quinta-feira, 16 de abril de 2009

Artigo da Semana


O Tênis, pelo menos, está salvo

Feira de Santana nunca foi cuidadosa com o seu patrimônio arquitetônico. Diversos foram os prédios históricos perdidos para a especulação imobiliária, por puro descaso e insensibilidade dos governantes. Cedendo a pressões de interesses escusos, preservou-se uma casa velha de fazenda, impingindo uma mentira histórica à população, de que aquela seria a primeira casa da cidade, a sede da fazenda Santana dos Olhos D’água.
Enquanto isso, os prédios das filarmônicas Vitória e 25 de Março, modelos da arquitetura do início do século XX, estão para ruir, já interditados pela Defesa Civil. Também o casarão situado na Praça Carlos Bahia, próximo à Catedral de Santana, que já abrigou a Santa Casa de Misericórdia, O Hospital Dom Pedro, 1° BPM/FS e o Palácio do Menor, está em estado deplorável e também prestes a ruir.
Sobre este último imóvel, muito alarido se fez, inclusive com inoportuna interveniência política do PT, de que ali seria instalado o Restaurante do Comerciário, sendo que a instituição detentora do direito de exploração do referido restaurante, irá promover a restauração do imóvel, primando pela manutenção da sua arquitetura primitiva. Contudo, ainda não moveu uma pedra.
Por isso temos que apoiar o prefeito Tarcízio Pimenta na sua corajosa iniciativa de desapropriar o Feira Tênis Clube, que estava prestes a ser leiloado e arrematado por uma bagatela, e transformado sabe-se lá em que. A mesma coragem não teve o ex-prefeito José Raimundo, que perdeu para um empresário o domínio do Hotel Caroá, transformado em estacionamento.
Processo similar ao qual passou o FTC sofre o Clube de Campo Cajueiro, cuja singular arquitetura foi concebida por Amélio Amorim. O método é simples. Depreda-se o patrimônio, afunda-se a instituição em dívidas, leva-se a leilão e o grupo interessado arremata o bem por um valor irrisório, ganhando-se com isso uma pequena fortuna. Não sei se o prefeito (ou a Prefeitura) tem fôlego suficiente para fazer uma intervenção no CCC similar à que foi feita no FTC.
E não adianta pedir socorro ao governo do Estado, pois este tem demonstrado uma má vontade nunca vista antes para com Feira de Santana. E os deputados da base de sustentação do governo do estado também não vão fazer nada a respeito disso. Estão mais empenhados em fazer política, catar votos para a eleição do ano que vem.
Aliás, em termos de representação política, Feira de Santana nunca esteve tão mal servida. Os nossos deputados e senadores não conseguem sequer credenciar o serviço de cardiologia do HDPA ao Sistema Único de Saúde, perdendo para Vitória da Conquista, vê lá se vão conseguir sensibilizar o governador a investir dinheiro na preservação do nosso patrimônio histórico. Mais fácil um boi voar.

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