: “Estou precisando de
ajuda” e fico, só aguardando o retorno.
Essa
carta ficou conhecida entre nós como prece ou oração e tem corretoras religiosas
especializadas em ajudar os solicitantes endossando a formulação desse pedido
com uma pitada de “pó de pirlimpimpim” conhecida como fé, mas que na realidade
é apenas o carimbo de sua instituição religiosa.
Esse
pedido de ajuda, quase todo mundo escreve e envia para a espiritualidade. Muitos
desses pedidos são xerox mentais, onde o solicitante apenas reproduz as palavras,
como se estivesse preenchendo um formulário padronizado solicitando serviços
públicos. Sem observar o teor do que está impregnado no pedido, essa carta e
enviada à espiritualidade e, quase sempre, com o endereço incompleto. Dificilmente
ela chegará ao administrador certo e, por conseqüência, pouco trará o benefício
desejado.
Se
o solicitante quiser, ele pode substituir essa carta por uma conversa
“tête-à-tête”, com os benfeitores da espiritualidade, usando suas verdades
emocionais para obter melhores resultados e bem mais rápidos.
Pois
bem, agora chegamos no ponto de colisão.
Será que Deus e seus
colaboradores espirituais seriam menos competentes que um gerente de banco? Na realidade
você, como de solicitante do empréstimo, também seria avaliado.
Os
bens materiais, aplicações financeiras, empresas e até a família que a
espiritualidade lhe confiou podem, a qualquer momento, trocar de administrador.
Serão repassados a outros, não por solicitação, mas por merecimento gratuito.
Ninguém
leva nada disso quando morre, mesmo assim, tem gente que se mata por algo que
obrigatoriamente deixará para os que ficam.
Conrado Dantas
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