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César Oliveira |
A perenidade de nossa
passagem nesse mundo frágil, e incerto, é um sopro. Não temos tempo de
nos tornarmos eternos na memória de quem não alcançamos. Seremos,
sempre, só memória, e, um dia, nem memória. Finitos como uma tempestade a
qual não se é indiferente, mas que
terminam como terminam as mais bravias tempestades: diluídas no tempo e
esquecidas, apesar de seu tamanho.
O tempo é uma lição inexorável e progressiva, de humildade, e um
chamado ao exercício pleno do tempo em que duramos. A toda nossa
soberba e arrogância de estarmos no topo da cadeia evolutiva, a
longevidade responde com a finitude e a morte; e à certeza da morte, e
incerteza da longevidade, precisamos responder com uma vida
extraordinária, sem desperdícios. Afinal, se não podemos confiar na
duração, devemos, ao menos, otimizar a execução.
Por outro lado, sabemos que a persistência na memória não depende do material que acumulamos. O tempo que permanecemos depende do invisível que plantamos no lado iluminado dos corações, do que cultivamos como especiaria nos encontros, e da delicadeza com que tocamos a alma do outro.
Assim, precisamos viver de olho na eternidade, com a dedicação de um luthier, e a artesania de um carpinteiro, afinal, todo tempo, pagamos um custo elevadíssimo pela concessão de existirmos: um dia a menos.
Portanto, viva de maneira que seus amigos e família, diante de sua página sem texto, do seu vinho preferido, ou de você, em uma visita a sua última morada, pergunte sempre: e agora, quem me mandará flores como as tuas?
Por outro lado, sabemos que a persistência na memória não depende do material que acumulamos. O tempo que permanecemos depende do invisível que plantamos no lado iluminado dos corações, do que cultivamos como especiaria nos encontros, e da delicadeza com que tocamos a alma do outro.
Assim, precisamos viver de olho na eternidade, com a dedicação de um luthier, e a artesania de um carpinteiro, afinal, todo tempo, pagamos um custo elevadíssimo pela concessão de existirmos: um dia a menos.
Portanto, viva de maneira que seus amigos e família, diante de sua página sem texto, do seu vinho preferido, ou de você, em uma visita a sua última morada, pergunte sempre: e agora, quem me mandará flores como as tuas?
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