terça-feira, 28 de abril de 2015

NÓS?

No final de 2014, a outrora fascinante cidade de Acapulco, que já foi um dos principais pontos turísticos das Américas, teve 60% das reservas de hotéis canceladas e vive no ostracismo. Motivo: a extrema violência provocada pelo crime organizado, que atinge a moradores e mata também turistas. Qualquer semelhança com algumas cidades brasileiras que (ainda) atraem turistas, como Rio e Salvador, poderá não ser mera coincidência em futuro próximo.

"Segue muito bem seu curso aquela nave que se vale de piloto muito competente."  (Cícero)

Construtores de ruínas
A Controladoria Geral da União acaba de divulgar que das 72 obras tocadas com recursos federais para ampliar e modernizar universidades federais em todo o País, um terço está em atraso e, das que ficaram prontas, não são poucas as que apresentam problemas sérios, a ponto de, em alguns casos, sequer poderem ser usadas.
Os motivos são diversos e alguns deles chegam a ser patéticos, embora devidamente escandalosos: no Pará, por exemplo, as obras mal começaram e pararam, já que a construtora que venceu a licitação decretou falência. Ora, como pode uma empresa VENCER uma licitação de semanas depois decretar falência? Sua saúde financeira não foi checada?
Maracutaias e absoluta falta de fiscalização competente são os dois principais fatores que levam o Brasil a ter um exército de construtores de ruínas, sem dúvida.

E por falar em ruínas...
A Baixa dos Sapateiros, que recentemente passou por obras de “requalificação urbana”, tocadas pela Conder, está destroçada.
Do Aquidabã à Barroquinha, a quantidade de crateras assusta, ameaçando a segurança dos motoristas e a integridade dos veículos.
É impressionante a deterioração, considerando-se que a obra foi dada como concluída há apenas alguns meses.

Delfim Netto e o ajuste (I)
Ele foi ministro da ditadura militar e assessorou o governo Lula, indiretamente. Sempre vence a sua brilhante inteligência. Falo de Delfim Netto, veterano economista e, literalmente, professor da matéria.
Do alto dos seus 86 anos (que, aliás, não aparenta), ele deu um show no último domingo, no programa Canal Livre, na Band, ao falar sobre os ajustes econômicos do governo.
Lembrou, por exemplo, que o primeiro ajuste que o Brasil sofreu foi quando Pedro II, aos 14 anos, tomou posse como imperador e declarou: “Juro que vou controlar as despesas.”

Delfim Netto e o ajuste (II)
Segundo Delfim, nesses 175 anos que se passaram desde a posse de Pedro II, o Brasil já sofreu “pelo menos uns 20 ajustes”.
Ele diz que é assim mesmo, em qualquer parte do mundo. E que todo ajuste é, na verdade, “o começou de uma nova crise”.

Delfim Netto e o ajuste (III)
Delfim Netto, ao classificar o Estado brasileiro como um “leviatã obeso”, lembrou que praticamente toda a Europa realizou ajustes mais ou menos recentes, com exceção da Grécia, “que deu no que deu”. Vamos ver.

Mas a corda parte...
...No lado mais fraco. O que Delfim se esqueceu de dizer é que os ajustes sempre acabam penalizando quem menos tem.
Cortes em programas sociais, aumento de preços e impostos, quem sempre paga mais caro por tudo isso é o povo. A elite segue numa boa.

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