Em meados da década de 80, com base nas
estatísticas que apontavam um crescimento do número de cães e gatos infectados
com Raiva e de pessoas atacadas pelos mesmos, A 2ª Dires resolveu
efetuar uma campanha de vacinação destes animais. Àquela época, eu trabalhava
no gabinete do então prefeito Colbert Martins, e uma das minhas funções era
municiar o prefeito com informações e ideias para melhor atender às
comunidades. Então eu e meu colega de gabinete, o professor Roberval Pereira, desenvolvemos
um projeto para implantação do Canil Público de Feira de Santana. Era um
projeto amplo, que deveria ser implantado em etapas, iniciando com cães e gatos
vadios, utilizando como base de operações o Parque de Exposições, montagem de
um laboratório e ia até a fabricação de soro antiofídico. O prefeito ficou
entusiasmado, pois o argumento seria de que, além de uma campanha paliativa, o
governo municipal estaria solucionando o problema e ainda gerando recursos para
os cofres públicos. Mas, no dia seguinte ele desistiu da ideia. Alguém
convencera ele de que aquilo não renderia votos. E assim, como sempre acontece,
a cidade perdeu para a política populista.
Mais de três décadas se passaram e a
cidade continua a enfrentar o mesmo problema. A mulher que fundou a Associação
de Proteção aos Animais (APA), é uma pessoa sensível e de bom coração. Mas,
isso não basta, pois além de não resolver o problema ela está gerando outros.
Esta semana moradores da rua Teresa Cunha, no Bairro Estação Nova, reclamaram
na imprensa de que há uma casa abandonada com centenas de cães e gatos dentro
dela, gerando um mau cheiro insuportável. Ela tem um terreno fora da cidade,
quer ajuda financeira para construir um canil. Mas, como irá mantê-lo? Além do
mais, não é responsabilidade dela, e sim do poder público. Quando muito, já que
ela é abnegada, a Prefeitura Poderia firmar com ela uma Parceria Público
Privada (PPP).
Ela poderia ter um cargo no Canil Público
e ser paga por isso, porque também esse negócio de trabalhar de graça não é boa
coisa. Dar algum tempo disponível em favor de uma causa, é uma coisa, mas
largar seus afazeres para trabalhar de graça, esconde sempre alguma trapaça. Se
não tem ninguém no governo com capacidade para elaborar o projeto, há cidades
no Brasil que já implantaram este serviço, é só procurar na internet e copiar o
modelo. Uma certeza eu tenho: Resolveria um monte de problemas causados por
animais soltos e sem cuidados. Porque não é só o transtorno dos acidentes
causados, mas também uma porção de doenças transmitidas, causadas pela falta de
cuidados e de controle da população de animais domésticos.
Basta apenas vontade política. A cidade
agradece.
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