
"Segue muito bem seu curso aquela nave que se vale de piloto muito competente." (Cícero)
Construtores de ruínas
A Controladoria Geral da União acaba de divulgar que das 72 obras
tocadas com recursos federais para ampliar e modernizar universidades
federais em todo o País, um terço está em atraso e, das que ficaram
prontas, não são poucas as que apresentam problemas sérios, a ponto de,
em alguns casos, sequer poderem ser usadas.
Os motivos são diversos e alguns deles chegam a ser patéticos, embora
devidamente escandalosos: no Pará, por exemplo, as obras mal começaram e
pararam, já que a construtora que venceu a licitação decretou falência.
Ora, como pode uma empresa VENCER uma licitação de semanas depois
decretar falência? Sua saúde financeira não foi checada?
Maracutaias e absoluta falta de fiscalização competente são os dois
principais fatores que levam o Brasil a ter um exército de construtores
de ruínas, sem dúvida.
E por falar em ruínas...
A Baixa dos Sapateiros, que recentemente passou por obras de “requalificação urbana”, tocadas pela Conder, está destroçada.
Do Aquidabã à Barroquinha, a quantidade de crateras assusta, ameaçando a segurança dos motoristas e a integridade dos veículos.
É impressionante a deterioração, considerando-se que a obra foi dada como concluída há apenas alguns meses.
Delfim Netto e o ajuste (I)
Ele foi ministro da ditadura militar e assessorou o governo Lula,
indiretamente. Sempre vence a sua brilhante inteligência. Falo de Delfim
Netto, veterano economista e, literalmente, professor da matéria.
Do alto dos seus 86 anos (que, aliás, não aparenta), ele deu um show
no último domingo, no programa Canal Livre, na Band, ao falar sobre os
ajustes econômicos do governo.
Lembrou, por exemplo, que o primeiro ajuste que o Brasil sofreu foi
quando Pedro II, aos 14 anos, tomou posse como imperador e declarou:
“Juro que vou controlar as despesas.”
Delfim Netto e o ajuste (II)
Segundo Delfim, nesses 175 anos que se passaram desde a posse de Pedro II, o Brasil já sofreu “pelo menos uns 20 ajustes”.
Ele diz que é assim mesmo, em qualquer parte do mundo. E que todo ajuste é, na verdade, “o começou de uma nova crise”.
Delfim Netto e o ajuste (III)
Delfim Netto, ao classificar o Estado brasileiro como um “leviatã
obeso”, lembrou que praticamente toda a Europa realizou ajustes mais ou
menos recentes, com exceção da Grécia, “que deu no que deu”. Vamos ver.
Mas a corda parte...
...No lado mais fraco. O que Delfim se esqueceu de dizer é que os ajustes sempre acabam penalizando quem menos tem.
Cortes em programas sociais, aumento de preços e impostos, quem
sempre paga mais caro por tudo isso é o povo. A elite segue numa boa.
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