terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Contra tudo e contra todos. Dá-lhe Bahia!


“Ou se ama o Bahia de todo coração, ou se detesta o Bahia de tod’alma” (Osório Villas Boas).

Os jogadores da base do Bahia entraram para a história nesta terça-feira (25) como o primeiro clube de futebol do Norte e Nordeste do Brasil a participar de uma final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Foram vice-campeões, mas, bem que poderiam ter sido campeões. Porém, para aqueles jovens jogadores, o importante é que suas carreiras estão asseguradas.
Para chegar aonde chegou, o Bahia começou perdendo o primeiro jogo (1 X 0) contra o América Mineiro, ainda na fase de classificação, da qual participaram mais de 90 equipes. Depois, já classificado, na fase do “mata-mata”, pegou o seu eterno rival, o Vitória, e venceu nos pênaltis (4 X 3), depois de empatar em 1 X 1 no tempo normal. A partir daí, eliminou o Santos (2 X 1), América MG (2 X 1) e fez a final histórica contra o Flamengo (1 X 2).
É sempre bom lembrar que a competição envolve jogadores da categoria sub 20, mas o Bahia optou por levar a sua equipe sub 18. Quem entende futebol sabe quanta diferença isso faz. Os meninos da Bahia não se intimidaram e jogaram futebol de gente grande, com técnica e garra. Caso os dirigentes não se desfaçam logo dos seus novos valores (o que é comum acontecer) a fanática torcida do Bahia poderá ver grandes jogadores atuando por sua equipe principal ainda este ano.
Assisti à maioria dos jogos, inclusive a final, e sei que o que vou dizer vai ser apontado como “choro de perdedor”, mas o Bahia, além dos sérios desfalques que teve na final, jogou ainda contra a boa equipe do Flamengo, contra a torcida em maior número, e, contra o juiz. Sim. No lance anterior ao segundo gol do Flamengo, um jogador do Bahia havia sido derrubado dentro da área, o que seria pênalti, que o juiz não deu. Em segunda, num lance bem parecido, ele marcou falta e deu cartão amarelo ao jogador do Bahia. E um minuto depois, o mesmo jogador fez pênalti no jogador do Flamengo, e ele expulsou, pois já havia recebido um amarelo.
Caso ele tivesse dado o pênalti contra o Flamengo, que realmente existiu, a história do jogo poderia ser outra. E tem mais. Um jogador do Flamengo, um tal de “Muralha”, que está mais para segurança de boate do que jogador de futebol, caçou os jogadores do Bahia em campo, batendo à vontade, sem ser incomodado por sua excelência o juiz. Sequer advertência levou. Vendo o jogo, dava a impressão de que se “Dona Torre”, a mãe do “Muralha”, passasse na sua frente ele derrubava.
Dir-se-ia: São coisas do futebol. Não! Não deveria ser. Mas é. Porque nós nos acostumamos a aceitar essas coisas como “normais”, e os mais prejudicados são os clube situados mais ao Norte do Brasil.
Mas eles têm que nos engolir. O Bahia é o primeiro clube campeão nacional, é o único do Norte e Nordeste a desafiar os poderosos do Sul e Sudeste, bi-campeão Brasileiro e, agora, o primeiro do Norte e Nordeste a fazer uma final, vice-campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
Dá-lhe Bahêa!

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