Os dados foram apresentados pela coordenadora da Aliança das Águas,
Maru Whately, em uma mesa redonda – Chapa quente do aquecimento global –
ocorrida na tarde de hoje (11), no encontro global Emergências,
iniciativa do Ministério da Cultura que debate desde segunda-feira, no
Rio de Janeiro, a cultura como ativadora de processos na conquista de
direitos civis, políticos, sociais, econômicos e ambientais.
A
arquiteta e urbanista, que integra o Instituto Socioambiental, disse que
a Aliança das Águas se formou no ano passado, com a crise de
abastecimento em São Paulo, e reúne hoje cerca de 60 entidades de
diferentes áreas. O objetivo é contribuir para a segurança hídrica do
estado. Segundo ela, apesar de cientistas não afirmarem que as mudanças
no ciclo hídrico estão relacionadas com o desmatamento ou o aquecimento
global, as mudanças são perceptíveis.
“Nós somos a Arábia Saudita
da água e estamos ficando secas. Temos 12% da água doce do mundo, com o
aquífero Guarani, o aquífero na Amazônia. E vimos as grandes cidades
ficando sem água. Desde o surgimento da água e a formação do ciclo
hidrológico, tudo o que acontece com o clima a gente vê através da água.
A estiagem de 2014 foi um evento climático extremo e eles tendem a ser
cada vez mais frequentes. Há questões climáticas em várias partes do
mundo, na Califórnia, e parte da tensão hoje na Síria é por causa disso.
A previsibilidade do clima que a gente tinha está mudando”.
Maru
convocou todos, governo e sociedade, a repensarem sua relação com a
água e, também, com o saneamento básico. “Precisamos de uma nova cultura
para cuidar da água. Não ter acesso à água pode ser terrível, mas não
ter acesso a saneamento é horrível também. Estamos vendo a questão da
microcefalia e do zika vírus, boa parte disso relacionada à falta de
cuidado das pessoas com a água parada. Questões do saneamento são
importantes, também. Tem que tratar, é inadmissível que haja um rio como
o Tietê. Água não é responsabilidade só de uma instância, isso é muito
mais complexo. Se a gente quiser ter água, precisa cuidar das fontes,
dos mananciais, das nascentes. É vergonhoso o que se tem de perda da
água no sistema de distribuição. Precisamos rever o valor econômico da
água e precisamos de participação e controle social nisso”. (Leia mais no Agencia Brasil)
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