sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pesquisas


Aproximam-se as eleições e os (e)leitores são bombardeados com um sem número de pesquisas, dando conta de que este ou aquele candidato está na dianteira. A turma do “não posso perder meu voto”, vota em quem a pesquisa diz que está na frente. Não percebe que cada um interpreta os dados de uma pesquisa da forma que quer, confundindo assim a cabeça do eleitorado.
Eu tenho ouvido nas ruas muita gente dizendo: Não voto em tal candidato(a) porque não vai ganhar. Típico de gente burra, que não pensa. Ora, se eu não votar no candidato que eu considero melhor para me representar, ele não terá a menor chance de se eleger. O que essa gente não entende é que uma eleição não é uma competição esportiva, na qual escolhemos torcer para quem achamos que vai ganhar. Estamos elegendo líderes para nos representar em decisões importantes para as nossas vidas.
Se eu entendo que determinado candidato(a) é melhor preparado para defender meus interesses, ele pode até estar em último lugar nas pesquisas que eu vou votar nele. Em não votando, eu tiro suas chances e é como se fosse um voto a mais para quem eu acho que não serve. Pesquisas servem apenas para os próprios partidos e candidatos avaliarem suas posições diante do eleitorado, para daí definir suas estratégias de propaganda para conquistar os votos necessários.
Para o eleitorado elas não servem pra nada, a não ser para confundir opiniões. Não fosse assim, Paulo Souto teria sido eleito há quatro anos, e não Jaques Wagner. As pessoas se deixam levar pelos números das pesquisas divulgadas, e, como não estão acostumadas a pensar, não atentam para o fato de que as próprias pesquisas divulgadas apontam que 65% do eleitorado ainda não decidiram em quem vai votar.
Isto quer dizer que, quando se diz que fulano tem X% na preferência popular, está se computando apenas os votos já decididos e declarados. Se num universo de 100% apenas 35% declarou a preferência, restam 65%. São estes que vão pesar nos resultados das eleições. E até outubro muita água ainda vai rolar debaixo da ponte.
A Igreja Católica lançou uma Cartilha eleitoral, buscando orientar os seus fiéis na escolha de candidatos comprometidos com as causas sociais e da Igreja. “Esperamos que os movimentos sociais sejam os aliados dos cidadãos conscientes. Sejam viveiros permanentes de consciência política do cidadão, verdadeiras escolas de formação e ação política na construção de uma sociedade autenticamente democrática. Nesse sentido, urge ampliar a participação popular nos diferentes Conselhos de Políticas Públicas que possibilitam o exercício da cidadania, como os Conselhos de Saúde, Educação, Criança e Adolescente, Idosos, entre outros”, disse o arcebispo metropolitano, D. Itamar Vian.
Acho que as demais igrejas, a maçonaria, os clubes de serviços, enfim, todas as instituições que compõem a sociedade organizada, deveriam agir de forma semelhante. Como disse o poeta Dominguinhos, “a multidão precisa de alguém mais alto a lhe guiar”.
Ou a elite cultural, as cabeças pensantes, tomam as rédeas, chamam a si a responsabilidade, ou vamos continuar sendo governados por analfabetos, espertos, picaretas e ladrões. A escolha é noss

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