terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

“Hay gobierno? Soy contra”!

Eu tentava buscar subsídios para escrever algo sobre esta greve da PM, quando um amigo me mandou olhar no blog do Josias de Souza, articulista da Folha de São Paulo. Lendo os textos de Josias vi o que eu já sabia, mas não tinha dados precisos. Com as informações que colhi do Josias, agora vocês podem entender melhor quando eu digo: “Hay gobierno? Soy contra”!

Em 2001 houve uma greve da Polícia Militar. César Borges, (PFL, atual Democratas) era o governador. Lula era candidato à sucessão do presidente FHC, e ao comentar a greve dos policiais baianos responsabilizou o governo pela desordem.

Ele acusou o governo de articular os arrastões para criar pânico na sociedade. “O que o governo tentou vender? A impressão que passava era de que, se não houvesse policial na rua, todo o baiano era bandido. Não é verdade”, disse ele. O Lula de 2012 ainda não disse uma palavra sobre a greve na administração petista do amigo e ex-ministro Jaques Wagner. Mas o Lula de 2001 não hesitou em apoiar os grevistas.

“A Polícia Militar pode fazer greve. – dizia ele - Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial.” E traçou uma patética analogia entre o Brasil e a Suécia: “Se considero a atividade essencial, mas pago salário micho, esse cidadão tem direito a fazer greve. Na Suécia, até o Exército pode fazer greve fora da época de guerra”.

Em entrevista recente, Jaques Wagner disse que “há uma tentativa de criar um clima de desespero para fazer a autoridade do governo do Estado sucumbir ao movimento”. E acrescentou: “Parte disso é cometida por ordem dos criminosos que se autointitulam líderes do movimento”. O antecessor César Borges dizia coisa muito parecida.

O líder do movimento grevista, soldado Marco Prisco, que é pré candidato a um cargo eletivo, confirma agora que o então deputado Jaques Wagner ajudou a montar o esquema de financiamento da greve de 11 anos atrás. Segundo ele, Wagner, junto com outros petistas, montou um esquema para financiar a greve de 2001. O Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia. alugou e cedeu seis carros aos grevistas. Comandava o sindicato um amigo de Wagner, José Sérgio Gabrielli, agora prestes a transferir-se da presidência da Petrobras para uma secretaria da administração petista da Bahia.

Diz-se que a história sempre se repetiu. Por uma dessas ironias da política, a história que se repete na Bahia é a que, no passado, o PT de Lula e Jaques Wagner considerava pré-história. Segundo Josias de Souza, essa estória tem duas lições: 1 - Para desgastar governos alheios, os fins justificam os meio$. 2 - Greve de PM no governo dos outros é refresco.

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