domingo, 9 de fevereiro de 2025


 Nova Musa

 

Jóquei Clube de São Paulo – Salão de festas, lotado.

Ela surgiu, como se viesse do nada, em noite setembrina de 2003.

Pequena, diáfana, quase oculta por manto de vestal e um mundo de adornos.

Disputadíssima, todos requeriam sua atenção e companhia.

Seu semblante revelava um quê de mistérios zodiacais.

 Não tinha românticos desencantos de uma Julieta sem Romeu.

A cabeça, levemente inclinada,

acenava sutis concordâncias a previsíveis pensamentos.

Centro das atenções,

seu brilho ofuscaria uma constelação, se lá houvesse.

 Imperturbável e majestosa,

aguardava pacientemente, onde se postara,

o cumprimento de todos. 

Sabia ser desejada, objeto de prazer.

Seu olhar prenunciava sensações,

premiadas por sabores ainda incógnitos. 

Sua marcante presença e aromática fragrância inebriavam o ambiente.

Em charme, superava qualquer napoleônica Josefina.

em garra, causaria inveja a uma Quitéria,

Maria baiana de causas libertárias. 

Seu anel emoldurado,

lembrando um camafeu,

andou por todas as mãos,

 aproximou-se de todas as bocas. 

Um tempo novo, inaugurava-se.

Exuberante, tropical e ‘amadiana’ beleza.

Lirismo de musas parnasianas.

Minha nova musa, desde então.

Um novo amor, para sempre.

Dona Flor

 

Hugo Adão de Bittencourt Carvalho (1941), economista, cronista, é autor do livro virtual

Bahia – Terra de Todos os Charutos, das crônicas Fumaças Magicas e Palavras ao Vento,

participa do Colares – Coletivo Literário Arte de Escrever. Vive em São Gonçalo dos Campos.
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