Sobre evangélicos e outros espécimes
Dizem que um bom trabalhador não escolhe tarefa. Há 29 anos fazendo textos jornalísticos, eu bem que já poderia me dar ao luxo de escolher o que escrever, mas não é o que acontece. Ainda permito que, por influências de amigos, escrevo textos que, fatalmente, vão me levar a ser gozado por outros amigos. Fui dar uma mão ao amigo e new evangélico, Antônio José Laranjeira, e vejam o que aconteceu: fui gozado no Rodabahiana.
Mas os meus fãs podem ficar sossegados. Eu não sou pervertido, nem estou convertido, como insinuou Edson Borges (com a inevitável cumplicidade de Reginaldo Pereira). Continuo o mesmo: Boêmio, alegre, festeiro e (pasmem), Cristão até no nome, desde que nasci.
Mas não é por isso que tenho que aturar os fanáticos religiosos, de qualquer igreja, seita ou o escambau do Ovo da Ema. Não dou mole pra eles. Se tem padre veado, garanhão, pedófilo, ladrão ou seja lá o que for, eu detono. O mesmo vale para pastores, rabinos e afins. Não por acaso, enchi de balas um alto falante de uma igreja próxima a minha casa, cujos pastores se recusavam terminantemente a abaixar o volume, para que eu pudesse ter um pouco da paz que eles tanto pregam. “Deus não é surdo! Orem baixo por favor”, alguém já suplicou, e eu concordo.
O nosso colega do jornal “A Tarde”, José Augusto Berbert, falecido recentemente, era dos meus. Uma destas Testemunhas de Jeová (que sequer viu a briga), vivia lhe torrando a paciência, e ele resolveu o caso de uma maneira que eu também resolveria: Pregando-lhe um baita susto (um dia eu conto esta história numa crônica).
O fato é que eu creio em Deus, trago Cristo no coração, e não vivo enchendo o saco do Pai, nem do Filho, nem do Espírito Santo, nem da Virgem Maria, por pouca coisa. E também não suporto quem faz disso um meio de vida, explorando a fé alheia, na maioria das vezes com interesses escusos.
Eu tenho paciência, sim, com aqueles que fazem da religião um bálsamo para as almas sofridas. Mas enxoto como cão vadio, aquele que vem a minha porta me torrar o saco com sua lengalenga inoportuna, ineficaz e interesseira, passando-se por mensageiros de Deus.
E foi assim que um destes sujeitos tentava convencer um grupo de pessoas sobre a importância do Dízimo, alegando que, por exemplo, R$ 10 Reais, é muito pouco para se pagar mensalmente, por todas as maravilhas que Deus nos deu. Eu concordo, e até pago. Desde que ele, Deus, venha receber pessoalmente e traga um recibo. Não aceito intermediários.
É. Essas coisas me fazem perder a paciência (que já é curta), e me levam, às vezes, a dizer besteiras como a que disse outro dia. Uma certa manhã de domingo, lá estava eu, pilotando o fogão para fazer meu sertanejo café da manhã dominical (cuscuz, carne do sertão, ovos de galinha caipira, aipim, beiju e otras cositas mas), quando me acudiram à porta dois cavalheiros a tocar a campanhia. Deixei tudo no fogo e corri até a porta, antes que eles acordassem todo o povo da casa. Quando cheguei ao portão, um deles exclamou, cheiro de entusiasmo: “Bom dia, irmão! Sabe porque estamos aqui? Nós estamos aqui porque Jesus te ama”!
- Então avisa pra ele que eu sou casado – respondi, mau humorado, virando-lhes as costas.
Dizem que um bom trabalhador não escolhe tarefa. Há 29 anos fazendo textos jornalísticos, eu bem que já poderia me dar ao luxo de escolher o que escrever, mas não é o que acontece. Ainda permito que, por influências de amigos, escrevo textos que, fatalmente, vão me levar a ser gozado por outros amigos. Fui dar uma mão ao amigo e new evangélico, Antônio José Laranjeira, e vejam o que aconteceu: fui gozado no Rodabahiana.
Mas os meus fãs podem ficar sossegados. Eu não sou pervertido, nem estou convertido, como insinuou Edson Borges (com a inevitável cumplicidade de Reginaldo Pereira). Continuo o mesmo: Boêmio, alegre, festeiro e (pasmem), Cristão até no nome, desde que nasci.
Mas não é por isso que tenho que aturar os fanáticos religiosos, de qualquer igreja, seita ou o escambau do Ovo da Ema. Não dou mole pra eles. Se tem padre veado, garanhão, pedófilo, ladrão ou seja lá o que for, eu detono. O mesmo vale para pastores, rabinos e afins. Não por acaso, enchi de balas um alto falante de uma igreja próxima a minha casa, cujos pastores se recusavam terminantemente a abaixar o volume, para que eu pudesse ter um pouco da paz que eles tanto pregam. “Deus não é surdo! Orem baixo por favor”, alguém já suplicou, e eu concordo.
O nosso colega do jornal “A Tarde”, José Augusto Berbert, falecido recentemente, era dos meus. Uma destas Testemunhas de Jeová (que sequer viu a briga), vivia lhe torrando a paciência, e ele resolveu o caso de uma maneira que eu também resolveria: Pregando-lhe um baita susto (um dia eu conto esta história numa crônica).
O fato é que eu creio em Deus, trago Cristo no coração, e não vivo enchendo o saco do Pai, nem do Filho, nem do Espírito Santo, nem da Virgem Maria, por pouca coisa. E também não suporto quem faz disso um meio de vida, explorando a fé alheia, na maioria das vezes com interesses escusos.
Eu tenho paciência, sim, com aqueles que fazem da religião um bálsamo para as almas sofridas. Mas enxoto como cão vadio, aquele que vem a minha porta me torrar o saco com sua lengalenga inoportuna, ineficaz e interesseira, passando-se por mensageiros de Deus.
E foi assim que um destes sujeitos tentava convencer um grupo de pessoas sobre a importância do Dízimo, alegando que, por exemplo, R$ 10 Reais, é muito pouco para se pagar mensalmente, por todas as maravilhas que Deus nos deu. Eu concordo, e até pago. Desde que ele, Deus, venha receber pessoalmente e traga um recibo. Não aceito intermediários.
É. Essas coisas me fazem perder a paciência (que já é curta), e me levam, às vezes, a dizer besteiras como a que disse outro dia. Uma certa manhã de domingo, lá estava eu, pilotando o fogão para fazer meu sertanejo café da manhã dominical (cuscuz, carne do sertão, ovos de galinha caipira, aipim, beiju e otras cositas mas), quando me acudiram à porta dois cavalheiros a tocar a campanhia. Deixei tudo no fogo e corri até a porta, antes que eles acordassem todo o povo da casa. Quando cheguei ao portão, um deles exclamou, cheiro de entusiasmo: “Bom dia, irmão! Sabe porque estamos aqui? Nós estamos aqui porque Jesus te ama”!
- Então avisa pra ele que eu sou casado – respondi, mau humorado, virando-lhes as costas.
Um comentário:
Seja bem-vindo aqui não é como jornal, a democracia aqui esparrama por todos os lados, não seja tão polemista, respeite os segmentos, você pode discordar a vontade, mas não ofenda as categorias.
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