segunda-feira, 24 de março de 2014

Não adianta pechinchar, o preço é justo

          Falar da vida do outro lado é bastante pitoresco. Já pensou alguém inventar um binóculo onde, ao invés de ficar assistindo as novelas e as notícias de crimes na Tv, ficasse do sofá da sala, comendo pipoca acompanhada de algum amaciante líquido e observando, de binóculo, os recém-desencarnados chegando do outro lado?
As histórias com defunto são horripilantes, mas essa seria de “morrer” de rir.
Imagine algum conhecido seu, que não acredita na vida após a morte e, de repente, esse conhecido bate a “caçuleta” e aparece do outro lado...
Ele olha para um lado, olha para outro, penteia os cabelos, dá uma olhadela no movimento e quem sabe, parte para fazer aquele lanchinho saboroso. Quem é doido de dizer que ele não mais faz parte do mundo dos vivos?
Se esse novo desencarnado for espírita vai querer saber pra que lada fica a Cidade Nosso Lar e aí a complicação aumenta. E se o observador de binóculo for daqueles intelectuais radicais vai dizer “espíritos não comem”. Deixa só ele chegar do outro lado e bater aquela fome que eu quero ver ele sustentar essa tese.
Todo esse cenário até parece uma pegadinha, mas não é.
Dr. Inácio Ferreira, médico do Sanatório Espírita de Uberaba por mais de 50 anos, quando desencarnou nos contou, através do livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Bacello que, após seu desencarne, se sentiu até mais rejuvenescido. Pensou até que nem tinha morrido, pois até o seu sangue continuava a correr em suas veias. A paisagem que ela observava, através da vidraça da sua janela, não era diferente do nosso cenário terreno. Até as estrelas no céu continuavam no mesmo lugar.
O cenário era tão real que ele até foi convidado, e aceitou o convite, para ser diretor de um imenso “Sanatório da espiritualidade”.
Outro fato curioso; alguns pacientes que estavam internados ali, naquele sanatório, eram velhos conhecidos do Sanatório Espírita de Uberaba da época em que ele fora diretor.
Um dos internos que havia acelerado seu desencarne com uma corda (suicídio), ficava a se lamentar e desejando morrer de novo só pra se livrar do remorso. Era verdade, ele expressava o desejo que esse fato se repetisse diante de tanto sofrimento.
Dr. Inácio também conta que, dali de onde ele ficava, do seu consultório, dava pra ouvir o barulho dos encarnados, aqui no planeta terra.
Depois de um testemunho desse não dá pra duvidar nem da vida e nem da morte.
Uma coisa é certa. Quando os portões se abrirem vamos ter que passar para o outro lado. Se nossos inimigos e credores também estiverem na fila desses mesmos portões, isso significa que vamos ter que encará-los de frete, de igual para igual, cara a cara, e seja o que Deus quiser.
Acreditando ou não, esse é o preço que cada um, um dia, vai ter que pagar e não adianta pechinchar.


Conrado Dantas

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