
A decisão de chacinas, badernas de rua, crimes em massa, rebeliões nas
prisões, NÃO pertencem, no plano geral, ao ESTADO. O sistema prisional
brasileiro está sendo totalmente comandado por facções, que dirigem o
crime de dentro das cadeias, comando o tráfico e montam um sistema
estruturado de dominação dos criminosos, com taxas, missões, punições,
que só existem em uma sociedade organizada. O Estado tem inserções
pontuais, de aparente ação, mas sem jamais ter mostrado uma ação
organizada, continuada e planejada de combate a esse crime.
O poder policial mostra-se insuficiente para coibir a violência por
muitos motivos diferentes, que vão da corrupção à inoperância por
déficit material e humano, e falta de planejamento, passando pela
omissão, coação, e desorganização.
O crime age no submundo em uma extensão e domínio muito maior do que
imaginamos. Vez por outra esse tumor explode e temos uma onda de
violência, dentro ou fora da prisão, quando, então, enxergamos a
realidade. Logo, no entanto, voltamos à ilusão da segurança, enquanto o
crime vai estendendo seus tentáculos, infiltrando-se nas forças de
repressão, e incorporando políticos, direta ou indiretamente, à sua
rede.
Além disso, temos um Judiciário deteriorado, com leis lenientes e
contaminado pelo relativismo criminal. Nós estamos diante de uma
tragédia, diante da falência total do estado, incluindo a Justiça, em
garantir segurança à população. E só uma mudança radical poderá coibir a
importação de drogas e armas, revitalizar o sistema penal, combater as
finanças dos criminosos.
Não haverá solução- aquele pacto nunca escrito, em São Paulo, é uma
falsa paz; a eleição anunciada é só mais um dos mesmos vícios -, para
combatermos tantos reveses, pelo menos sem um rompimento brutal da ordem
democrática, o que seria um terror.
Ou aproveitamos a eleição para chacoalhar o Brasil, ou seremos todos , vítimas.
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