sábado, 23 de maio de 2009

Artigo da Semana


O corretivo e a corregedoria

Zé Coió publicou uma nota em seu caderno Zé Coió Noite & Dia, em que ele chama o vereador Getúlio Barbosa, entre outras coisas, de “amargo” e “brigão”. Sentindo-se agredido o vereador ocupou a Tribuna da Câmara Municipal para informar que iria interpelar Coió judicialmente, para que ele se explicasse. Até aí, tudo bem. Essa é a forma correta e civilizada de se resolver tais imbróglios, cabendo aí ao juiz determinar culpas e sentenças.
Estaria tudo bem não fosse a malfadada intervenção do vereador David Neto (aquele que espancou o tio), que em aparte concedido por Barbosa, disse que a melhor maneira de resolver a questão era contratar um idoso (já que Coió também é idoso) e mandar “aplicar um corretivo no jornalista”, ou seja, espancar Coió. Em sua fala o vereador disse ainda que Coió já falou dele duas vezes. Enganou-se o vereador. Quem falou fui eu. Primeiro noticiando o espancamento do seu tio. Depois, comentando o fato de que ele colocou a culpa do ocorrido na Imprensa.
Assim sendo, nos sentindo ameaçados em nossa integridade física, e sabendo dos antecedentes do vereador troglodita, resolvemos ir até uma delegacia de polícia prestar queixa e solicitar garantias, a fim de que não venhamos sofrer o mesmo que o tio do vereador, espancado impiedosamente em via pública.
Sei que o Legislativo tem suas normas, regimentos, comissões de ética e Corregedoria, justamente para prevenir, corrigir e punir os possíveis desvios de conduta dos seus membros. O mínimo que se pode esperar, diante de tais fatos, é que a corregedoria da Câmara chame o vereador às falas, aplicando-lhe assim um corretivo, no sentido de corrigir a sua conduta, e não de espancá-lo, é claro.
No mundo civilizado, ao qual o vereador não parece pertencer, não se resolve tais pendengas com espancamento ou assassinato dos desafetos. O presidente Carlito do Peixe tomou uma providência, reunindo os vereadores e pedindo um relacionamento respeitoso e pacífico com a Imprensa, como sempre foi. Afinal, é necessário segurança para que os profissionais da Imprensa possam fazer o seu trabalho, com isenção e imparcialidade.
Já é comentário geral nos bastidores políticos da cidade que a atual legislatura é a pior dos últimos tempos, em Feira de Santana, devido ao baixo nível intelectual e comportamental de alguns dos seus membros, principalmente alguns novatos.
O comportamento do vereador David Neto deixa em cheque a credibilidade do Legislativo feirense perante a opinião pública. Mas ele deve estar “pouco se lixando para a opinião pública”, como disse aquele deputado. Mas é bom lembrar que o deputado perdeu o cargo e é passível de perder o mandato.

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