A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) abriu nesta quarta-feira (5) a Campanha da Fraternidade de
2014, cujo tema é “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade
que Cristo nos libertou”. O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral
da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, presidiu a cerimônia, na qual foi divulgada
mensagem do papa Francisco para a Campanha da Fraternidade. Em Feira de Santana
a solenidade ocorre na Catedral Metropolitana Senhora Santana, às 19 horas,
presidida pelo arcebispo Dom Itamar Vian.
Na oportunidade, dom
Itamar faz um pronunciamento sobre o tráfego de crianças, adolescentes e
mulheres para a exploração sexual, tráfego para exportação de órgãos e
exploração para o trabalho escravo no Brasil. Segundo o arcebispo, “o tráfico
humano é uma das questões sociais mais graves da atualidade. Não há país livre
do tráfico de pessoas, seja como ponto de origem do crime, seja como destino
dos traficados”.
A maioria das pessoas traficadas é pobre. “As redes criminosas do tráfico
valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de
vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens, crianças,
adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade”.
Diz Dom Itamar, que acrescenta: “O tráfego de pessoas está duramente presente em
nosso país, por isso, além de temas importantes como saúde, segurança pública,
meio ambiente, água a serem debatidos pelas autoridades e pela sociedade, temos
a questão de tráfego de pessoas e de órgãos.
A Organização das Nações (ONU) define o Tráfico
Humano como o “recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento de
pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força, ou a outras formas de
coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de
vulnerabilidade para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade
sobre outras para fins de exploração” (Protocolo de Palermo, 2003).
O que caracteriza o tráfico humano é a
comercialização de pessoas, isto é, o uso de pessoas como se fossem coisas para
serem vendidas, compradas, trocadas. Negocia-se seres humanos como se negocia o
arroz, o feijão, o pão, o carro. No Brasil há mais de 120 rotas internas e
internacionais e vários destinos dentro e fora do país. Informa o arcebispo.
Nos últimos anos, conforme Dom Itamar Viam, mais de
20 mil crianças foram enviadas ao exterior (Espanha, Inglaterra, França,
Itália...) para adoção, mas a situação de muitas permanece incógnita. Os
estados de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul, foram os que registram o
maior número de casos nos últimos anos.
“O tráfego de pessoas e de órgãos é um mercado
altamente lucrativo e ocupa o terceiro lugar no mercado do crime organizado,
perdendo apenas para o tráfego de armas e drogas. Movimenta cerca de 32 bilhões
de dólares por ano. Os criminosos desse tráfego exploram principalmente jovens
com promessas enganosas de uma vida mais digna e altos salários. Por isso, devemos
alertar pais e educadores sobre esta questão tão grave, principalmente nos
estados mais pobres do Brasil”. Conclui.
Cinzas
Primeiro dia da Quaresma (período do ano
litúrgico que antecede a Páscoa), a Quarta-feira de Cinzas simboliza, para os
cristãos, o dever da conversão e da mudança de vida, para recordar a
fragilidade da vida humana, sujeita à morte. A data coincide com o dia seguinte à
terça-feira de carnaval e é o primeiro dos 40 dias do período da Quaresma. Mas,
a origem do nome Quarta-Feira de Cinzas é puramente religiosa. Neste dia,
celebra-se a Missa das Cinzas – as cinzas usadas no ritual provêm da queima dos
ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A essas cinzas,
mistura-se água benta.
Conforme
a tradição, o celebrante da missa usa as cinzas úmidas para sinalizar uma cruz
na testa de cada fiel, proferindo uma dessas duas frases: "Lembra-te que
és pó e que ao pó voltarás" ou "Convertei-vos e crede no
Evangelho". Essas palavras dizem aos cristãos que eles precisam abrir o
coração para a conversão e a mudança que é a Quaresma. A cinza simboliza o
homem como pó, um homem fraco que depende de Deus.
Os 40 dias da Quaresma preparam os
católicos para a celebração da Santa Páscoa, a Paixão, Morte e Ressurreição de
Jesus Cristo. Esses dias são marcados por quatro pontos fundamentais: oração,
jejum, penitência e caridade. Para viver uma boa Quaresma é necessário,
realmente, desejar a conversão, e para isso é preciso fazer uma boa confissão e
ter momentos de vida em oração.
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