quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Casarão dos Olhos d`Água é palco de celebração dos 192 anos de Feira de Santana

A celebração reforçou o simbolismo do local, onde viveram Domingos Barbosa de Araújo e sua esposa, Ana Brandoa

 As comemorações pelos 192 anos de emancipação política de Feira de Santana ganharam um cenário especial no Casarão dos Olhos d’Água, espaço que preserva as origens da cidade. A celebração, realizada nesta quinta-feira, 18 de setembro, reforçou o simbolismo do local, onde viveram Domingos Barbosa de Araújo e sua esposa, Ana Brandoa, casal fundador do município e proprietários da antiga Fazenda Sant’Anna dos Olhos d’Água. A partir das terras do casal, a cidade começou a se desenvolver, transformando-se na grande Feira de Santana de hoje.

A visita ao casarão reuniu estudantes, autoridades e comunidade em uma celebração que uniu memória e cultura. Crianças de escolas particulares foram protagonistas da festa. Os estudantes apresentaram o Hino de Feira de Santana e expôs maquetes produzidas pelos alunos, que retratam desde lugares históricos até pontos atuais da cidade.


Outro destaque foi a revitalização do tradicional carrinho de Noratinho da Pamonha - símbolo da cultura popular de Feira. Durante o evento, artistas plásticos iniciaram a pintura do material de trabalho do comerciante diante do público, transformando a restauração em um espetáculo.

A homenagem relembrou a trajetória de Honorato Alves, o eterno Noratinho da Pamonha, que marcou gerações de feirenses com seu canto característico pelas ruas da cidade. Filho de ex-escravos e nascido no distrito de Humildes, Noratinho viveu 111 anos e se destacou como vaqueiro, agricultor e vendedor de pamonhas, sendo reconhecido em vida como símbolo da cultura popular de Feira. Mais que um comerciante, tornou-se parte da identidade cultural do município, inspirando poesias, charges e músicas.

Durante a visitação, o prefeito José Ronaldo de Carvalho destacou a importância do espaço histórico. “Tudo começou por aqui. Tive o  prazer de reconstruir o Casarão dos Olhos d’Água. Hoje ele é um dos principais guardiões da memória de Feira, um lugar onde a nossa história é contada e revivida. Preservar esse casarão é fundamental para que as futuras gerações conheçam suas raízes e valorizem a cidade em que vivem”, afirmou.

Somente em agosto, cerca de cinco mil pessoas passaram pelo casarão, muitas delas estudantes. Em setembro, o número já ultrapassa quatro mil visitantes, confirmando o interesse da população em se reconectar com o passado.

A celebração no Casarão dos Olhos d’Água reforça que o futuro de Feira de Santana se constrói com base na valorização de sua história. Manter vivas as lembranças do município é garantir que cada geração compreenda e se orgulhe do legado que deu origem à “Princesa do Sertão”.

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