Nova
Musa
Jóquei
Clube de São Paulo – Salão de festas, lotado.
Ela surgiu, como se viesse do nada, em noite setembrina de 2003.
Pequena, diáfana, quase oculta
por manto de vestal e um mundo de adornos.
Disputadíssima, todos requeriam sua atenção e companhia.
Seu semblante revelava um quê de
mistérios zodiacais.
Não tinha românticos desencantos de uma Julieta sem Romeu.
A cabeça, levemente inclinada,
acenava sutis concordâncias a previsíveis pensamentos.
Centro das atenções,
seu brilho ofuscaria uma
constelação, se lá houvesse.
Imperturbável e majestosa,
aguardava pacientemente, onde se
postara,
o cumprimento de todos.
Sabia ser desejada, objeto de
prazer.
Seu olhar prenunciava sensações,
premiadas por sabores ainda incógnitos.
Sua marcante presença e aromática
fragrância inebriavam o ambiente.
Em charme, superava
qualquer napoleônica Josefina.
em garra, causaria inveja a uma
Quitéria,
Maria baiana de causas libertárias.
Seu anel emoldurado,
lembrando um camafeu,
andou por todas as mãos,
aproximou-se de todas as bocas.
Um tempo novo, inaugurava-se.
Exuberante, tropical e ‘amadiana’
beleza.
Lirismo de musas parnasianas.
Minha nova musa, desde então.
Um novo amor, para sempre.
Dona Flor
Hugo Adão de
Bittencourt Carvalho (1941), economista, cronista, é autor do livro virtual
Bahia –
Terra de Todos os Charutos, das crônicas
Fumaças Magicas e Palavras ao Vento,
participa do
Colares – Coletivo Literário Arte de Escrever. Vive em São Gonçalo dos
Campos.
[email protected]
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