quinta-feira, 2 de abril de 2015

Como a ciência prevê o 'apocalipse'

Diz o ditado que tudo na vida passa. E, segundo cientistas, até a própria vida algum dia desaparecerá por completo na Terra. Mas quanto tempo ainda temos diante de nós?
Os fósseis encontrados e estudados até hoje indicam que a vida na Terra já dura 3,5 bilhões de anos. Nesse período, ela enfrentou e venceu congelamentos, quedas de asteroides, nuvens tóxicas e até radiação letal.
Ou seja, acabar com a vida no planeta não é fácil.
Mas a ciência prevê que muitas situações potencialmente apocalípticas ainda estão por acontecer. Qual delas vai poderá esterilizar a Terra?

Apocalipse vulcânico

O mais perto que a vida na Terra já esteve da destruição total foi provavelmente há 250 milhões de anos, durante a grande extinção do fim do período Permiano (último período da Era Paleozóica). O acontecimento eliminou cerca de 85% de todas as espécies terrestres e 95% das aquáticas.
Ninguém sabe dizer ao certo o que aconteceu, mas não deve ser coincidência o fato de a extinção ter ocorrido em uma época de intensa atividade vulcânica na região onde hoje fica a Sibéria.
Para o geólogo Henrik Svensen, da Universidade de Oslo, na Noruega, apesar de a lava derramada pelos vulcões siberianos terem coberto uma área oito vezes maior que a Grã-Bretanha, o que realmente provocou a extinção em massa foram os sais que estão depositados no solo na região.
“Quando esquentados pela atividade vulcânica, esses sais liberaram na atmosfera uma enorme quantidade de substâncias destruidoras de ozônio”, afirma o cientista. “Em todo o planeta, as espécies tiveram que lidar com a alta radiação prejudicial que normalmente é absorvida pela camada de ozônio, e acabaram morrendo.”
Segundo Svensen, ninguém sabe quando e onde uma erupção gigantesca pode acontecer, mas é certo que ela ocorrerá.
No entanto, é improvável que todas as formas de vida sejam extintas com um fenômeno como esse, pois, apesar de plantas e animais terem sofrido com a extinção do fim do período permiano, organismos unicelulares, como as bactérias, escaparam ilesos.


Choque de asteroides
Congelamento do núcleo da Terra

Se um gigantesco asteroide conseguiu contribuir para a extinção de todos os grandes dinossauros do mundo, será que outro poderia acabar com a vida na Terra?
Bem, isso vai depender de onde o corpo celeste cair. A Terra já foi atingida por alguns asteroides bem grandes, mas sem praticamente deixar vítimas fatais. A cratera de Manicouagan, no Canadá, é um exemplo disso: é uma das maiores do mundo causadas pelo impacto de um asteroide, ocorrido há cerca de 215 milhões de anos.
Para que uma colisão atinja uma escala de extinção em massa, ela precisa acontecer em uma área rica em rochas sedimentares, mais voláteis, que tendem a lançar na atmosfera nuvens de gases causadores do efeito estufa.
A boa notícia é que impactos como esse são raros – ocorrem a cada 500 milhões de anos.

No filme O Núcleo – Missão ao Centro da Terra, de 2003, o centro da Terra para de girar misteriosamente, fazendo o planeta perder seu campo magnético e ameaçando todas as formas de vida.
A premissa do filme foi ridicularizada por muitos cientistas. Mas alguns pesquisadores realmente acreditam que o campo magnético da Terra desvia partículas ionizantes vindas do Sol, que seriam prejudiciais à atmosfera. Se tiverem razão, o planeta sem campo magnético seria um planeta sem atmosfera, e toda a vida acabaria.
Já se sabe que o campo magnético da Terra está ficando mais fraco, mas isso se deve ao fato de ele estar mudando de direção, algo que ocorre periodicamente há milhões de anos.
Para Richard Harrison, cientista da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, o campo magnético terrestre não deve desaparecer em um futuro próximo, pois, para isso, o núcleo teria que se solidificar completamente.
Atualmente apenas o núcleo interno é sólido e cresce cerca de 1 milímetro por ano, enquanto o núcleo externo é líquido e tem uma espessura de 2,3 mil quilômetros.
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