terça-feira, 14 de junho de 2011

TRIBUTO A JOEL FARIAS

O tic-tac do coração bateu mais forte na manhã do dia 12, na Cidade da Cultura, durante o Tributo ao saudoso Joel Farias, ou melhor: Joel Relojoeiro, também poeta, jóquei, sapateiro e marchante. A corda do cavaco quebrou várias vezes, porém a ema gemeu e o coro comeu até o anoitecer. Samba de Roda, Bumba-meu-boi, forró, arrasta pés, poemas, causos e prosas, bebidas, comidas, lágrimas e sorrisos fizeram parte do domingo inesquecível, e o público presente formado pela a viúva Josefa Neves, netos e filhos do homenageado, empresários, jornalistas e representantes de outros segmentos abraçaram a homenagem, como se estivesse começando um novo amor,já que no domingo também foi dia dos namorados. 

Logo cedo, Freire com seu belíssimo chapéu de couro tocou os fogos, anunciando a saída do Bumba – meu –boi, da Cidade da Cultura,e conseqüentemente dando inicio as homenagens tão merecidas a Joel. A gurizada do Conjunto João Paulo se extasiou de alegria, afinal, aquilo era novidade no pedaço. Crianças sorrindo e chorando, correndo do boi e abraçando-o, no retorno para a Cidade da Cultura, entre a molecada, um gostinho de quero mais.
Para a viúva Josefa Neves de Araújo, o dia foi de muitas recordações, “ hoje é um dia especial, onde a tristeza e a alegria se misturam no mesmo espaço, afinal, falar de Joel é lembrar da herança cultural que ele nos deixou , e isso me conforta” , falou com os olhos cheios de lagrimas. Muito emocionada, Hildete Neves de Farias,filha do poeta , que em parceria com Reginaldo Tracajá, idealizou a homenagem, externou “ esse momento é a continuidade do que ele deixou ,isso também é proporcionar ao cidadão a oportunidade de conviver com a cultura, isso é a regreção da vida, hoje é um momento único” . 

Atenta a todos os detalhes do evento, para professora Ângela Maria Pimenta da Silva, a iniciativa é o resgate das raízes culturais de Feira de Santana, “é a oportunidade para o povo pobre mostrar sua cultura, amei a iniciativa e sugiro que o poder público leve esse momento para as escolas”, falou. Sem o seu tradicional chapéu (eu tenho é medo) o repórter fotográfico Valdenir Lima, que também foi prestigiar o evento, sugeriu que a UEFS abrisse suas portas, ou melhor, “derrubasse o muro” para que a cultura popular pudesse entrar. “A cultura popular não é nenhuma ameaça para a academia”, lembrou.

O empresário e um dos maiores incentivadores culturais da Terra de Lucas, Tertuliano Barros, empolgadíssimo com a festa, disse ser primordial que se resgate a cultura de Feira de Santana, “fiquei encantado com o Bumba- meu -boi, as crianças correndo nas ruas e o boi atrás. “Só isso pagou o ingresso, isso é cidadania”, comentou.


Durante o evento a Associação Cultural Bumba meu boi de Jaiba, grupo formado por agricultores, fazedeiras de chás, rezadeiras e parteiras, juntamente com os músicos Cesse, Neném do Acordeom e sua esposa, Asa Filho e Djalma Ferreira colocaram a galera para dançar. A poeira subiu, assim como subia quando Joel saia correndo atrás do gado do seu pai Jordão Farias, pela caatinga, para reuni-lo ao redil, enfrentando mandacarus, xique-xiques e demais cactos da vida. Valeu boi!
(Texto e fotos - Luis Tito)

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