sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Cegueira
O presidente da Federação Nacional de Cegos dos Estados Unidos, Marc Maurer, declarou que o filme “Ensaio Sobre a Cegueira”, baseado no livro do mesmo nome, de autoria de José Saramago, “retrata os cegos como monstros”, e que “a cegueira não transforma pessoas decentes em monstros”. Primeiro quero saber como ele pode falar sobre o filme. Ele viu? Segundo, se ele leu o livro (em Braile) deve ter percebido que não é a cegueira que transforma as pessoas em “monstros”, mas sim o desespero ao qual as pessoas, atingidas pelo que se supõe ser uma epidemia de cegueira, são levadas através do medo, do confinamento e da rejeição daqueles que ainda enxergam, e que tratam os cegos como os romanos tratavam os leprosos, ou como os nazistas tratavam os judeus. Se ele não entendeu isso, não é apenas cego dos olhos, mas também um cego mental.

Ivete
Sem dúvida ela é uma grande cantora e uma bela mulher. Mas toda simpatia e respeito que eu tinha por Ivete Sangalo está indo por água abaixo devido a suas últimas falas e atitudes. Depois de exortar a garotada a urinar na cama, agora ela está usando uma linguagem chula quando se dirige ao público.

Protótipo de marginal
O indivíduo tem apenas 12 anos. Foi expulso da escola onde estudava por ter agredido um vigilante. Retornou, invadiu a escola e foi jogar bola. Quando uma professora reclamou, ele se armou com um pedaço de pau e uma barra de ferro e partiu para agredi-la. Foi preso e recolhido a um centro de recuperação. Conhecendo como funcionam estes tais centros (vide Febem), eu pergunto: Em que este indivíduo poderá ser útil à sociedade?

Wagnerianas
Amigo meu viajando pela Chapada Diamantina, me disse que as estradas daquela turística região da Bahia, estão “Wagnerianas”. E explicou: “A gente vê muitas placas com os dizeres ‘cuidado, máquinas na pista’, ou então, ‘homens trabalhando’. Só que a gente não vê nem as máquinas nem os homens, apenas os buracos nas estradas. Bem ao estilo do governo Wagner”.
Desrespeito
A falta de educação básica, aquela que se recebe em casa, é uma das causas da violência que acontece nas ruas da cidade. Eu sou de uma geração na qual os pais nos ensinavam os nossos direitos terminam quando os do próximo começam. Assim sendo, eu não uso som alto no meu carro, eu não estaciono em frente a garagens, eu dou passagem preferencial a pedestres, eu costumo dizer ‘por favor’ e ‘muito obrigado’, eu respeito os mais velhos (desde que se dêem ao respeito), eu sei, inclusive, reconhecer meus erros, pedir desculpas e também desculpar. Os mais jovens dizem que eu sou “careta”. É isso aí, eu sou careta, porque sou educado. Mas, como exigir educação dos jovens, se os pais deles também não a tiveram.

Desrespeito I
Aqui em Feira tem um médico que tem uma clínica perto de um bar. Os freqüentadores do bar costumam estacionar seus veículos na frente da garagem da clínica. Ele não discute nem reclama. Quando vai sair, e tem algum veículo empatando, e pega um bisturi e sai riscando a chaparia do carro, tirando a tinta até atingir a chaparia. Eu faria o mesmo, até porque não temos a quem reclamar e, se a gente for falar com o imbecil que estacionou na frente da nossa garagem, vai ter briga na certa.

Desrespeito II
Um amigo meu que reside num distrito e comercializava leite in natura, saía de casa de madrugada, para buscar o produto nas fazendas. Um certo dia, quando ia sair com seu Jeep, dois carros estreitavam a saída da sua garagem. Ele não pestanejou, passou entre os dois carros com o para choques do Jeep empurrando, rasgando e quebrando o que tinha pela frente. Quem sou eu pra dizer que ele estava errado? Quem quiser que atire a primeira pedra.

Palácio do Menor
A ironia já começa em chamar-se aquelas ruínas de “Palácio”. Quanto aos menores ali abrigados, não passam de pequenas e inocentes peças no jogo dos poderosos. Usam e abusam da chantagem emocional para satisfazer seus egos e interesses políticos e econômicos. A bem da verdade, a Prefeitura fez a parte dela, desapropriando o imóvel e fazendo parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC) para a construir ali um restaurante para os comerciários. De quebra, com a desapropriação ajudou a Santa Casa de Misericórdia. Agora, uma promotora pública, zelosa na observação das leis, avisa que o Conselho da Criança não pode usar os recursos do Fundo da Criança e do Adolescente para aquisição de um imóvel para abrigar as crianças. Segundo ela, os recursos só podem ser utilizados “em ações complementares”. Que ações são essas? O dinheiro está sendo utilizado para estas ações? E a Lei, não pode ser alterada para atender a uma emergência? Jeito tem, o que falta é vontade política de dar jeito.

E C Bahia
A situação precária em que se encontra o mais tradicional e glorioso clube do Norte e Nordeste tem causa nas más administrações de diversas diretorias. Mas, essa conta também deve ser entregue ao ex-governador João Durval Carneiro, que graciosamente deu um estádio ao E C Vitória, que agradeceu dando o nome do sogro de Durval, Manoel Barradas, torcedor histórico do rival do Tricolor de Aço. Hoje o Bahia, afundado na incompetência dos seus diretores, poderia estar em melhor situação se tivesse, pelo menos, um estádio para mandar os seus jogos.

Barack Obama
O preconceito racial já foi muito mais forte nos Estados Unidos. Nos dias de hoje o preconceito que prevalece é o econômico. Se tiver dinheiro e habilidade política, até um índio ou um chinês pode morar na Casa Branca. Observemos quem são os colaboradores que Obama está convocando. Todos da elite política branca.

Desafio
Segundo o arcebispo D. Itamar Vian, o primeiro desafio pela nova Rádio São Gonçalo (incendiada criminosamente no ano passado), será o de ser uma emissora comercial auto-sustentável, sem aceitar interferência em sua linha editorial. Assim sendo, meu caro, contratem um bom editor e um super diretor comercial, que saibam dizer não àqueles que gostam de interferir para atender aos seus interesses. É difícil, mas não impossível.

Philosopher
“Vivemos num mundo onde precisamos nos esconder para fazer amor, mas a violência é praticada em plena luz do dia”. (John Lennon)

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Por hoje é só, que agora eu vou ali dar um passeio pela Chapada Diamantina. Mas vou de helicóptero.


“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida... mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure sempre...” Vinícius de Moraes.

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