quinta-feira, 2 de abril de 2015

O trabalho do doutrinador

       Se alguém dissesse que não existem seres mais nem menos evoluídos que outros isso geraria um problema sério, principalmente para alguns seguimentos religiosos. Na ânsia de se corrigir distorções, muita gente não percebeu que Deus não é nenhum aprendiz de feiticeiro.
Aqui, no nosso plano temos pessoas com tanta habilidade psicomotora que, algumas são considerados “Monstros Sagrados” ou “Reis” simplesmente pela grandeza e perfeição do que fazem aqui em nosso plano terreno. Agora, imaginar que a capacidade de Deus mal dá pro gasto, ou seja, mal dá para fazer algo que chamamos de homem na fila da lapidação para, através das reencarnações, corrigir avarias, é uma heresia de nossa parte.  
O homem não é o centro genético do universo e nem outras tantas formas de vidas que pululam o universo foram geradas acidentalmente.
Realmente, não existem seres sem evolução, pelo menos, no ponto de vista que concebemos através dos informes religiosos.
Das coisas que consideramos erradas ou más, muitos seres do universo não comungam desse mesmo ponto de vista, não porque são maus ou involuídos, mas porque concebem a vida de uma maneira diferente de nós.
Um animal predador não pode ser considerado mau só porque sua forma de captar alimento é diferente de um herbívoro. Apenas ele se alimenta de maneira diferente.
Baseado na nossa maneira de viver, isso só seria errado se o herbívoro abatesse a presa e depois se deitasse ao seu lado só para observá-la se debater até o último suspiro. Depois, sairia para comer sua graminha, tranqüilamente.
Também não podemos imaginar que uma clonagem seja o suficiente para uma espécie evoluir, saindo do estágio primata, para um belíssimo corpo de modelo desses que observamos na mídia impressa, televisiva ou mesmo em frente a um espelho.
Cada ser vivo ocupa uma dimensão energética e uma característica existencial. Você não pode chegar num jardim e dizer que uma “dália” é simplesmente uma “rosa” que ainda não evoluiu. Cada um tem sua própria característica, e mesmo se fazendo cruzamento genético dessas espécies, chegaremos a outros resultados, mas não evoluiremos a dália até ela se tornar uma rosa.
Alguém pode até questionar: Como fica o trabalho de um doutrinador de Centro Espírita se as consciências que pensam diferente e de maneira contrária não podem ser doutrinadas?
Nesse caso, é só lembrar que a doutrinação é apenas uma espécie de “boas vindas” que quer dizer: “Seja bem vindo, mas aqui, entre nós tem regras e qualquer um, que por aqui se aventurar, vindo de onde vier, pensando ou vivendo diferente de nós, tem que obedecê-las”.
Dentro desse princípio, qualquer entidade pode ser doutrinada, mas se alguém entender que doutrinação é exercer um certo fascínio autoritário sobre um estrangeiro do além, nesse caso, a sua doutrinação pode falhar.
O doutrinador é o anfitrião que dará boas vindas ao visitante. Podemos dizer que o doutrinador é um doutor das leis morais e incentivador ao respeito mútuo. Apenas isso.

Conrado Dantas

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