segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sinais vermelhos


Recebi de um amigo uma mensagem contendo os dez sinais vermelhos, no caminho da experiência, indicando queda provável. Após refletir sobre os mesmos fiquei feliz por descobrir que sempre que eles se apresentaram em minha vida, eu soube como apagá-los. E resolvi fazer alguns comentários sobre os tais sinais:


1º) Quando entramos na faixa da impaciência.
A sabedoria popular alerta para o fato de que a pressa é inimiga da perfeição. E se existe pressa, é porque algo que deveria ter sido feito hoje, foi deixado para amanhã. Pressa, impaciência, leva a irritação, intolerância e desespero, principais causas de beligerâncias mesmo entre amigos e irmãos. Se a impaciência e a pressa me assoma, eu lembro dos versos de Almir Sater e Renato Teixeira; “Ando devagar porque já tive pressa, e carrego este sorriso porque já chorei demais”. Diante da pressa, da impaciência, o melhor é parar, respirar fundo e deixar a coisa fluir naturalmente porque até mesmo o tempo trata de encontrar um solução para o problema.
2º) Quando acreditamos que a nossa dor é a maior.
Assim como se acredita que a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa, há uma tendência natural nas pessoas em achar que seus problemas, preocupações e dores são sempre maiores que a dos outros. Isso acontece por causa do egocentrismo que nos faz acreditar que o mundo gira em nossa volta, e não ao contrário. A Bíblia nos pede que oremos e vigiemos sempre. Vigiar o mundo à nossa volta, ficando atento ao que acontece, e sobre de que forma o que acontece pode nos afetar. Se estamos desatentos, podemos passar sem ver o faminto, a criança abandonada, o ancião desorientado, o sofredor que chora. E ainda mais, quando desatentos, podemos tropeçar na nossa própria felicidade e não reconhecê-la. Podemos também não perceber as tentações, as armadilhas que o mundo nos prepara, e por isso temos que estar sempre em oração, pedindo a Jesus que não nos permita cair nelas.
3º) Quando passamos a ver ingratidão nos amigos.
Jesus nos ensinou a dar sem nada esperar em troca. Quando damos algo a quem precisa, este gesto tem que partir de dentro do coração, com amor e desprendimento. E assim estaremos cumprindo o mandamento maior: “Ama ao teu próximo como a ti mesmo”.
4º) Quando imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros.
A maldade parece ser inata no coração dos homens. Mas, com estudo, auto conhecimento e evolução espiritual ela vai se dissipando até que nos tornemos seres melhores, que podemos até reconhecer a maldade nas atitudes dos outros, mas que sabemos como nos defender dela. O mal se paga com o bem.
5º) Quando comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa.
Isso acontece com pessoas infelizes e sombrias, que se incomodam com a felicidade alheia. Não há como ajudar esse tipo de pessoa a não ser tentar fazer entender quer ela é a única responsável pela sua própria infelicidade, e que só ela pode resolver isso. Recorro novamente a Almir e Renato: “Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz”.
6º) Quando reclamamos apreço e reconhecimento.
Esse comportamento é típico de gente mimada, acostumada a receber um doce a cada tarefa realizada. Acreditam que o mundo lhes deve alguma coisa e estão sempre a reclamar recompensas por fazer o que tem que ser feito. É como aquela criança que exige dos pais um presente por ter o “trabalho” de estudar. Não sabem que o melhor presente que podemos receber parte de nós mesmos, quando nos sentimos felizes a cada tarefa bem realizada.
7º) Quando supomos que o nosso trabalho está sendo excessivo.
Preguiça. Um dos sete Pecados Capitais. Entre os Maias a preguiça e o ócio eram punidos com a morte. É verdade que existe muito trabalhador explorado. Mas quem passa a vida reclamado do seu trabalho é uma pessoa acomodada, incapaz de qualquer esforço para melhorar sua própria vida.
8º) Quando passamos o dia a exigir esforço, sem prestar o mais leve serviço.
Quando isso acontece é porque passamos a nos sentir superiores aos outros. Não compartilhamos mais nada, nem mesmo o trabalho a ser feito. Sempre esperamos que alguém o faça por nós. Pode juntar vaidade, soberba, orgulho e preguiça que vai dar no mesmo. O melhor a fazer com pessoas assim é alijá-las do nosso convívio, até que nos reconheçam como iguais e partilhe igualmente conosco de todos os momentos. Os bons e os ruins.

9º) Quando pretendemos fugir de nós mesmos, através da gota de álcool ou da pitada de entorpecente.
Sobre isso John Lennon disse: “O importante não é saber que droga as pessoas estão tomando, mas porque elas estão tomando”. Nos dias atuais as pessoas que estão se drogando são jovens que, sem educação, sem família, sem nenhuma perspectiva de vida decente, encontra nas drogas, além de um meio de vida, um linimento para suas próprias dores, o que também é um meio de morte. Existem exceções, como os “riquinhos” que se drogam por achar bonito, por tédio, ou porque não são capazes de dizer ou fazer o que desejam quando estão de “cara limpa”. Mesmo as drogas legalizadas, como o álcool, servem de refugio quando a pessoa não tem forças para enfrentar os problemas do dia a dia. É por isso que eu prefiro conversar com um bebum conhecido do que com um alcoólatra anônimo.
10º) Quando julgamos que o dever é apenas dos outros.
Isso está contido no 7º e 8º itens. Mas eu posso acrescentar que as pessoas estão mais preocupadas com direitos do que com deveres. E se esquecem de uma regra básica da educação moral e cívica, que diz que o direito de um termina quando começa o do outro.
“Toda vez que um desses sinais surgir no trânsito de nossas idéias, a Lei Divina está presente, recomendando-nos a prudência de parar no socorro da prece ou na luz do discernimento”.
 
Como eu disse: Vigiai e orai, para reconhecer e enfrentar com sabedoria os problemas que surgem na nossa caminhada por esse vale de lágrimas.

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