sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

O que é falso e o que é verdade nas mensagens de WhatsApp sobre zika

Nas últimas semanas, mensagens escritas e em áudio nas redes sociais – especialmente no WhatsApp – têm criado alarme na população ao narrar cenários catastróficos sobre o surto de zika vírus e sua relação com a epidemia de microcefalia no país.
Até o dia 5 de dezembro, o Ministério da Saúde registrou 1.761 casos de microcefalia, uma má-formação que prejudica o desenvolvimento do cérebro do bebê, em 14 Estados. Já foi confirmada a relação entre a explosão dos casos e a proliferação do zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Dizendo ter informações "de fonte segura", os autores das mensagens falam em um suposto aumento de casos de complicações neurológicas graves, atingindo especialmente crianças até os sete anos e idosos, que não poderiam ser revelados, a pedido das autoridades.
O Ministério da Saúde, a Fiocruz e especialistas consultados pela BBC Brasil explicam o que é falso, o que é verdadeiro e o que ainda não está totalmente confirmado entre as afirmações dessas mensagens.
Segundo as autoridades de saúde, a informação não é verdadeira simplesmente porque pessoas de qualquer idade podem ter casos mais graves após serem infectados por diversos vírus e bactérias.
"O vírus da zika e outros, como varicela, herpes vírus, enterovírus e até dengue, podem causar outros danos neurológicos – encefalites, cerebelites e neurites (inflamações no sistema nervoso) –, mas no cenário atual não está havendo grande aumento desses casos em crianças. Isso acontece talvez em 1% dos casos totais e geralmente em pacientes com baixa imunidade", diz a neuropediatra Maria Durce Carvalho, que acompanha casos de microcefalia e outras infecções no Hospital Oswaldo Cruz, em Recife.
"Não sei de onde vem essa informação de que crianças de até sete anos seriam mais suscetíveis, mas não é bem assim", afirma.
Um dos áudios que circulam no WhatsApp chega a dizer que há crianças "chegando aos hospitais já em coma" em Pernambuco. Mas em nota sobre os boatos, a Secretaria de Saúde do Estado diz que "não está sendo observada, em qualquer idade, mudança no padrão de ocorrência dos casos de encefalite relacionados com o vírus da zika ou qualquer outro vírus".
"As crianças ou adultos podem apresentar diversos sintomas neurológicos, sendo que estas complicações têm ocorrido numa frequência muito baixa", afirma o comunicado.
O Ministério da Saúde, por sua vez, diz que "entre pessoas infectadas pelo vírus da zika, cerca de 80% não desenvolvem sintomas, sejam adultos ou crianças. Dentre essas pessoas, apenas uma pequena parcela pode vir a desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser avaliada pelos médicos, uma vez que o zika é uma doença nova e suas complicações ainda não foram descritas".


Mais informações no BBCBrasil 

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