Escritores?
Volta e meia,
questiono-me: - Seremos, de fato, escritores?
Redes sociais, inundadas com circulares carinhas para todos os gostos e expressões, com vasinhos repletos de plantinhas mais balões festivos, laços e lacinhos multicoloridos, uma multidão de imagens, dignas de festivais dos jardins da infância, acrescidas pequeninas mãos, simulando aplausos. Pratos feitos para efemérides, aniversários ou dados sucessos, sem escrever-se palavra alguma, exceção ao lugar comum dos desgastados parabéns da vida.
Que o distinto público se valha de tais balangandãs, compreende-se. Nivelam-se entre si, ao despejarem mesmices ou penduricalhos aos borbotões. Não se satisfazem com a singeleza de um só símbolo, que poderia ser usado, quem sabe, para cerrar as portas da comunicação escrita.
Quando vários 'escritores', sucedem-se ao saudar o mesmo feito, o efeito visual das carreirinhas de vasinhos, florezinhas, carinhas et caterva, é de dar dó. Por onde andará a capacidade criadora? Por qual razão desprezam prosaicos momentos do viver humano, - um aniversário p. ex. - não aproveitando a oportunidade para dar asas à imaginação, em busca de alguma expressão novidadeira, por menor que seja?
É na prática de tal exercício que, sem o sentir, passamos a escrever com maior facilidade e a deixar aos não escritores, os coloridos e infantis recursos digitais.
Escritores de fato – leia-se, praticantes da Arte de Escrever - são os que se furtam à digital iconografia - um esperanto mal-ajambrado -, na busca infindável da originalidade.
A propósito, qual
o nome do sodalício são-gonçalense?
Bahia
– Terra de Todos os Charutos, das crônicas Fumaças Magicas e Palavras ao Vento,
participa
do Colares – Coletivo Literário Arte de Escrever. Vive em São Gonçalo dos
Campos.
[email protected]
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