A ditadura militar pós 1964 implantou o bipartidarismo no Brasil. Quem era da Arena, apoiava o regime militar, quem era do MDB, fazia oposição. E nesta oposição abrigavam-se militantes políticos oriundos de todos os partidos extintos que eram contra o regime militar, inclusos democratas, trabalhistas, socialistas, comunistas e tantas outras ideologias. Com a restauração do Estado de Direito, voltando ao regime democrático, voltamos também ao pluripartidarismo.
E sob a alegação de que as minorias precisariam estar representadas nos poderes, foi que se criou o tal coeficiente eleitoral, que permite que candidatos se elejam mesmo tendo menos votos que outros. E é aí que a porca torce o rabo. Porque com tanta gente dando palpite e puxando a brasa para sua sardinha, qualquer discussão simples se torna numa questão de segurança nacional, discutida por dias, semanas, meses, anos, amarrando ainda mais as já emperradas máquinas, executiva, legislativa e judiciária, em prejuízo das urgências das soluções para os problemas que se avolumam gigantescamente, num país de dimensões continentais como o Brasil.
Há que se dar voz ao povo, às minorias, aos desassistidos, aos descamisados, aos pobres, clamam demagogicamente os políticos. Mas o povo, o povo mesmo, não está nem aí para as questões políticas e administrativas nacionais. O povo não lê, não se informa, não que saber de nada que não seja com relação a pão e circo. Tendo Bolsa Família e alguma comida, futebol e carnaval, o resto todo se ajeita, mesmo que sofra com falta de educação de qualidade, assistência médica, enchentes e balas perdidas.
Ainda existem alguns abnegados que tentam minorar o suposto sofrimento do povo. Mas, logo desistem quando o povo se volta contra eles. Afinal, o povo é o povo. Foi o povo quem elegeu Stalin, Hitler, Hugo Chaves e tantos outros déspotas que impuseram e ainda impõem grandes sofrimentos à humanidade.
Aliás, é sempre bom lembrar que foi o povo quem crucificou Jesus Cristo e mandou soltar o ladrão e assassino Barrabás.
Um comentário:
Painho, não vou comentar o texto, porque quero falar outra coisa. Eu te conheço e sei que, pra escrever este texto, possivelmente você pouco pesquisou e escreveu tudo de cabeça. Provavelmente confirmou uma ou outra informação, mas o principal estava todo aí na sua cachola.
Então, o que eu quero dizer é que: na próxima encarnação eu quero ter uma memória boa igual à sua. Se tem uma qualidade que eu queria ter herdado de você, era esta. Mas tá bom... fico satisfeita com a inteligência e honestidade.
(Cadê a modéstia, meu Deus?)
hahahahaha
Beijo, te amo!
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