quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Morre a poetisa Irma Amorim


Faleceu na terça-feira (23) a poetisa feirense Irma Rosa de Lima Caribé Amorim. Ela sofreu um Acidente Cerebral Vascular (AVC) e estava internada no Hospital São Mateus. Irma Amorim nasceu em Feira de Santana. Educadora, professora de matemática, contabilista, odontóloga formada pela Universidade Federal da Bahia, viúva do arquiteto Amélio Amorim com quem construiu o Centro de Cultura que leva seu nome. Membro efetivo da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana, suplente de Cultura da Fundação de Feira de Santana, ex-diretora do Centro de Cultura Amélio Amorim. Detentora da Medalha “Dival Pitombo, Honra à Cultura”, integrante do Núcleo de Leitura da Universidade Estadual de Feira de Santana, tem poemas publicados em vários jornais e revistas literárias, participava DP Memorial Poético de Feira de Santana, autora dos livros de poesia “Da janela a Rosa”, "Retalhos e Matizes" e “Lenço Perfumado”.
Sobre ela disseram Rubens Pereyr e Edvaldo Boaventura: “Irma Amorim sabe traduzir em palavras matizadas de poesia a beleza simples da vida, a autora consegue sintetizar aspectos fundamentais do mundo concreto, seu empenho com a arte da palavra, a rica simbologia que faz vazar de um interior de experiências subjetivas, ganha uma dimensão lírica ao abrir-se para sua presença íntegra com poemas ricos de referências atentas e sensíveis de mulher. Debruçada na janela de uma vida madura, recheada de experiências e netos, Irma Amorim descobre-se no exercício que pode se revelar tumultuoso, como no difícil encontro com a própria pele curtida pelo tempo, trata-se, como se pode ver, de uma poesia marcada pelo lirismo denso de vida”.

Lenço Perfumado

Há de se deixar espaços
- luzes, tochas acesas,
cortinas rendadas
tapetes,
jarro com flores,
- lenço perfumado-
e amores.

Na madrugada:
um poeta
um violão, uma flauta
uma canção e o luar
Aí podemos vestir qualquer coisa
seda colorida,
ou rendas do Ceará.

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