sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O dia em que o Brasil parou


(Texto psicografado pelo médium Tovin de Dezinha, inspirado pelo espírito de Raul Seixas)

            Essa noite eu tive um sonho atrapalhado, desesperado eu sonhei que o Brasil tinha acabado. O dia em que o Brasil parou.

            O empresário não saiu pra trabalhar, pois sabia que não tinha mais empresa pra tocar.
            O empregado avisou para o patrão, que não ia trabalhar, pois tinha manifestação.
            O aluno, quando saiu da escola, disse: até breve! Pois sabia que os professores já iriam entrar em greve.
            O policial não prendia o ladrão, pois sabia que o ladrão, também era o seu patrão.
            O deputado não saiu pra deputar, pois tinha medo que no seu portão, estivesse o japonês da federal.
            O advogado, que não era inocente, também estava preso, junto com o seu cliente.
            O sem-terra não saiu pra invadir, pois sabia que não tinha mais propriedades produtivas para ele destruir.
            O ministro não saiu pra ministrar, pois sabia que não tinha, mais verbas ora ele desviar.
            O torcedor não sai para torcer pro seu timão, pois sabia que todo jogo era sempre uma armação.
            O desempregado enchia a cara num boteco, a mulher via novela, a filha o big brother e o filho era “boneco”.
            O sindicalista, não saiu pra sindicar, pois não tinha mais patrões para ele atazanar.
            O médico queria a volta da ditadura, por pura preguiça e comodismo a medicina não tem a cura.
            O professor desistiu e gritou: Não há nada a fazer! O jovem brasileiro é muito burro pra aprender!
            O cientista, há muito se picou, sem ter espaço no Brasil, foi morar no exterior.
            Os artistas globais, que moram nos isteites, não voltam aqui nem para gravar, gravam tudo num pen drive e mandam a zorra de lá.
            A presidanta estava de calundu pois já havia despachado toda merda que tinha no... monossílabo.
            Preso naquele pesadelo eu tentava acordar, quando vi um clarão no céu e levei um susto da porra. Não era nenhuma luz vindo divina pra nos salvar. Eu não estava dormindo e não era pesadelo, era pura realidade. O clarão foi de um relâmpago, tava chovendo pra burro. E como não tinha transporte, por causa da greve, eu tava indo pra casa a pé.
            Brasil! Ame-o ou deixe-o. E o último a sair, por favor deixe a luz acesa e quem quiser que se lasque pra pagar a conta;

Fui!

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