sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nem sempre é o que parece

Um aluno foi morto no campus da Universidade de São Paulo. Assaltos a estudantes na USP já eram comuns, mas com a morte do estudante a Reitoria firmou um convênio com a Polícia Militar para patrulhar o campus e dar segurança a alunos, professores e funcionários. Uma coisa estranha, pois a Polícia existe para isso, para dar segurança aos cidadãos. Então, porque foi necessário um convênio para que ela desse segurança ao campus da USP?

Mas, vá lá que seja que eu não quero entrar nos meandros da burocracia que reina neste País. Quando a Polícia prendeu dois estudantes que portavam cigarros de maconha, houve revolta dos demais alunos e resultou no quebra-quebra que ainda perdura com confrontos e invasão dos prédios das faculdades.

Mas, pasmem vocês, descobriu-se que entre os estudantes revoltados estavam infiltrados bandidos. Ladrões e traficantes que querem fazer do campus um novo mercado para suas ações ilícitas. Mas eu pergunto: é só isso mesmo? Meros ladrões e traficantes? Não há outros interesses ocultos por detrás de toda esta celeuma? Não existem outros tipos perigosos envolvidos neste caso? Políticos, por exemplo.

Mas, deixemos os paulistas com os seus problemas e vamos aos nossos. Esta semana, aqui em Feira de Santana, um homem foi assassinado dentro de um ônibus urbano. Ele levou quatro tiros e o assassino desceu do ônibus e pegou carona numa moto que já o esperava. Com o homem morto foram encontradas drogas, dá a entender que ele foi morto por seu envolvimento com elas, como acontece todos os dias com os nossos jovens.

A polícia poderia ter identificado o assassino, se a câmera de segurança do ônibus tivesse gravado a cena. Mas, ela estava desligada. A diretoria da empresa de ônibus disse que vai investigar por que a câmera estava desligada, mas eu duvido. Porque não dá para acreditar na palavra de empresários que desafiam diariamente as leis, e abertamente as descumprem certos da impunidade emanada sabe Deus de onde e por que.

Quem nos garante que as câmeras de seguranças nos ônibus, uma exigência da lei, não estão ali só de fachada, para dar satisfações às autoridades e à sociedade, mas sem funcionar. Quem garante que a câmera não foi desligada propositadamente por algum funcionário da empresa, comprometido com os criminosos. Alguém já se fez estas perguntas? E quem as responderá? Enquanto isso, quem morreu é que está morto.

E por falar em transporte coletivo, esta semana teve matéria na TV mostrando o grande envolvimento da Polícia do Rio de Janeiro com o transporte clandestino e o flagrante desrespeito aos direitos dos cidadãos usuários do sistema. Mostraram só o do Rio, como se o mesmo não estivesse ocorrendo no resto do País, inclusive aqui, em Feira de Santana. É por essas e outras que eu sempre digo que devemos enxergar além do que nos é mostrado, porque nem sempre é o que parece ser.

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