segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Pede pra sair 01, pede pra sair

Em meio à crise, com o caos na saúde, fornecedores sem receber, greves, o governo do estado vai investir R$10 milhões para que o global Wagner Moura filme a vida de Marighela. Assim não, governador, assim não.

A grande ilusão
A grande sacada da esquerda foi associar sua posição à justiça social, à igualdade, aos oprimidos, à participação popular, aos trabalhadores e os pobres e assim chegar ao poder. Ainda que os métodos usados para tomar e manter o poder tenha custado a morte de milhões (estima-se entre 60 e 100 milhões).
Entre os países de esquerda estão ou estiveram: Cuba (que fuzilou 15.000, assumidos no famoso discurso de Che Guevara na ONU, perseguiu homossexuais e matou outros milhares nas tentativas de fuga pelas balsas), Venezuela, Coréia do Norte, Laos, União Soviética com o terror absoluto e os Gulags, Alemanha Oriental, China, com sua terrível Revolução Cultural, o massacre na Praça da Paz Celestial e aquela imemorial cena de um chinês resistindo diante de uma coluna de tanques. Nenhum destes é uma democracia, nem preservou a liberdade individual. Todos fracassaram economicamente, exceto a China que é capitalista na economia. São ditaduras que massacram ou executam os opositores e nenhum tem imprensa livre.
Do outro lado, estão os países do odiado capitalismo - com todos os seus problemas-, teoricamente de direita, mas com partidos de esquerda legalizados, deputados eleitos, imprensa livre, Corte Suprema independente, como, por exemplo: Austrália, Canadá, EUA, Suíça, Inglaterra e o resto do Reino Unido, Áustria, Alemanha Ocidental que salvou a Oriental do caos comunista após a queda do muro de Berlim, Israel, Japão, Coréia do Sul, etc.
A verdade, no entanto, é que esquerdistas famosos, de Chico Buarque a Zé de Abreu, preferem ter apartamento em Paris que em Pyongyang, fazer pós no Canadá do que em Havana. A experiência comunista tem sido repetidamente um fracasso, entretanto a realidade não consegue vencer o imaginário, corações e mentes já conquistadas, por mais que a realidade seja explícita. Por isso, sobrevivem e continuam espalhando sua miséria ao redor do mundo.

Nós podemos
O Brasil ainda é um país bruto. Apesar de ilhas de prosperidade, de parcela da população com capital e acesso cultural e econômico, ele padece de uma crueldade social indiscutível, ainda que as acusações de elite e coxinhas se destinem apenas à manipulação política, a inibir e constranger os que tenham progredido por seus próprios esforços e passado a fazer parte da classe média. Aliás, classe desprezada pelos intelectuais esquerdistas exatamente porque possuem componentes conservadores, valores sociais mais definidos e referências familiares que se contrapõem aos seus desejos revolucionários.
A leniência jurídica com sua vastidão de recursos e um STF que permite prescrição contumaz de processos contra políticos; a corrupção política que produz uma legislação conivente; a baixa resolutividade das investigações policiais compõe o conjunto de fatores que impedem o país de ter marcos legais efetivos. A educação, por sua vez, comprometida ideologicamente, desvirtuada de sua missão, que não cumpre a carga horária efetiva, e tem um currículo caótico e aloprado, é o maior limitante e a mais agressiva das barreiras para nosso progresso.
A sobrevivência, aqui, entre o sexo, o som, e a bola, que nos ilude e corrompe nossa indignação, é limitante, selvagem e dolorosa. Significativa parcela da população, no entanto, não consegue imaginar as restritas condições de vida das pessoas e quanto é difícil e cruel não ter a segurança de uma vida com mínimas condições, quanto é revoltante viver na escassez e criar os filhos à margem dos seus modestos sonhos.
Nestes tempos em que é tão forte o antagonismo político devemos ter em mente que a melhoria indiscutível do Brasil é uma obra de muitos, sem esquecer que estes mesmos pilharam o país e retardaram seu desenvolvimento. Do mesmo modo, o estelionato eleitoral recente não pode ser mascarado pelos úteis e necessários projetos sociais. O caos econômico em que fomos jogados e a destruição institucional pelo viés ideológico e a corrupção disseminada tão ferozmente são aviltantes porque condenam novamente as pessoas mais simples a um novo ciclo de miséria.
Assim, é preciso lutarmos pela mudança da prática política como está, reforçar as instituições, apoiar a cara Justiça e cobrar efetividade, sem nos tornarmos reféns de grupamentos partidários - de um ou outro lado - que apenas desejam o poder para se locupletar. Vamos às ruas, às redes, combater indistintamente os que usurpam os cofres públicos e nos cedem migalhas. Vamos construir novos caminhos políticos, novas referências sociais, éticas, judiciais e administrativas. Nós podemos. Nós podemos escolher. Nós podemos fazer.

Acordão I
Há coisas surpreendentes, ou nem tanto, na crise política brasileira. A primeira delas é a mudança do ex-presidente FHC que de contrário ao impeachment passou a ser defensor da renúncia de Dilma; a segunda é a mudança do grupo Globo que de favorável à derrubada da presidente mudou radicalmente. Abriu editorial em O Globo, contrário ao impeachment; e disse que Cunha está isolado na capa do mesmo jornal. Do mesmo modo FIESP e outras entidades abrandaram o discurso. Sim, há algo mais do que sabemos no ar. Cabe a cada um imaginar os argumentos usados.

Acordão II
Até a alma de Oscar Niemeyer sabe que a recondução de Janot ao MP implicou num alívio para Renan e o sacrifício de Eduardo Cunha e Collor, pelo procurador, para não ficar mal na fita. Do mesmo modo Renan não protegeria Dilma de graça até porque é especialista em cobrar

Irresponsabilidade
O presidente da CUT, Vagner Freitas, em discurso ao lado da presidente conclamou seus militantes a “pegar em armas”, “entrincheirar-se” e ser “um exército” em defesa da Dilma. Como não estava discursando na Academia Brasileira de Letras, não foi uma metáfora, foi só uma tentativa de mostrar serviço a sua patroa. Um discurso deste ao lado de uma presidente, incitando a luta armada, é um crime. O silêncio dela, o segundo. Ele ficou conhecido ao administrar o Bancoop, que deu calote de R$100 milhões de reais em trabalhadores, junto com Vaccari Neto, que está preso.

Chacina e seca
A falta de controle da Polícia, com mais uma chacina, e o anúncio da restrição do abastecimento em São Paulo, pelo governador Alckmin, apenas mostra as limitações e o fracasso de administrações repetidas pelo mesmo governante.

Ciclovia
Na mesma semana morreram um idoso e uma criança em uma ciclovia da Prefeitura de São Paulo. Duas vidas perdidas sem razão. Que ao menos sirvam para alertar que bicicletas são politicamente corretas, mas não são inocentes.


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