sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O “Marechal” Hermes Sodré



Faleceu na semana passada o ex-vereador Hermes Sodré, cujo corpo foi sepultado no domingo (16), no jardim Celestial. O corpo do ex-vereador foi velado na capela do Hospital Dom Pedro de Alcântara. Ele morreu na noite de sábado (15), depois de vários dias internado, com a saúde muito abalada. Conhecido carinhosamente como “Marechal”, Sodré foi vereador entre 1977 e 1983. Homem simples, no Poder Legislativo de Feira de Santana ficou conhecido como um dos melhores frasistas daquela Casa. É atribuída a ele a frase: “O povo ta comendo fato e arrotando filé”.
Em 1979, contestando denúncias feitas por Hermes Sodré sobre suas supostas ações após o golpe militar de 1964, o vereador situacionista, Adessil Guimarães, distribuiu nota à Imprensa frisando que dava explicações em respeito ao povo, ao tempo em que esperava acabar com o “affair fabricado” pelo vereador oposicionista. Sentindo-se caluniado, no dia seguinte Hermes Sodré ocupou a tribuna da Câmara e soltou o verbo:
“Isto é calúnia. Eu nunca tive nenhuma fábrica de affair. Tudo que eu tenho são duas olarias arrendadas em São José das Itapororocas”.
No final dos anos 80 a ditadura militar já dava sinais de desgaste e o presidente João Figueiredo sinalizava com um processo de redemocratização do País. Alguns políticos começaram a se “assanhar”, os militares resolveram mandar um recado de que as coisas não seriam tão simples assim.
Para Feira de Santana veio o comandante da VI Região Militar, Gustavo Moraes Rêgo, com a missão de dar um “puxão de orelhas” nos políticos locais. Em sessão realizada na Câmara Municipal, o comandante fazia uma palestra e, cumprindo o seu papel, avisava aos políticos que eles não deveriam se afastar dos militares, pois os mesmos ainda estavam no poder. Para sua surpresa, Hermes Sodré lhe pediu um aparte, e disse:
“Vossa excelência está equivocado. Nós aqui não nos afastamos dos militares, e até temos militares entre nós. Eu, por exemplo, sou Marechal”, arrematou Sodré para um atônito Moraes Rêgo e gargalhada geral.

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