Vamos brincar.
1. Escolha um
número de quatro dígitos em que pelo menos dois sejam distintos (zeros também
podem ser usados).
2. Organize-o
em forma ascendente e depois em ordem decrescente.
3. Subtraia o
número menor do número maior.
4. Repita.
No máximo em
sete operações, sempre se chegará ao número 6174, um processo conhecido como
constante de Kaprekar - homenagem a seu descobridor, o matemático indiano
Dattathreya Ramchandra Kaprekar (1905-1986).
Use, por
exemplo, a combinação 1234.
4321 - 1234 = 3087; então, 8730 - 0378 = 8352; e
agora, 8532 - 2358 = 6174.
Mesmo o
próprio número 6174 não foge à regra.
7641 - 1467 = 6174.
Interessante,
mas provavelmente o que as pessoas menos pensam é nos símbolos matemáticos
usados, "-" ou "=".
Junto ao de
adição ("+"), eles têm uma história interessante.
Nascido do aborrecimento
O símbolo que
utilizamos para revelar um resultado foi criado há 460 anos, por um galês do
século 16 que aos 14 anos já estudava na Universidade de Oxford e, aos 21,
ensinava matemática enquanto estudava medicina. Robert Recorde morreu aos 48
anos, na prisão.
Este gênio,
apesar do final trágico, escreveu vários livros sobre astronomia, geometria e
aritmética. E em inglês, ao contrário do costume da época de escrever em latim
e permitir que apenas gente mais educada pudesse lê-los.
Recorde
escrevia para o público mais comum, e seu último livro, A Pedra de Afiar, publicado
em 1557, um ano antes de sua morte, deu ao mundo o símbolo de igual.
Recorde em
algum momento deixou a medicina, depois de trabalhar para a família real
inglesa, cuidando do rei Eduardo 6º e da rainha Mary, a quem dedicou alguns de
seus livros, e trabalhou como supervisor da Cada da Moeda.
Aborrecia-se
quando precisava escrever por extenso que um lado da equação era igual ao
outro. Decidiu usar um símbolo: um par de paralelas.O motivo?
"Não há outras coisas no mundo que possam ser mais iguais."
Briga

Mas porque
alguém com tantas contribuições positivas terminou sua vida atrás das grades?
Bem, apesar de um gênio, Recorde ignorou uma regra básica de sua época:
aristocratas sempre riam por último.
Ele perdeu o
emprego na Casa da Moeda por decisão de um nobre, o conde de Pembroke. Devidiu
processá-lo por conduta indevida. O conde respondeu com um processo por calúnia
e difamação.
A Justiça deu
ganho de causa a Pembroke.
Uma história nem mais nem menos interessante
A história
dos símbolos "+" e "-" também é curiosa.
E talvez seja
bom começar a contá-la com um exemplo prático: o Papiro de Ahmes, do ano 1550
a.C., que contém vários exercícios matemáticos. Neles, um par de pernas
caminhando para a frente indica uma soma, e uma par caminhando para trás, uma
subtração.
Os gregos,
por sua vez, esporadicamente usavam o símbolo "/" para somar, mas
normalmente expressavam a adição por meio da justaposição.
Na Europa do
século 15, matemáticos como o francês Nicolas Chuquet e o italiano Luca Pacioli
usavam "p" (plus) para somas e "m" (minus)
para subtrações.
Mas, em um documento do século 14, o filósofo e
astrônomo francês Nicole d'Oresme já havia usado "+" como abreviação
da partícula aditiva et (e, em latim).
A origem do
"-", porém, não é tão clara. Sabe-se que
aparece em um manuscrito alemão de 1481, encontrado na Biblioteca de Dresden. E
em um manuscrito em latim do mesmo período há tanto o "+" como o
"-". Ambos são usados pelo autor Johannes Widman, que usa os símbolos
como se fossem conhecidos.
Foi em seu
livro Aritmética Mercantil, publicado em 1489, que os símbolos de mais e
menos que hoje conhecemos aparecem pela primeira vez em uma obra. (BBCBrasil)
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